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Zé de Jesus Barrêto

LIÇÕES DA BOLA: Bahia tropeça no Jacuipense, 1x2

Domingo tem BAVI no Barradão
23/02/2015 às 12:39
O Jacuipense, equipe que custa menos de 10% do custo do plantel do Bahia e que treina em chão batido ou de favor em campinho de futebol soçaite, sem infraestrutura profissional, venceu na tarde do domingo, de virada (2 x 1 ), em Pituaçu, o tricolor atual campeão baiano, cheio de ‘estrelas’ e cartaz . 

 Não há explicações admissíveis para o torcedor tricolor acatar essa derrota, mas é bom lembrar que não é a primeira vez que a Jacuipense apronta dessas pra cima do Bahia, já parece coisa feita, tabu, uma pedra no sapato. É a segunda derrota do Bahia no campeonato, deixando o time mal, periclitante na tabela de classificação. E aconteceu  logo na semana do BaVi, domingo próximo, no Barradão. 

O rival Vitória, no sábado, mesmo sem jogar bem e sair vaiado de campo pela sua exigente torcida, venceu (1 x 0) o Colo-Colo de Ilhéus,  está em situação bem melhor na tabela de classificação e vai com moral para o clássico do próximo final de semana. 

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A ‘zebra’

Tarde chuviscada, morna, outonal no parque de Pituaçu, pouca gente nas arquibancadas. 

Com a estréia de Jeanzinho (18 anos, filho do goleiro Jean, que marcou época no clube) no gol, e a entrada de Tony no lugar do lateral Railan (estourou o joelho nos treinos e vai ficar seis meses fora dos gramados), o Bahia entrou garboso em campo, o dono da bola e dos espaços do campo, com a iniciativa do jogo sempre, a despeito de muitos chutões e passes errados. O Jacuipense se defendia, marcava duro mas não chegou ao ataque na primeira etapa.  

Depois de algumas chances desperdiçadas, Leo Gamalho livrou-se e foi derrubado pelo zagueiro, na área, por volta dos 23 minutos. O pênalti cobrado por Chicão, 1 x 0. Parecia fácil. O tricolor abusou de perder gols de frente com o goleirão Greyck, meteu bola na trave e não matou o jogo. Daí ...

Logo na abertura da segunda etapa, houve um escanteio em favor do time do interior, Leo Gamalho perdeu a disputa no alto e a bola sobrou no pé do veteraníssimo artilheiro Nadson, de prima, absolutamente só – onde estavam Titi e Chicão? -  1 x 1.  Dois minutos depois, o lateral esquerdo Bruno bateu uma falta de longe, pelo lado direito do ataque, alçando a bola na pequena área tricolor; a defesa parou, os atacantes se projetaram, Jeanzinho vacilou, a bola quicou e entrou no ângulo: 2 x 1. Foi só o que fez a Jacuipense, em termos ofensivos, pra vencer o jogo e venceu. No mais, o Bahia foi pra cima, atacou, tentou até o final, mesmo que desordenadamente e não conseguiu marcar, parando na própria incompetência, nas boas defesas do veterano e malandro goleiro Greyck e no denodo do time inteiro da Jacuipense em se defender de toda forma.  Assim é o futebol. Vaias e manifestações do torcedor nas arquibancadas.  A equipe de Sérgio Soares oscila, não engrena, não encaixou ainda.

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Atuaram bem Tony, Pittoni, Carlos e Leo Gamalho. Na Jacu, o goleirão Marcio Greyck com salvadoras defesas, a bravura de todos na marcação e a estrela de Nadson, que continua carrasco do Bahia.

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O Bahia volta a jogar pelo ‘Baianão’, na quarta-feira à noite, contra a Catuense (que venceu o Serrano por 3 x 1), na Fonte Nova. No domingo tem Ba Vi no Barradão e ali o bicho pega.     

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Gude-preso salvador

Cerca de três mil fanáticos torcedores nas arquibancadas do Barradão, na boca de noite de um sábado com ameaças de chuva, bolsos vazios e um espetáculo em campo pobre de técnica e de emoções. Vitória 1 x 0 Colo-Colo, gol quase sem querer do becão Kadu, aos 27 minutos do primeiro tempo, após um monte de trapalhadas na área do time de Ilhéus – saída errada do goleiro, furadas, trombadas, bicudas, escorregadelas, vacilos ... – e a pelota, coitada, espirrada, espremida chegou às redes. Valeu, claro, pelos três pontos ganhos, mas os poucos torcedores que foram testemunhar o baba vaiaram no intervalo e no final da partida. 

A equipe treinada pelo Sr. Drubscky está longe de agradar, convencer. É um time bagunçado, com uma defesa que se coloca mal, um meio campo que nada cria e um ataque que pouco finaliza. Chutões, bola pra frente, vontade e... seja o que deus quiser. 

O Colo- Colo começou como se estivesse em casa: atacando, perdendo chances, ganhando as divididas, empurrando o Vitória pra trás, mas o time da capital equilibrou e conseguiu o gol, desnorteando o adversário. O rubro-negro foi melhor na segunda etapa, sobretudo com a saída de Neto Baiano e J Wagner, a entrada de Elton e dos meninos Flávio (substituiu Wéllisson, lesionado) e o veloz WIllie. 

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Os melhores foram o atacante Vander, o mais ousado, o lateral Euller e Escudero. Neto Baiano dá dó.  No Colo-Colo, a vontade de vencer  e o buliçoso meia Jussimar.

O Vitória joga na quarta, em Pituaçu, contra o Galícia, pelo ‘Baianão’.  Domingo recebe o grande rival Bahia, no Barradão, o primeiro clássico do ano.  

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Outros resultados:  Galícia 2 x 1 Feirense;  Vitória da Conquista e Juazeirense empataram ( 1 x 1 ) , em Conquista; Jacobina 1 x 1 Bahia de Feira.

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Europa Civilizada

Dois episódios de barbárie, essa semana,  patrocinados por torcedores ingleses em París e torcedores holandeses em Roma. 

 Na capital da França, um grupo de torcedores do Chelsea foi flagrado a impedir, aos empurrões e gritos –“Somos racistas e é assim que gostamos” – um cidadão negro francês de entrar num vagão do metrô parisiense. Ele só queria voltar para sua casa após um dia de trabalho. Bestas desumanas.  Foram a França ver o clássico Chelsea x Paris Saint Germain pela Copa dos Campeões da Europa.  

Na capital da Itália, bandos de torcedores do  Feyenoord de Roterdã, que enfrentou o Roma pela Liga Europa, vandalizaram praças, ruas, monumentos da cidade histórica, entrando em confronto com a polícia, destruindo tudo. A volta dos malditos hoolingans, abomináveis.

Exemplos de barbárie da civilizada Europa, o ‘superior’  e branco hemisfério norte. Não há motivos, é o simples prazer de barbarizar.  Assombrosa (des)humanidade.