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Zé de Jesus Barrêto

TORCEDOR assiste JUÁXJUÁ na ausência do BAVI

Porque não é admissível, em nenhuma hipótese, que se permita a entrada de quem quer que seja num estádio (ou qualquer outro ambiente cheio de gente) portanto fogos de artifício, bomba
24/02/2013 às 11:41
Em função do fiasco da dupla Ba Vi na Copa do Nordeste e da má aposta do presidente da FBF Ednaldo Rodrigues, o torcedor da  Capital ficou sem futebol no fim de semana – e será assim nos próximos.  A tevê (no caso a rede TV Bahia) mostrou o clássico Juá x Juá  das carrancas, lá do norte do São Francisco: Juazeiro 3 x 0 Juazeirense, pelo Campeonato baiano, sob um solarão intenso e quase ninguém sentado no cimento quente da acanhada arquibancada do Adauto Moraes.  
 
 No clássico de Feira de Santana, o Bahia de Feira enfiou 2 x 0 no Fluminense, no Jóia da Princesa, com pouco mais de três mil pessoas olhando.
 
Gols, pouca técnica, muita disposição dos atletas e jogadas bisonhas de parte a parte, muito por causa das irregularidades do gramado, a bola sempre quicando nervosa , enganando, batendo na canela dos jogadores. 
 
Mas isso é o campeonato baiano. Bahia e Vitória que se cuidem, porque as viagens, o calor, o nível dos gramados e o embalo dos interioranos, na disputa desde janeiro, vão nivelar as equipes em campo. Vão ser um pega pra capar.    


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 Ba X Vi 

Perguntam-me: - até onde irão Bahia e Vitória em 2013 ?  
Ora, não tenho o dom da previsão, ainda mais em assuntos tão imprevisíveis como esse jogo de bola.  Mas...  dou meu pitaco: 
  
 Os dois começaram o ano dando sinais de avanço mas logo caíram feio. O Bahia mais cedo. Fez um joguinho chinfrim na abertura do ano mas, em seguida, jogou razoavelmente em Natal e fez uma boa partida em Fortaleza, vencendo o Ceará com superioridade.  De volta, depois de uma semana de viagem, o time mostrou-se emproado em Pituaçu, meio blasé (como dizem os franceses), burocrático, sem gana, marcando frouxo e sem qualquer agressividade no ataque. Assim , perdeu duas seguidas (Ceará e ABC) diante do irritado torcedor, sob vaias ... e caiu. Problemas fora de campo? Também. E uma bagaceira física.  Quando abriu os olhos do susto, já estava fora da  Copa do Nordeste.  Moral lá embaixo. Fiasco. 

 O Vitória chegou a fazer uma ou duas partidas interessantes, com algumas individualidades  jogando acima da média do time e a mídia rubro-negra empolgada. Mas no Barradão, com a faca e o queijo na mão, diante de sua torcida, decepcionou.  Caiu de quatro para o Ceará porque sua defesa entregou, marcou mal, foi envolvida, falhou; porque seu meio campo não conseguiu jogar, marcou mal e deu chutões; porque a  sorte não estava de bem naquela tarde, porque o treinador Caio jr levou um banho do treinador Ricardinho e as individualidades não conseguiram fazer a diferença.  Esqueçam o chororô de arbitragem, nada demais. Quantas o Vitória ganhou na tora, na arbitragem pusilânime lá mesmo?  

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Comparações ? O tricolor tem uma defesa melhor, mais bem entrosada do que a do Vitória. O meio campo do Bahia é mais marcador, o do rubro-negro mais criativo, tem melhor passe.  O Vitória tem um padrão de jogo na frente mais agressivo, lança mais bolas na área, finaliza mais , busca mais o gol.  O Bahia quer entrar de bola, conduzindo a pelota, não consegue penetrar e não cria nada,  chuta muito pouco em gol e, quando arrisca, chuta mal.  Faltam treinamentos? 

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 No fundo, essa ‘folga’ de mais de mês sem jogos oficiais foi boa a ambos. Para ajustes, equalizações no preparo atlético dos jogadores, da equipe e também em busca de melhor entrosamento, casamento entre os que já estavam e os novos contratados, alguns de comprovada qualidade técnica individual, como Luis Alberto (elegante), Toró (brigador), Cáceres (perdigueiro), Cajá (boa visão de campo), Obina (será o mesmo?), Adriano (é veloz e objetivo), Rosales (sabe jogar), Escudero (arma e chuta), Marquinhos ...
   
 Ora, se vão dar certo e se teremos boas equipes com padrão de jogo definido só vendo em campo com uma boa sequência de jogos. Uma boa equipe depende de encaixes e não se forma de um dia pro outro, num clic. Pois, tempo há para que se ajustem, encaixem suas peças e busquem um jeito de jogar, simples, objetivo, inteligente. Queremos equipes competitivas. Teremos ?  Só veremos em campo, diante de bons adversários.

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Edson, Neymar  e Pelé 

O que Edson Arantes do Nascimento, com a autoridade de quem foi Pelé, disse esses dias sobre Neymar é o mesmo que tenho escrito nessa coluna desde há muito tempo. Tem jogado  mais para si do que para a equipe. Manhoso, vaidoso, não me toques, mira mais a câmara da tevê do que as redes adversárias.   Até quando esse deslumbre ?  Ou não vai nunca virar Profissional?  A Copa se aproxima e a gente quer ver Neymar  decidindo, maduro.   Jogando bola !!!

  Quanto a Pelé, a entidade, não tem comparações. 
  Já o Édson Arantes... é humano, mortal... outra coisa. Mas o que disse é a pura verdade, o garoto deve tomar como um conselho de alguém mais velho, experiente e que quer seu bem. Como todos nós. Que ele não jogue no lixo das viadades o talento que o Criador lhe deu. Amém.

Hoje e agora, Neymar está distante, e muito, de Messi, Cristiano Ronaldo, Imbrahimovic, Xavi, Iniesta ...    Talvez até possua mais habilidades do que um ou outro dos que estou citando, mas em campo joga muuuito menos.  Futebol é gol! É equipe, é inteligência individual e coletiva. Simplicidade.  Nisso Neymar peca, não quer aprender, a cabecinha  nos penteados, nos comerciais  que lhe rendem grana solta.  O problema de Neymar é foco, enquadramento...  

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   Assumam suas responsabilidades

   O episódio dos ‘aloprados’ corintianos em Oruro, na Bolívia, que resultou na morte de um adolescente nas arquibancadas  não é culpa só dos ‘mano’  da uniformizada. Sâo culpados os que arremessaram e devem ser duramente punidos, sim – até para que outros não morram em situações idênticas.  Mas têm culpa também a Comebol, a CBF, a Federação Boliviana de Futebol, a direção dos clubes Corínthians e São José, os responsáveis pelo espetáculo no estádio  etc...   Usurários!

   Porque não é admissível, em nenhuma hipótese, que se permita a entrada de quem quer que seja num estádio (ou qualquer outro ambiente cheio de gente) portanto fogos de artifício, bombas, sinalizadores os quaisquer outros artefatos que ponham em risco a integridade física das pessoas. Jamais!  Mas o que se vê em todos, eu disse todos, os estádios brasileiros?   Até quando?  

É preciso proibir, fiscalizar, impedir, punir pra valer. Sinalizadores... pra que? É um absurdo de risco, de poluição visual, de desrespeito ao outro, de agressão aos pulmões, prejuízo ...   Não se brinca com fogo, aprendi desde tiquito. Até ‘cobrinha’ faz estragos em mãos inocentes ou irresponsáveis. 
 
  Quando vamos ter paz, civilidade, segurança e respeito  nos estádios brasileiros ?   A hora de coibir, de por as coisas no prumo é agora, diante dos fatos (a quebradeira no Morumbi, a avalanche na Arena do Grêmio  e a mais recente tragédia em Oruro) e da proximidade da Copa das Confederações e da Copa do Mundo.  


   O espetáculo é dentro de campo, vamos exigir bom futebol, jogo limpo. Os artistas são os jogadores...  a deusa é a bola.   E passou da hora de acabar com as presepadas, com as gangs fantasiadas de torcedores uniformizados, com os ódios,  as rivalidades estúpidas. Vamos enterrar mais quantos, vítimas da irracionalidade fora e dentro dos estádios? EM nome de quê?

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  Fico a pensar: O que faz uma pessoa (não importa a idade, o sexo, a cor, a crença, o fanatismo) atiçar uma bomba, um míssil em direção a um grupo de desconhecidos somente  no intuito de comemorar um gol feito por sua equipe ? Hum ?  É estúpido.  Criminoso.   Cana neles!