Espera-se que o torcedor baiano se comporte com educação e não suba nem quebre as cadeiras da Arena Fonte Nova que abre dia 7 de abril
No próximo fim de semana, enfim, Vitória, Bahia e Feirense entram no campeonato baiano; agora sim, pra valer com jogos em Pituaçu e no Barradão e a presença de torcedores nas arquibancadas.
Classificaram-se na primeira fase que terminou nesse domingo o Vitória da Conquista, o Juazeiro, o Bahia de Feira, o Botafogo e o Juazeirense, nessa ordem, os cinco primeiros. Estão degolados e caíram de fato para a segundona do Campeonato Baiano : o Fluminense de Feira e o Atlético de Alagoinhas.
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Assim, teremos a primeira rodada dessa segunda fase do ‘baianão’ armada assim: No sábado jogam no Barradão, Vitória X Botafogo; Botafogo que é uma espécie de time B do próprio rubronegro baiano, treinado por Ricardo Silva (funcionário do Vitória) e com uma equipe formada basicamente por jogadores das divisões de base rubronegras. Coisas do futebol baiano.
No domingo, jogam : Vitória da Conquista X Bahia, no sudoeste baiano; Juazeirense X Feirense, em Juazeiro; e Bahia de Feira X Juazeiro, no Joia da Princesa, em Feira.
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A dupla Bahia e Vitória é sempre considerada favorita, mas é bom lembrar o fiasco das duas equipes de maior torcida na Copa do Nordeste e levar em conta que as equipes interioranas estão em plena competição, vêm jogando, têm mais ritmo de jogo; isso pode favorecê-las. Bahia e Vitória, há mais de um mês só treinando, podem sentir o tempo sem bola, a falta de jogo.
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Por falar em Copa do Nordeste, o Campinense saiu na frente pela disputa do título: venceu por 2 x 1 o Asa, lá em Arapiraca, Alagoas. Com a vantagem, o Campinense espera fazer a festa inédita domingo próximo em Campina Grande, Paraíba. Festa do interior nordestino.
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No Rio de Janeiro, com uma bela exibição do craque holandês Seedorf, o Botafogo venceu o Vasco por 1 x 0 e papou a Taça Guanabara, já está na final do Campeonato Carioca 2013.
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2013 HISTÓRICO PARA
O FUTEBOL BAIANO
Primeiro, a Nova Arena Fonte Nova que deve ser inaugurada oficialmente no dia 7 de abril com shows, a presença da presidenta Dilma Roussef e o clássico Ba X Vi, valendo pontos pelo Campeonato Baiano.
Dá para imaginar a expectativa de todos – autoridades, dirigentes, atletas, torcedores, a mídia esportiva ...
Afinal, é um evento histórico em que as atenções do país inteiro, do planeta bola estarão voltadas para Salvador. Vai tudo funcionar a contento, dentro e fora do estádio? Chegada, engarrafamentos, estacionamentos, fluxo, mobilidade urbana, escoamento ... segurança ... tudo em ordem ou será aquela bagunça, tumulto? Senhor do Bomfim que nos ilumine e proteja!
Como vai funcionar o entorno do estádio, como será feito o controle e a orientação do torcedor, o acesso ao estádio, a chegada das autoridades... Isso tudo exige planejamento, equipes em ação e um pouco de sorte.
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Quantas perguntas ...
E os assentos numerados estarão valendo ou cada um vai se aboletar onde achar por bem e melhor e fica tudo por isso mesmo? O palco, o som, a iluminação ... Será que vai chover ? E se chover de vera, Deus meu, será que o gramado encharca, agüenta? E será que aquelas tais películas de cobertura do estádio suportarão um pé d’água daqueles que costumam desabar sobre a cidade nos meses de abril e maio? Hum ?
Do lado de fora, do lado de dentro ...
Vai ter o tabuleiro de acarajé, aquele cheirinho de dendê no ar ? Onde ?
E o ‘Churrasquinho de gato’, a cervejinha bem gelada, o isopor, a pipoca, o amendoim, o roletinho de cana ? Onde vai ficar a kombi do reggae ?
Como essas coisas, tão baianas, vão se acomodar nessa tal Arena modelo Amsterdã, padrão FIFA europeu ? Não há como não pensar nessas coisas. É cultura, faz parte do nosso comportamento esses fazeres de rua, esses festejos, essas comilanças, esse batuque...
As torcidas ...
E o comportamento do torcedor, a turminha ‘barra pesada’ de ‘Imbatíveis x Bamor’ ?
Vai poder entrar o bandeirão? E as bandeiras com hastes? Nada de foguetes, sinalizadores, pelamodedeus! Chega! Mas... E os instrumentos das bandas , das batucadas das torcidas?
Vão pular sobre as cadeiras, quebrar tudo como estão fazendo no estádio novo do Grêmio? Vai ter gradeado, barreiras de policiais para evitar conflitos entre os idiotas aloprados dessas ‘uniformizadas?’
Espero que, com qualquer resultado em campo, não destruam sanitários, dependências, que não levem pias, torneiras e latrinas pra casa.
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Espetáculo em campo
E que, em campo, seja jogado um futebol de primeira, bonito, bem disputado, com gols... Os jogadores estarão tensos, claro: quem vai querer fazer ‘lambança’ logo num dia de festa ? Quem fará o primeiro gol? Quem vencerá ? Qual a torcida que ocupará mais espaços nas arquibancadas? Quem fará a festa mais bonita ?
A rivalidade é grande. O torcedor tricolor vai exigir um triunfo, que seria até simbólico : ‘aqui é nossa praça, a Fonte Nova, nosso campo, nosso mando, aqui cantamos de galo!’
Já o torcedor rubro-negro, tão orgulhoso do seu Barradão, vai querer ‘melar’ o gostinho tricolor e se impor : ‘ A Fonte Nova é nosso terreiro!’ . A briga é boa e tem história.
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O reinado
Na antiga Fonte Nova o Bahia reinou. Foi ali que o time ganhou seus grandes títulos, um bi-campeonato brasileiro, um penta (anos 50 e 60) , um hepta (anos 1970), e dominou amplamente o duelo com o rubronegro nas décadas de 70 e 80.
Mas o grande rival equilibrou um pouco na década de 90 e fez a festa a partir da entrada desse novo século. Uma farra em vermelho e preto. O Vitória cresceu muuuito depois do Barradão, essa é uma realidade: dentro e fora de campo, com títulos, belas atuações e crescimento da torcida.
Agora, a dupla Ba Vi está de volta, pau-a-pau na Primeira Divisão, Série A do Campeonato Nacional. E com um estádio de primeiro mundo para nele mostrar futebol de elite. É o que queremos e torcemos.
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Elitização nas arquibancadas
Quanto custará o ingresso? Com os preços altos certamente não teremos o mesmo público povão que geralmente freqüenta o Barradão e Pituaçu nos dias de clássico. Vamos ver, como parece, um elitização nas arquibancadas ? ou ...
Ou seja, há muito o que torcer, há muito o que observar, estudar... Ora, futebol também é cultura, cabem olhares ‘antropo-sociológicos’, sim senhor .
A nova Arena Fonte Nova será um belo campo de observação das mudanças, de novos comportamentos, da interações sociais decorrentes dos novos estímulos urbanos, dos novos equipamentos de lazer oferecidos.
Depois desse Ba Vi, dia 7, se tudo correr bem, vamos ver o Bahia logo disputando seus jogos pelo baianão lá no novo gramado? Bahia X Juazeirense vai ter público para justificar o uso integral do novo equipamento?
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A Copa das Confederações
Pois bem, o segundo grande acontecimento esportivo do ano virá na sequência, mês de junho, com a realização de no mínimo três jogos internacionais valendo pela Copa das Confederações, da Fifa, uma espécie de prévia para a Copa do Mundo de 2014. Casa cheia, ingressos vendidos, turismo em alta, a cidade a receber delegações, turistas do mundo inteiro e a mídia especializada internacional.
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Não é pouco; Serão jogos nunca vistos aqui na Bahia.
Vamos ter, por exemplo, o clássico Brasil X Itália, no dia 21 de junho. São duas seleções Campeãs do Mundo – O Brasil tem cinco títulos e a Itália tem quatro, foram as que mais venceram copas. Será o jogo internacional mais importante já realizado em Salvador. Mais história pra ser escrita e ser contada.
Nigéria é Bahia
Além desse clássico, teremos na Bahia a presença da seleção da Nigéria, campeã africana. Isso tem um significado especial para os baianos de Salvador e recôncavo, sobretudo.
A Nigéria tem muuuito a ver com a formação cultural e religiosa de nossa gente. De lá vieram os povos nagôs (Iorubanos ) , os malês, haussás... Nossa gente negra, mestiça tem raízes na África e mais profundamente na Nigéria, Benim e Angola. Os nigerianos vão enfrentar o Uruguai, aqui na nova arena Fonte Nova. E a Bahia inteira vai torcer pra quem ? Adivinha !!!
O Sangue nigeriano corre em nossas veias, o iorubá ainda se fala nos terreiros ketu/nagô da Bahia. Axé !
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E ainda vamos ver o jogo que vai decidir os terceiros e quarto lugares da Copa das Confederações. Jogaço, com ótimas equipes na disputa, com certeza.
Pra quem gosta de futebol, um prato cheio, delicioso, o coração já aos pulos, na expectativa. E depois... bem, vem a Copa do Mundo de 2014, coisa rara. A única que aconteceu no Brasil foi em 1950, a grande maioria dos torcedores nem era viva.
Pra este jovem ancião que voz escrevinha, que tinha apenas dois aninhos em 1950, será a chance única de ver uma Copa do Mundo com esses olhos que a terra um dia há de comer.
Amo a bola, essa rainha encantada, brinquedo de Deus!
