Tecnologia

Depois de 20 anos, sonda espacial que mapeia Saturno faz última missão

No último sobrevoo, também batizado melancolicamente de o "beijo da despedida"
Nara Franco , Rio | 12/09/2017 às 16:16
Sonda espacial
Foto: NASA


A sonda Cassini se prepara para fazer seu último mergulho dentro dos anéis de Saturno. No chamado Grande Finale, a Cassini (que está em órbita hás 20 anos) chegará ao ponto mais próximo do planeta para, depois queimar, na atmosfera. A previsão é que isto aconteça na próxima sexta-feira (15). 

A sonda foi um projeto da Nasa em conjunto com Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) e a Agência Espacial Italiana (ASI). Em 1997, as agências lançaram a missão Cassini-Huygens para melhor compreender Saturno e seu sistema planetário. Ao todo, o projeto envolveu a colaboração de 17 países e um orçamento superior a US$ 3 bilhões.

Junto à sonda, foi acoplada a nave Huygens que, com a ajuda de um paraquedas, conseguiu aterrissar na lua Titã em 2005, o maior satélite natural de Saturno e o segundo maior do nosso sistema solar. Com tal empreitada, pesquisadores conseguiram concluir que a Titã possui características muito parecidas com a Terra. Com um raio de 2.575 km, ela possui temperaturas muito baixas, porém é o único lugar já descoberto com líquido estável na superfície. O ciclo é similar ao da água, porém com metano.

Desde o início da missão, as agências espaciais tinham como objetivo capturar imagens de Saturno, luas e seus anéis, fazer mapas detalhados da gravidade e dos seus campos magnéticos e, consequentemente, entender melhor do que são feitos os seus anéis. 

No último sobrevoo, também batizado melancolicamente de o "beijo da despedida", Cassini terá aqui talvez seu maior triunfo: contribuir para pesquisadores desvendarem o grande mistério que envolve a origem dos anéis de Saturno. 

Até então, a missão mostrou que as partículas que compõem os anéis são menores que um grão de areia e concluiu que os jatos da lua Encélado fornecem boa parte do material de um dos anéis. Grande parte das partículas é composta pela troca entre os anéis e as luas de Saturno.  

O nome de batismo da Cassini é uma homenagem ao astrônomo italiano Giovanni Domenico Cassini, que descobriu quatro satélites de Saturno e a divisão entre os anéis. Já a nave Huygens referencia o físico matemático e astrônomo Christiann Huygens, responsável pela descoberta da lua Titã, em 1665.