Colunistas / Esportes
Zé de Jesus Barrêto

RODADA ABENÇOADA para BAVI ambos no G-4

Seleção faz jogo treino antes da primeira partida para valer visando a Copa de 2018
09/09/2015 às 12:02
Uma rodada de resultados abençoados na noite de terça-feira e a dupla Ba Vi está no G-4, entre os quatro primeiros colocados na Série B, ambos com 41 pontos ganhos; o rubro-negro em terceiro e o tricolor em quarto lugar.  E isso, a essa altura, é muito rico para esse pobre futebol baiano.

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   Bahia 1 x 0 Macaé, na Fonte Nova, diante de míseros seis mil inquietos e irritadiços torcedores nas arquibancadas. O Vitória, atuando a seu estilo, fechadinho e explorando  contragolpes objetivos, conseguiu um ótimo resultado, 3 x 2 sobre o Criciúma, lá no Heriberto Hulse, em Santa Catarina. 

   O Botafogo (RJ) venceu, de virada (2 x 1 ) o Paraná, em casa e chegou aos 45 pontos, na liderança. A dois pontos, em segundo, com 43 pontos, está o tinhoso Paissandú, que venceu o Santa Cruz em Recife (2 x 1). 

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   Na 25ª rodada, próximo fim de semana, o tricolor recebe o crescente Bragantino, jogo duríssimo, e o rubro-negro encara o Atlético (Go), brigando pra não cair, em Goiânia.

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  Sufoco e Vaias

 Não foi fácil o triunfo tricolor. A equipe entrou em campo com muitas novidades. A volta dos laterais Cicinho e Ávine, um meio campo com dois pegadores – Yuri e o menino Gustavo - , um corredor ou condutor de bola,  Tiago Real, e o armador Eduardo. Brigou mais, porém trocou menos passes, não trabalhou bem a bola.

  O primeiro tempo foi um defesa x ataque, só o tricolor se propôs a jogar, mas criou pouco. Maxi, Eduardo (duas vezes) e Tiago Real desperdiçaram chances boas de marcar. O Macaé apenas testou um escanteio contra o arco tricolor, perigando.

  Aos 7 minutos da segunda etapa, após uma blitze, o becão Jaílton marcou de cabeça, aliviando a agonia do torcedor: 1 x 0. No entanto, a partir daí, o Macaé foi pra cima, engoliu o time da casa, ganhou o meio campo e deu sufoco, perdendo algumas oportunidades de golear e forçando o goleiro Douglas Pires a trabalhar bem.  Só depois dos 40 minutos o Bahia, já com Souza em campo e o Macaé mostrando cansaço de tanto arriscar na frente, conseguiu encaixar uns bons contragolpes, mas os atacantes não foram felizes nas conclusões. 

 

  Parte da torcida, que queria mais gols e melhor futebol, vaiou após o apito final do árbitro. Mas valeu pelos três pontos, pela classificação no G-4 . Uma coisa é certa: vai ter de jogar muito mais para vencer o entrosado e pegador time do Bragantino, na noite da próxima sexta-feira. 

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  Noite de Rahynner 

  Ele corre feito um condenado em campo, é esforçado, diligente taticamente, um atleta incansável e importante na equipe, mas nunca foi goleador, perdia gols infantis, essa é sua história. Mas, no Vitória ele está mudando essa imagem de perdedor de gols, vem fazendo os seus tentos e decidindo jogos para o rubro-negro baiano. A torcida o adora. Falo de Rahynner.

  É difícil jogar no Heriberto Hulse, todos sabem. Mas Rahynner nem aí. Fez logo o primeiro gol aos 3 minutos, escorando com esperteza, por trás da zaga, a cobrança de uma falta alçada da esquerda.  Aí o jogo ficou como o Vitória gosta, a feição para os contragolpes em velocidade.  Antes de acabar o primeiro tempo, o lateral Diogo Mateus lançou longo, em profundidade pelo meio e ele, Rahynner, ganhou na velocidade da zaga, entrou na área e bateu no canto, na saída do goleiro: 2 x 0. Estava muito melhor do que se imaginava.

  Mas, na segunda etapa, o time treinado pelo sérvio Petkovic  (aquele atacante que o torcedor do Vitória jamais esquecerá) foi pra cima, forçou, empurrou o adversário e conseguiu o empate, com um gol no sufoco logo nos primeiros minutos e outro, de cabeça pra variar, aos 27 minutos. A partida parecia mais próxima de um gol do time da casa, mais ofensivo...  porém foi a equipe baiana que desempatou, perto do final, em inspirada jogada individual e chute bem colocado de Vander, aos 40 minutos. Bom demais pro torcedor rubro-negro. 

  A equipe vai com moral a Goiânia, pra cima do Atlético(GO).

  

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   Mira na Rússia e goleada  nos EUA

    A seleção de Dunga continua a mesma. Vale-se de chutões, bolas longas, jogadas individuais, alguns talentos e pouca coletividade, nenhum esquema tático que convença.  Assim tem vencido os amistosos, todos, e assim entregou a Copa América, no mesmo estilo de Felipão na vergonhosa Copa 2014. Até quando enganamos... a quem ? 

   Contra o escrete dos EUA, em Boston, na noite de terça, foi assim, igualzinho ao que aconteceu no amistoso anterior, contra a Costa Rica ( 1 x 0). Os lances: 

   Aos 8 minutos, após insinuante jogada de Wiliam pela direita, a bola sobrou para Hulk na área, de frente; o centroavante limpou do zagueiro marcador e estufou as redes: 1 x 0.  Foi só. Muito tititi, marcação, tentativas individuais, mais posse de bola,  mas o goleirão americano não trabalhou muito na primeira etapa. Parece que sempre está faltando o algo mais. Seria o Neymar esse algo mais?   

   Para a segunda etapa, Dunga pôs Neymar em lugar de William, o melhor da equipe até então; e Firmino em lugar de Hulk, aprovado como centroavante – dois jogos, dois gols. 

  Neymar/Lucas  
 Aos 5 minutos, Neymar arrancou para a área, driblou e foi calçado: pênalti que ele mesmo, Neymar, cobrou e ampliou: 2 x 0.   Aos 18’, após jogada genial de Lucas (PSG, ex- São Paulo) e Neymar, em corta-luz,  a bola sobrou para Rafinha (do Barcelona, filho de Mazinho) que ampliou: 3 x 0.  Aos 21, após arrancada fantástica de Lucas, Neymar  em dribles de corpo livrou-se de três marcadores na área adversária e faz golaço: 4 x 0.   Aí, virou espetáculo pro torcedor, exibição. Aos 45’, os EUA fez o gol de honra, com um chutaço de longe que o goleiro Grohe (do Grêmio) aceitou.  4 x 1, final. 

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Agora, veremos a seleção brasileira no começo de outubro, já valendo pelas eliminatórias da copa 2018. A estreia é contra o Chile, Campeão da Copa América, lá em Santiago. O foco é a Copa do Mundo 2018, na fria Rússia do ‘chefe’ Putin. 

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À tarde, em Le Mans, na França, a seleção sub-20 do Brasil, que busca formatar a equipe que vai disputar os Jogos Olímpicos 2016 sob o comando de Dunga, perdeu o amistoso ( 2 x 1) para a França. Justo. Nosso time mostrou-se desentrosado, sem conjunto e inferior também fisicamente diante da equipe francesa. Jogamos na base do individualismo e não temos lá esses craques que decidem em jogadas pessoais.  Não temos equipe, ainda.