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Zé de Jesus Barrêto

VITÓRIA escapa da Z-4 e o BAHIA afunda na Z-4, por ZÉDEJESUSBARRÊTO

Na terça à tarde, o amistoso Brasil x Áustria, em Viena. Muita expectativa por mais uma exibição de Neymar, fazendo gols e jogando bonito
17/11/2014 às 10:21
Com duas defesas espetaculares de Wilson e um golaço de Dinei, aos 35 minutos da segunda etapa, o Vitória venceu o Chapecoense, em Santa Catarina (1 x 0), e escapou da zona, trocando de lugar com o adversário direto na tabela de classificação. Por enquanto, pois ainda faltam quatro rodadas para o final da competição. O rubronegro baiano chegou a 37 pontos ganhos, ao lado do Coritiba, seu próximo adversário, quarta-feira, no Barradão, jogão com gosto de decisão, pois.  

    Já o Bahia, mesmo demonstrando muita vontade, com Charles de novo no banco, uma boa garotada  no gramado - Railan, Pará, Bruno Paulista, Rômulo, Galhardo... -  e o torcedor empurrando nas arquibancadas  da Fonte Nova perdeu (2 x 1 ) para o Corínthians.  Foi uma partida bem jogada, igual, mas um péssimo resultado para o tricolor. A derrota foi fruto de dois vacilos de posicionamento da defesa  e erros, nos lances, do goleirão Lomba que atravessa um fase de muita infelicidade, de declínio técnico evidente que se reflete numa sequência  de falhas comprometedora para a equipe.  Pergunta-se: falta coragem para tirá-lo da equipe por uns tempos ou lá no Bahia  ninguém confia nos goleiros reservas que o elenco possui ?

Com o resultado, o Bahia continua na vice-rabeira da tabela de classificação, com apenas 31 pontos, à frente apenas do Criciúma (30 pontos), o próximo adversário do tricolor baiano na quarta-feira, lá em Santa Catarina, uma briga de atolados em areia movediça.   

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   Dinei e Wilson em Chapecó 

  O Vitória precisava vencer pra sair da zona e o Chapecoense também, pra não entrar. Jogo em Floripa (Florianópolis), no começo da noite de domingo.  Em casa, a equipe sulista começou impondo seu ritmo, com maior posse de bola, tentando encurralar os visitantes e o time baiano só arriscando contragolpes. Muita marcação no meio campo, nenhuma chance clara de gol, até os 25 minutos. Foi quando rubronegro deu o ar da graça, começou a ‘gostar do jogo’ e armou sua primeira boa trama de ataque: Dinei, impedido, perdeu o gol na pequena área. Aos 36’, Richarlysson cobrou falta longa, da direita e assustou o goleiro Danilo. Muita correria mas nenhuma emoção maior nos primeiros 45 minutos. 

 A equipe Chapecó voltou com a corda toda no começo da segunda etapa, na pressão, criando situações de perigo, empurrada pela galera. Aos 13’, o atacante Leandro perdeu, de frente para Wilson, após boa triangulação do ataque Chapecó.  Aos 16, saiu Marcinho, apagadão, e entrou Juan. O time baiano equilibrou. Aos 17, após bela  arrancada de Nino Paraíba, Juan   perdeu o gol no primeiro toque que deu na pelota. Aos 22, de falta, o meia Camilo quase acerta o ângulo de Wilson. Aos 27’, a defesa rubronegra fez a ‘linha burra’ pedindo impedimento, Tiago Luis entrou livre, de cara, mas Wilson saiu bem, fechou e salvou nos pés do atacante, na chance mais clara de gol da partida até então.  Aos 35’, em bela tabela com Cáceres, pela direita, Dinei encheu o pé e fez um golaço : 1 x 0.  Aos 40’, Wilson atirou-se nos pés do atacante Chapecó, na pequena área, fazendo outra defesa fundamental, garantindo o placar.  Ótimo resultado.

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Destaques para o goleiro Wilson, que garantiu o resultado e Dinei, autor do golaço de centroavante. Mais Cáceres, Ze Wélisso e Nino Paraíba. 

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   Lomba entrega em Pituaçu  

   Tarde domingueira morna e de chuva fina na Fonte Nova, público razoável apenas para o confronto de dois clubes de massa.  O Bahia com nova feição, um time mais jovem, mais pegador, como gosta o novo (?) treinador Charles, a escalação recheada de garotos oriundos das divisões de base. O Corínthians com alguns desfalques e gente nova disposta a ganhar espaço no time titular. Afinal, o time paulista está brigando pra ficar entre os quatro primeiros.

Um primeiro tempo igual, de jogo brigado, a bola disputada com sede no campo inteiro. O ‘Timão’ trabalhou mais pelo meio e o Tricolor buscou explorar os avanços pelas laterais e as bolas paradas. Poucas finalizações de tramas.

  Houve um lance de emoção logo aos 5 minutos: cobrança de falta pela esquerda dos pés de Galhardo e Kiesa cabeceou para as redes, mas a arbitragem apontou impedimento do artilheiro, anulando o gol.  Aos 24 minutos, após um escanteio em favor do Bahia, o goleiro Cassio, esperto, deu um chutão rápido, inteligente e encontrou a defesa tricolor toda adiantada, com Lomba estranhamente mal colocado e plantado, Malcon entrou de cara e  fuzilou: 1 x 0. Bobeira total, gol de baba de praia.  Cassio 1 x 0 Lomba.  

Daí, os paulistas se fecharam e exploraram, como gostam, os contragolpes nos erros e afobações do time da casa, desesperado.  O tricolor foi pra cima. Aos 41’,  Galhardo cobrou um escanteio, a bola pegou curva e chocou-se no travessão corintiano, quase o empate. Aos 43’, um chutaço de canhota do garoto Bruno Paulista, da entrada da área, para ótima defesa de Cássio, espalmando. Forte pressão tricolor no final e muita  catimba corintiana para conter o ímpeto do time da casa, sob uma  arbitragem pusilânime do árbitro Elmo Rezende Cunha.

  Com a vantagem,  o Corinthians voltou mais assentado para a segunda etapa, tocando, amansando a bola, gastando tempo, enervando ainda mais o adversário. Sem saída de bola, Charles fez mudanças: pos o garoto Rômulo no lugar do ineficaz Rafael Miranda, e o atacante Henrique no de Pará, aos 16’, buscando mais ofensividade.  Galhardo arriscou de longe, passou perto. O Bahia equilibrou, foi pra frente.   Aos 24’, Bárbio, que acabara de entrar no lugar de Galhardo, enfiou na área e Kieza desviou, empatando o botando fogo na partida: 1 x 1.  Lá e cá, o jogo ficou aberto e perigoso,  em alta velocidade. Mano Menezes trocou:  Danilo  substituiu Petrus e Gustavo x Luciano, aos 33’.  Aos 38’, cruzamento largo de Danilo, da esquerda, e do outro lado Renato Augusto, na quina da pequena área testou forte, no meio do gol e Lomba, mal colocado, aceitou: 2 x 1. O torcedor na arquibancada, injuriado :”Pô! Toda bola que vai dentro entra;  que goleirinho de ‘m’!”   Péssimo resultado. Afundando mais o time pra segundona !

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No time vencedor, um goleirão (Cássio) que praticou boas defesas, catimbou e ainda fez o lançamento para o primeiro gol dos paulistas. Gil na zaga, um meio campo combativo e o meia baiano Petros correndo o campo inteiro. Um time duro de ser batido. 

No Bahia, que não atuou mal, foi lamentável a atuação de Lomba, em mais uma jornada infeliz.  Não fez uma só defesa difícil e quando o time precisou dele falhou bisonhamente; isso tem se repetido nesse Brasileirão. Galhardo e Bruno Paulista foram os melhores no meio campo.  Lucas Fonseca e Fahel sem pernas, sem forças.  Sobraram vontade e suor, sobretudo na meninada, mas faltou talento, inspiração na hora de decidir.  

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  Neymar e Talisca

  Na terça à tarde, o amistoso Brasil x Áustria, em Viena. Muita expectativa por mais uma exibição de Neymar, fazendo gols e jogando bonito. William também tem jogado bem. O novo time de Dunga está invicto e sem sofrer gol. Tiago Silva, zagueiro que foi o capitão na Copa, perdeu espaço para Miranda e também a faixa de capitão para Neymar, anda choramingando  na reserva. Assim é o futebol,  assim é a vida, um vaivém.  A luta de cada dia às vezes é medonha, mas chorar não é bom caminho.

No mais, torcemos para que o treinador coloque em campo o nosso Talisca, pela primeira vez vestindo a amarelinha titular, nem que seja por uns minutos. Olho na telinha!

 É Galo ou Raposa ?

  Quarta à noite, no Mineirão, acontece a partida decisiva Cruzeiro x Atlético MG, pelo título de campeão da Copa do Brasil 2014. No Independência, primeiro duelo, só deu o Galo ( 2 x 0 ), jogando com uma disposição incomum, fazendo valer o apoio da torcida. A Raposa, uma equipe mais técnica e menos vibrante, vai ter de jogar muito para virar o placar. O Mineirão vai estar vestido de azul, BH dividida e acesa.  Bom de apreciar.

  Acompanho com inveja esse duelo, orgulho mineiro, a imaginar se algum dia veríamos pelas bandas de cá um Ba x Vi assim (Fonte Nova/Barradão), decidindo um título nacional, com aquela qualidade e intensidade em campo. Baianice, delírio baiano ! 

Revelações

  Dois jovens jogadores, meias, têm me impressionado ultimamente no futebol  em campos brasileiros: Luan, do Galo Mineiro, e Dudu do Grêmio de Porto Alegre. Outro, que está sobrando, é Ganso, do São Paulo.  Olho neles, Dunga! 



  Ba x Vi em Pituaçu

 Teremos  ainda, na quinta-feira, o Ba x Vi de volta  e decisivo pelas semifinais da Copa do Brasil sub-20, em Pituaçu. O de ida, no Barradão, deu Vitória (2 x 0), um boa vantagem. Mas pelo que vimos no primeiro jogo nada está definido. O tricolor foi até melhor, sobretudo na segunda etapa, e teve chances de vencer, mas num lance de sorte (um chute de fora desviou num zagueiro e matou o goleiro), aos 35’ do segundo tempo, o rubronegro marcou, o rival ficou atordoado  e levou o golpe fatal em contra-ataque aos 47 minutos. Futebol é isso, detalhes.  Técnica e individualmente as duas equipes se equivalem.  Jogando com raça e inteligência o Vitória pode tirar proveito do placar feito e se garantir na final. O rubronegro é o atual campeão da competição na categoria. Tem uma meninada boa de bola dos dois lados, o que dá uma esperança no amanhã. A disputa é boa e sadia, leal.

  Roupa suja
 Lamentável ver e ouvir o apoiador Uélinton, após ser desligado do elenco tricolor, a criticar os diretores do clube, falar em bagunça e panelinhas, dizer que foi boicotado por colegas...   Bem, Uélinton nunca foi de ‘comer reggae’, tem atitudes discutíveis e pimenta na língua, fala de frente o que pensa e gosta de uma ‘balada’, mas  em campo vinha sendo um dos melhores do time, mostrando boa técnica, vontade e botando a bola no chão. Mas, parece, ele e Charles não se bicam.

No rolo de Uélinton e com o retorno de Charles ao comando foram dispensados do elenco tricolor o meia Branquinho, a lateral Diego Macedo e o atacante Potita. Não farão muita falta, pouco ou nada acrescentam. Os ‘hermanos’  Bianccuchi (Maxi e Emanoel) continuam enganando, passam mais tempo na enfermaria do que treinando.  Valem o que ganham? 

   O futebol do Bahia precisa de comando de verdade e de profissionais que entendam mais do assunto bola, dentro e fora das quatro linhas. O Bahia tem momentos de time de várzea.