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Tasso Franco

GEDDEL: Fim de carreira para um politico que queria ser governador da Bahia

Episódios envolvendo possíveis atos de corrupção e prisão domiciliar aniquilam Geddel
07/09/2017 às 19:58
 1. A trajetória política de Geddel Vieira Lima que já estava praticamente encerrada com sua prisão domiciliar, diante do mega-escândalo das malas contendo R$51 milhões colocadas no apartamento do empresário Silvio Silviera, no bairro da Graça, em Salvador, o qual confirmou hoje a PF que, de fato emprestou o apartamento ao politico baiano com o objetivo de guardar pertences do seu seu Afrisio Vieira Lima, falecido em 2016, sepulta de vez a carreira de Geddel.

  2.  O episódio das malas está sendo considerado o maior escândalo da política baiana, quiçá da politica brasileira, e não há como Geddel reapresentar-se no cenário político. 
     
   3. Nem nos bastidores onde poderia ainda ter alguma influência, isso será possível. E sua debacle trará, também, prejuizos enormes a legenda do PMDB na Bahia, a bancada e a seu irmão Lúcio Vieira Lima, um político apontado como promissor. O mais sensato seria os Vieira Lima ausentarem-se de vez da política, abrindo espaos para outros nomes. Não há mais lugar para eles.     

   4. Geddel era um político versátil. Amparado na força do PMDB e na aliança que este partido fez com Lula para conquistar o Palácio do Planalto, tendo Michel Temer na vice, de quem Geddel é amigo. Foi ministro de Lula, um dos mais importantes - da Integração Nacional com a obra da Transposição do Rio São Francisco -, vice-presidente da Caixa, no governo Dilma Rousseff, e ministro próximo a Michel Temer na articulação política. 

   5. Por duas vezes tentou ser governador da Bahia, em 2010 e 2014, em ambas derrotado. Obteve, em ambas, 1 milhão de votos para cada pleito, o que significa dizer que sensibilizou alguns segmentos e mostrou a força do seu partido.
    
    6.  Diante da força do PMDB sensibilizou ACM Neto a filiar Bruno Reis, então no DEM, no PMDB, hoje ocupando o cargo de vice-prefeito da capital. No rodízio, na Assembleia Legislativa, o atual líder do bloco da oposição é do PMDB, Leur Lomanto Jr. 

   7. Vê-se, pois, que a estrutura partidária do PMDB é enorme e forte, agora, trincada com esse episódio das malas. O deputado Hildécio Meireles já admite refletir e a bancada da oposição na Assembleia perde força sob a liderança de Leur Lomanto, salvo se ele também, exigir o expurgo dos Vieira Lima do comando do partido, Não há outro caminho.
     
   8. A essa altura também sai perdendo o prefeito ACM Neto, alinhado politicamente com Geddel, ainda que nada tem a ver com o episódio das malas. Certamente, Neto também irá refletir. Uma das hipóteses é agregr Bruno Reis noutro partido ou tentar controlar o PMDB, hoje, ainda sob o comando dos Vieira Lima. 

   9. São muitas as hipóteres e possibilidades. O escandâlo das malas terá um enorme desdobramento político. Isso não se tem dúvidas.
     
   10.  Pode ser que, em 2018, com a fraca memória política do povo brasileiro, não tenha a repercusão que está tendo na atualidade. Ainda assim, chamuscará muita gente, na capital e no interior. E, de resto, encerra a carreira política de Geddel.