Colunistas / Esportes
Zé de Jesus Barrêto

BAHIA e Vitória marcham para decidir o baianão

sábado o Botafogo empatou de 0X0 com o Vitória da Conquista, em Pituaçu; e no clássico de Feira de Santana, no Joia da Princesa, domingo à tarde, o Feirense bateu o Bahia de Feira por 3 x 1.
25/03/2013 às 09:32
 Pela rodada de domingo do Campeonato Baiano, os times da Capital – Ba Vi – derrotaram os de Juazeiro, lá e cá.  Na beira do São Francisco, o Vitória, mesmo tomando um sufoco na segunda etapa, conseguiu superar o calor intenso e o péssimo gramado do Adauto Moraes e venceu o Juazeiro por 1 x 0, gol do artilheiro Nicácio, mais uma vez.

  No jogo da provável despedida do Bahia em Pituaçu, diante de cerca de 10 mil torcedores, o tricolor venceu o Juazeirense por 2 x 0, já mostrando um futebol bem melhor do o da estréia em Conquista. O Vitória lidera seu grupo com seis pontos ganhos e o Bahia é líder do outro grupo com 4 pontos. 

Pituaaaço ! 

 No jogo de Salvador, o tricolor começou acuado, enrolado, errando passes, dispersivo ... e só foi acordar na partida por volta dos 30 minutos. O Juazeirense, com mais ritmo de jogo, atacou, pressionou e teve uma chance incrível de abrir o placar aos 28 minutos, quando Titi tentou cortar um cruzamento com a perna direita, na frente da pequena área, e furou bisonhamente, mas o atacante do time do interior conseguiu perder o gol, livre, dentro da pequena área. 

Aos 30’ o Bahia fez sua primeira boa trama, porém o goleiro Maicon fez bela defesa em chute de Adriano. Aos 32’ Titi cabeceou um cruzamento de escanteio no travessão. O Bahia despertou e quase marca aos 34, 35 e 36 minutos. O gol saiu aos 38’, num lançamento preciso e profundo de Rosales para a penetração de Obina que dividiu com o goleiro Maicon, aproveitou o vacilo dele e empurrou para as redes: 1 x 0.

A segunda etapa foi toda do tricolor que abusou de perder chances, algumas incríveis, com Obina (duas vezes de cara com o goleiro), Adriano (uma delas quase em cima da linha) e Mateus (cara a cara com o goleiro) já no final.  O domínio tricolor foi total, mostrando boa evolução. O gol saiu já depois dos 40 minutos, numa cobrança de falta precisa de Talisca (que entrou em lugar de Marquinhos) para a testada de Fahel, sempre ele, fazer 2 x 0.  Placar magro, mas o torcedor gostou.  Foi uma razoável despedida (?) do belo e gostoso estádio bafejado pela brisa do mar e do verde do parque. 

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O grande destaque do jogo foi o meia argentino Rosales, camisa 10,  que se mexe bem, tem boa visão de campo, toca a bola com classe e fez alguns passe em profundidade de quem conhece o jogo; tudo indica que foi, disparado, a melhor contratação do tricolor para a temporada.  Atuaram bem Diones, Fahel e Adriano, arisco na frente.  Obina, ainda gorducho, mexeu-me mais do que no domingo passado.  Talisca entrou aos 30 min da segunda etapa e realizou ótimas jogadas, passando, virando o jogo, batendo bem na bola, chutando em gol; é um garoto talentoso, canhoto.

O Juazeirense deu trabalho no início, mostrou-se uma equipe entrosada, mas sucumbiu diante da melhor qualidade técnica individual do tricolor.

A arbitragem (o trio de Goiás) confusa, marcando muitas faltas, invertendo, paralisando demais o jogo e errando sobretudo na marcação de impedimentos, seguidos.   

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No São Francisco

No ninho das carrancas, o Vitória se deu bem, venceu, contou com a sorte e arrancou três pontinhos importantes, a despeito de não ter feito uma boa partida. A primeira etapa até que foi equilibrada, com muitas bolas alçadas nas duas grandes áreas, já que o desnivelamento do piso não permite que se jogue com bola no chão. Numa delas, como já é de costume, Nicácio testou bem e o goleiro defendeu, mas deu rebote que o próprio artilheiro aproveitou : 1 x 0. 
No segundo tempo o rubro-negro recuou e levou um sufoco, talvez pelo calor ou mesmo pela pressão do adversário, em casa. O Juazeiro abusou de perder gols, meteu duas nas traves do time da capital, mas tomou seu ‘gude preso’.

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No sábado o Botafogo empatou de zero a zero com o Vitória da Conquista, em Pituaçu; e no clássico de Feira de Santana, no Joia da Princesa, domingo à tarde, o Feirense bateu o Bahia de Feira por 3 x 1.    

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“Queremos trabalhar”

O clima entre os ambulantes – vendedores de água, cerveja, refri, picolés, sorvetes, pipocas, roletinhos de cana e doces, merendas ... -  nas arquibancadas de Pituação era, no domingo à tarde, de muita apreensão. 

São cerca de 120, a grande maioria de veteranos vendedores da velha Fonte Nova, pais e mães de família que não sabem o que fazer com o ‘fechamento’ de Pituaçu, pois até agora nada se definiu sobre a presença deles, o credenciamento deles para vender, ganhar seu trocado na Nova Arena Fonte Nova. Eles usam coletes verdes de identificação, com carimbo da Sudesb, e circulam pelas arquibancadas durante os jogos a vender seus produtos. E agora ?  

Fizeram uma pequena manifestação chamando a atenção da imprensa, aos gritos de “ queremos trabalhar!!!” e... têm marcada uma reunião nessa semana que entra com a administração do novo complexo esportivo para resolver o ‘perrengue’.    

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Pituaçu é um belo estádio, arejado, aconchegante... mas a torcida do Bahia sempre foi fissurada pela Fonte Nova. Pituaçu sempre pareceu um ‘campo neutro’ para o tricolor. Lá o Bahia mais perdeu do que ganhou do rival Vitória. Lá, no Brasileirão passado, o tricolor deu vexames, atuava melhor fora de casa.  Ali, de fato, nunca foi um ‘caldeirão’ tricolor.  

O melhor momento do time  em Pituaçu foi  quando subiu da segunda para a primeira divisão. Aqueles 3 x 0 sobre a Portuguesa, a Lusa do Canindé, talvez tenha sido o melhor jogo do tricolor no estádio. Depois, outro bom momento foi  o empate de 3 x 3 com o Vitória que lhe garantiu o título baiano depois de 11 anos de espera.  No mais, muitos joguinhos ruins, decepcionantes  e alguns muito poucos de arrepiar, como aquela virada de 4 x 3 sobre o São Paulo, já pelo Brasileirão.  

Pituaçu  cumpriu seu papel, foi bom jogar lá, apreciar os jogos de suas arquibancadas sentando e levantando a todo instante...   Mas a Fonte Nova é o ‘sonho’ de todo tricolor. A torcida morre de saudades da velha Fonte, mesmo com todas as tragédias lá ocorridas.  
Mas, é preciso que o time em campo comece se impondo no que considera ‘sua casa’. E o primeiro jogo é logo contra o rival Vitória, dia 7 de abril, um jogo festivo e histórico.  Caso vença, pode ir começando a reconstruir a identidade que o clube e a torcida sempre tiveram com a velha e saudosa Fonte Nova, onde, ali sim, o Bahia escreveu as páginas mais gloriosas de sua história: sagrou-se duas vezes campeão brasileiro, foi penta e até hepta campeão baiano. 

Que a nova Arena Fonte Nova inspire e o time volte a jogar bola, com alma, e retome seu lema : ‘Nasceu para vencer ! ’.  O rival Vitória está doidinho pra melar a festa e por  o seu tempero no ‘novo caldeirão’ da Fonte, de repente, uma exuberante casa de espetáculos. 

Mas ... que energias vão emanar dessa nova Arena Fonte Nova?    

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 Cadê o Rei ? 

 Falar nisso, cadê a estátua de Pelé que ficava na velha Fonte Nova, na entrada do lado da ladeira?  O colega jornalista Ronaldo Jacobina escreveu em sua coluna que está restaurada, depois da depredação sofrida, desde 2007, pela restauradora  Marcia Magno, mas não foi entregue ( a quem ? ) porque devem a artista cerca de 5 mil reais por parte do trabalho. 
A Fundação Gregório de Mattos, que pagou 15 paus, disse que a dívida restante é responsabilidade da Sudesb, mas Bobô (dirigente do órgão) sai de baixo e desconhece esse  débito.Também não sabe o que fazer com a estátua do ‘Rei Pelé’, obra de Lucy Viana que foi plantada em 1971,  ano em que a Fonte Nova foi reinaugurada com o novo anel superior de arquibancadas.  Um homenagem mais que justa ao mito, ídolo nacional, o maior atleta do século XX, o maior jogador de bola de todos os tempos.   Mas tem muita gente que, ninguém sabe o porquê, torce o nariz para o ‘Negão’.   Será que nessa Arena Fonte Nova não tem um bom espaço para o monumento?  O Rei merece, sim. 

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 Seleção do Felipão

Nesta segunda tem mais um amistoso da Seleção Brasileira, agora treinada por Felipão. O jogo é em Londres (tá frio pra cacete por lá ) e contra a seleção da Rússia, que vem jogando pelas Eliminatórias  da Europa e tem um ótimo time, vai dar muito trabalho. Olhos graúdos em cima de Neymar e Oscar, os mais talentosos jogadores de nossa equipe, sem dúvidas.  É o escrete canarinho se preparando para a Copa das Confederações, em junho, aqui na terrinha. Passa na tevê.