Colunistas / Esportes
Zé de Jesus Barrêto

ESPANHA É A CAMPEÃ DA COPA LIGA DAS NAÇÕES

Na cidade do Salvador teremos na quarta-feira, Bahia x Palmeiras
21/06/2023 às 10:03

   Título merecido, apesar de a decisão só ter acontecido em cobranças de pênaltis, depois de empate sem gols no tempo regulamentar e na prorrogação. A Espanha jogou melhor, buscou e criou mais chances de marcar, teve mais posse de bola, embora a Croácia tenha resistido bem, no seu estilo, e até criado, nos contragolpes, algumas oportunidades de golear e vencer.

   Onze anos depois, os espanhóis voltam a vencer a Copa/Liga das Nações da Europa, agora com uma equipe renovada, uma nova e boa geração. Pena que o gênio Modric, mais uma vez tenha ficado no quase – A Croácia foi vice mundial em 2018 e terceira colocada em 2022. O baixinho meio-campista croata bem que merecia um troféu desse, agora no fim de sua gloriosa carreira.

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 Com se deu em campo ...

- A final aconteceu no estádio de Roterdã, Holanda, noitinha domingueira, tempo limpo, boca de verão na Europa. Arquibancadas cheias, maioria absoluta de croatas, o vermelho e branco predominando. Era Modric, o grande ídolo, chamariz.

 - O primeiro tempo foi muito igual, cauteloso. A Espanha ocupou mais o campo adversário, mas a Croácia, sempre traiçoeira, chegou com mais perigo na frente.

 - A ‘fúria espanhola’ arriscou mais na segunda etapa. Pressão total, chances criadas, a bola parecia não querer entrar; goleiro, zaga, traves salvando a Croácia.  O gol não saiu no tempo normal – 90 min e acréscimos – e a decisão foi para a prorrogação (mais 30 minutos, dois tempos de 15).

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- Pernas pesadas, oportunidades desperdiçadas, os espanhóis em cima, na pressão, mais inteiros, uma equipe mais jovem.

   E os Croatas naquele joguinho ‘engana bobo’ - o que fizeram contra o Brasil na Copa -, apostando na decisão por cobrança de tiros livres da marca do pênalti ou ... nalgum vacilo do inimigo. Ali, na manha, ‘cozinhando o galo’, resistindo, marcando com aplicação, na raça, na sorte, dificultando, armando o bote, ganhando tempo... o costumeiro, sabem bem como fazer isso.

  O gol não saiu e a decisão foi para a cobrança dos pênaltis. Emoções até o fim.

  Deu Espanha – 6 x 5.  O goleiro Unai Simon, da Espanha, pegou duas cobranças, fez duas ótimas defesas. O espanhol Laporte meteu uma no travessão. Carbajal bateu e converteu a última.

  Justo resultado. O apoiador espanhol Rodri foi eleito o melhor da partida.     

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  Na disputa do terceiro lugar, deu Itália, 3 x 2 sobre a anfitriã Holanda.

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  Decadente futebol brasileiro  

- Enquanto as seleções europeias usam a ‘data FIFA’ para competições – Liga das Nações, eliminatória da Copa Europa, etc... – a Seleção Brasileira gasta grana e pose em amistosos inócuos, peladinhas sem apelo e sem serventias. Viagens, mordomias, exibicionismos e... desrespeito à nossa história, construída em campo.

 Daí, ninguém mais se empolga com o ‘escrete’. Ver o quê, quem?   

 - Depois da goleada sem efeito (4 x 1) sobre a inocente Guiné, o estádio em Barcelona praticamente vazio, o apelo contra o racismo sem eco no mundo, a ‘selecinha’ de Ramon Menezes enfrenta o Senegal, na terça-feira, 16h, no estádio José Alvalade, em Lisboa.

   Mané (astro senegalês já em ocaso de carreira) em campo seria a maior atração da partida; vejam a que chegamos.

 - No mais, Vini Jr focado na bandeira ‘antirracista’, um elenco desmotivado em campo, pouca renovação, os mesmos erros já vistos e revistos com Tite nas copas de 18/Rússia e 22/Catar. Cadê os fora de série?

 - O fato é que vencemos a nossa derradeira Copa em 2002, ainda no final do governo FHC, lembram?  Daí pra cá a CBF tornou-se um ‘puxadinho’ de negócios e negociatas da FIFA, grana e interesses a rodo, poderes funestos, futebol empobrecido.

   Viramos pasto de engorda para os times europeus. Mal saídos das fraldas, nossos garotos só pensam em jogar no Barça, no Real, no City...  até Benfica, Turquia serve.  Aqui ficam os rebotalhos.

 - O assunto do momento, além da questão racial/identitária, é o treinador. O presidente (?) Ednaldo, mandachuva ‘laranja’ da CBF, parece apaixonado, com ideia fixa em Ancelloti, o rodado e vitorioso italiano hoje bem acomodado no Real Madrid.

- Até quando vamos ficar nessa novela, paparicando o cara que nunca treinou um time brasileiro, nem fala bem o português? Ninguém mais presta no Brasil? Nunca se viu isso. 

 Ora, a Argentina foi Campeã do Mundo no Catar, com justiça e reconhecimento, tendo no comando um treinador jovem, ex-atleta, praticamente desconhecido até então.  Já o Brasil, penta campeão do mundo com Feola, Aymoré, Zagalo, Parreira, Felipão ... despreza seus treinadores. Desaprendemos, desprezamos.

 - No mais, quem vence jogos e conquista títulos são os atletas, bons jogadores, os craques... eles decidem. Treinador escala, arruma o time e motiva. Apenasmente.

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 Semana passada, depois de conquistar seu terceiro título na temporada, Guardiola (o melhor do mundo) disse, com toda a simplicidade e clareza: “devo meu sucesso como técnico aos atletas fora de série com quem trabalhei e trabalho, como Messi, De Bruynne, Haaland... eu não faço gols”.

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  Cá, a volta dos jogos

 Esta semana teremos a retomada do Brasileirão. Na quarta à noite, espera-se Fonte cheia, Bahia x Palmeiras, série A.  O Vitória sai pra jogar em Campinas, contra o Guarani, pela liderança da Série B.

 - O Bahia conquistou o Pentacampeonato baiano sub-20 – venceu por 3 x 1 o Jacuipense, em Pituaçu.

- O clube está vendendo para o futebol europeu seu jovem lateral direito André Dhominique, cria da base, 19 anos. Dizem que ‘é bom negócio’; melhor pra o atleta que ia sofrer muito até se firmar ou não com a camisa tricolor, porque a torcida não gosta, não apoia ‘pratas da casa’. Sem atuar, mesmo como jogador de seleção brasileira, já sofria críticas. Uma cultura nefasta, colonizada e burra, incentivada nos microfones.  

- Daí, depois do ‘renascimento’ do rodado Cicinho, o clube/City (?) está em negociações com o lateral Gilberto, algumas temporadas atuando no Benfica.  Na lateral esquerda, quem tem atuado melhor é o garoto Ryan, também da base. O Bahia carece, urgente, de meias que chutem de longa distância e um centroavante com apetite, velocidade, faro de gol.

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 Fechando o balaio domingueiro, versejos para o ‘Andarilho de Salvador’:  

esfregue a pele no corpo

da cidade em que vives

só então a entenderás

só assim poderás amá-la