Colunistas / Esportes
Zé de Jesus Barrêto

BAIANOS VIVOS NO NORDESTÃO com méritos

Finalmente uma boa atuação do Vitória que goleou o América de Natal e vai fazer eleições para sua nova diretoria executiva dia 31 próximo
30/03/2015 às 10:20
 Domingo de Ramos, abertura da Semana Santa,  29 de março de 2015. Salvador, a Cidade da Bahia, comemorando seus 466 anos.

  Há 55 anos o Bahia se sagrava o primeiro Campeão Brasileiro, vencendo a  I ª Taça Brasil, num duelo de três jogos épicos contra o todo-poderoso Santos de Pelé, no auge. Inesquecível e pra ser comemorado, sim.  O título significa uma das estrelinhas douradas sobre o escudo, na camisa do time, motivo de orgulho dos tricolores.

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  O Bahia venceu o Campinense, sábado, na Fonte Nova ( 1 x 0 ) e o Vitória goleou o América de Natal, domingo, no Barradão ( 4 x 2 ). Assim, os dois times baianos se classificaram para  as disputas das semifinais da Copa do Nordeste 2015. 

O tricolor enfrenta o Sport do Recife, que na boca da noite de domingo eliminou o Fortaleza na cobrança de penalidades da marca do pênalti.  O primeiro jogo é em Recife.

O Vitória pega pela frente o Ceará, também com a vantagem de fazer o segundo jogo no Barradão.

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  Vitória goleou

  Foi uma tarde de sol quente, as arquibancadas do Barradão quase vazias, poucos torcedores viram, enfim, uma boa atuação do rubro-negro  na temporada. 

  Logo que a bola rolou o rubro-negro foi para o ataque, tentando se impor em campo, mais na vontade do que na técnica. Mas a primeira chance foi perdida pela equipe potiguar, aos 10 minutos, assustando no contragolpe. Logo depois, Neto Baiano fez boa jogada pela esquerda, cruzou rasteiro mas ninguém aproveitou. Aos 23, Rahynner batendo falta pelo lado da barreira fez Vitória 1 x 0, enganando o goleiro Busatto.  Aos 44’, após boa tabela com Rahyner, Vander penetrou em velocidade, pegou um bom chute de frente e ampliou : 2 x 0. As comemorações foram interrompidas, na sequencia, com um vacilo pelo lado esquerdo defensivo rubro-negro: Cascata acertou um belo chute da entrada da área e diminuiu: 2 x 1.  Equlíbrio.

   O rubro-negro voltou muito mais bem arrumado para a segunda etapa, aproveitando-se da nova postura menos defensiva do time de Natal e usando bem a velocidade nos contragolpes. 

  Aos 4’ o atacante Max perdeu um gol incrível de dentro da pequena área, após pane geral defensiva dos rubro-negros. Aos 6, Neto Baiano limpou da zaga mas o goleiro Busatto abafou. Lá e cá. Aos 8’, Mansur  e Rahynner  fizeram  ótima jogada de fundo pela esquerda, o lateral  passou para o apoiador Flávio que, de frente, escolheu o canto e fez : 3 x 1. 

   Aos  20’, a zaga potiguar embaralhou-se após um cruzamento  na área de Jorge Wagner e o apoiador Luis Gustavo não perdoou: 4 x 1.    Max, com 12 gols na temporada, de cabeça, diminuiu (4 x 2 ) aos 26 minutos, reanimando a moçada potiguar. Mas, aos 32’, o zagueirão ‘varreu’ Neto Baiano numa disputa peto da linha lateral e foi expulso.  Aos 35, Max ganhou da zaga na bola alta e cabeceou por cima, quase diminui. 

   Enfim, um placar merecido e, pelos números, deu para ver que a equipe rubronegra já mostrou uma boa evolução sob o comando do treinador Claudinei Oliveira, jogando com mais empenho, mais bem arrumada taticamente.

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  Destaques para as atuações dos apoiadores  Flávio e Amaral, batalhadores. Na frente, Rahynner  brilhou, fez até gol de falta, o primeiro na carreira. Pelo América (RN), Walber, Cascata e o atacante Max, artilheiro do Brasil na temporada, foram os melhores.

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   O Vitória vai enfrentar o invicto Ceará, pelas semifinais, com a vantagem de jogar por dois resultados iguais e fazer o segundo jogo no Barradão.  Antes, na quarta-feira próxima, o rubro-negro joga em Goiás pela Copa do Brasil.

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   Eleições

   Após a derrubada da diretoria (presidente e vice), na  semana passada, acontecem as eleições no Vitória, terça-feira, fechadíssima e sob controle dos tradicionais ‘donos do clube’, no Barradão. O candidato dos ‘coronéis’ é o velho conhecido advogado Raimundo Vianna, que já foi presidente da Federação e também do clube nos anos 1970. Concorre com ele o engenheiro e conselheiro do clube Ivã de Almeida, que diz ter o apoio do advogado, radialista e ex-dirigente rubro-negro Sinval Vieira e do presidente do Conselho Deliberativo do clube José Rocha.   O estatuto do clube, que sempre foi controlado por famílias da elite baiana e rege as eleições, é das antigas e conservador. Boa parte da torcida quer mudança, eleições diretas e uma renovação das leis e da forma como o clube tem sido governado.    

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   Bahia dá ‘gude preso’

  Tarde outonal de sábado, quase 24 mil pessoas na Fonte Nova viram e festejaram o magro e chorado 1 x 0 do Bahia sobre o Campinense da Paraíba, o suficiente para a classificação do tricolor para as semifinais do Nordestão. Sem correr riscos, o time baiano foi superior em campo e merecia até mais gols.

 O tento foi de Kieza, no primeiro tempo,  em duas tentativas de cabeça, disputando cruzamento de escanteio com o goleiro. Os paraibanos , chiaram, pedindo falta do atacante, mas árbitro e bandeira nada viram e confirmaram. Os baianos também reclamaram de uma penalidade máxima, bola na mão do zagueiro, que a arbitragem também ignorou. 

Insuflado pela torcida, em clima de celebração e festa pelos 55 anos da conquista da I Taça Brasil e conquista do primeiro título Campeão Brasileiro de Futebol, a equipe forçou no ataque desde que a bola rolou, conseguindo escanteios seguidos, criando e desperdiçando chances de gol. O Campinense defendeu-se de todas as formas, correu e marcou muito o jogo e o campo inteiro, mas não fustigou a meta do goleiro Douglas Pires. Foi um placar chocho mas o torcedor gostou.

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Maxi Bianchucci jogou muito, Kieza deixou a marca, o zagueirão Talles fez sua melhor partida vestindo  a camisa tricolor, Tiago Real manteve a regularidade e Bruno Paulista entrou bem na segunda etapa. 

A equipe de Campina Grande tem um bom goleiro, uma zaga plantada que espana, muita pegada no meio campo, suor e disciplina tática. Não foi suficiente. 

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   Pipocas:

- Muitos acusaram o garoto Patrick, lateral esquerdo do Bahia, de ter quebrado a perna do atacante Alvinho do Campinense, na primeira partida em Campina Grande. Não foi bem assim. O carrinho temerário do lateral apenas derrubou o veloz atacante que restou com a chuteira presa no gramado, na queda, ocasionando a fratura. Não foi nenhuma pancada do adversário. Foi o próprio Alvinho quem falou, aceitando as desculpas de Patrick. Sejamos mais responsáveis com a informação.  

- Atenção ! O chão das arquibancadas da Fonte Nova está imundo. As cadeiras, por baixo e por trás estão empoeiradas e com lodo. Descuido e falta de manutenção imperdoáveis.

- Todos os espaços disponibilizados na tal ‘arena fonte nova’ foram ocupados pelos torcedores  do Bahia, e mais espaços tivessem.  Confusão total nas bilheterias minutos antes de o jogo começar. Tem algo errado, os serviços ao torcedor precisam melhorar e muito. Cadê o padrão Fifa ?

- O amigo Razec, jornalista, observou, pertinente: ‘ Não entendo por que eles (Arena Itaipava) mantém tantos espaços isolados, sem ninguém, sobretudo nos  anéis superiores. Se vendessem a dez reais esses lugares teríamos público de 50 mil’.  Não duvido e não entendo o  que se passa na cabeça dessa gente. Desconhecem a força da torcida tricolor motivada?

- Outra coisa, no intervalo da partida já não tinha mais cerveja  (Itaipava) pra matar a sede e animar a galera que gosta. Faltou também a merenda nos balcões.  Respeitem o torcedor,  vá ! 

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   Semana cansativa e decisiva

   A equipe do Bahia volta a campo na quinta-feira Santa, pela Copa do Brasil. Enfrenta o Nacional de Manaus, na Arena Amazonas, quentura abafada. Deve jogar com uma equipe alternativa, O treinador Sérgio Soares já deu a dica que vai poupar atletas em estafa e com quadro de cansaço muscular. São dois jogos, lá e cá e um dos times sobra.   

Até porque no domingo de Pascoa o tricolor se pega com a Juazeirense, lá na beira do São Francisco, campo duro e desnivelado, um calor seco dos pecados, partida primeira do duelo entre as equipes, decisivo e eliminatório, valendo pelas semifinais do Baianão 2015. 



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   Dunga é 100 %

   No domingo primaveril londrino, o estádio do Arsenal cheio, a seleção brasileira de futebol, treinada por Dunga desde o fracasso da Copa 2014 (ninguém esquece dos 7 x 1 com os alemães nos humilharam), venceu sua oitava partida consecutiva: Brasil 1 x 0 Chile, gol de Firmino, já na segunda parte da etapa final de jogo, recebendo ótimo passe em profundidade do lateral Danilo, driblando o goleiro Bravo. 

   Dunga tem 100 % de aproveitamento nessa sua volta ao comando da seleção. No meio da semana, em Paris, Brasil 3 x 1 França, convincente, com uma bela atuação de Neymar, que marcou seu 43 º gol na seleção, na cola de Jairzinho, o ‘furacão da Copa de 70”.

  Em Londres foi uma partida brigada, dura, muito disputada no meio campo e com raras chances de gol de lado a lado. Neymar cercado, caçado. O novo meio campo (Souza, Fernandinho, Eduardo Costa e Felipe Coutinho) escalado por Dunga mostrou-se desentrosado e o esquema de pegada, velocidade e troca de passes  montado pelo argentino Sampaoli mostrou-se eficiente, não deixando o Brasil jogar. Mas os chilenos também não ameaçaram.
 Na segunda etapa, Dunga pos em campo  Robinho, Firmino, Elias e William. O Chile tinha mais a bola, porém o Brasil encaixou bem um contragolpe e decidiu. Foi um jogo ferrenho, igual, mas o placar foi justo, favorecendo a equipe que buscou mais o gol e aproveitou bem a chance. Os chilenos rondaram, tocaram mas pouco finalizaram. 

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  Jefferson seguro, Danilo foi o autor do lançamento para o gol decisivo, perfeita a dupla de zaga Tiago e Miranda, Robinho encaixou-se muito bem,  Firmino entrou e decidiu, rápido, e Neymar foi bem marcado, apanhou muito.   No Chile, competentemente arrumado taticamente, vale a pena ver jogar  o Alexis Sanches, muito bom, dá trabalho.

Convocação agora só para a Copa América, no meio do ano, no Chile. Não esperem moleza. Além dos donos da casa teremos pela frente a Argentina, Uruguai, Colômbia, México ...

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Feliz Semana Santa para todos. Salve Salvador, sua benção Mãe Preta.