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Tasso Franco

CANDIDATURA DE RUI ganha oxigênio novo com visita de Dilma a Bahia

Veja nosso comentário e a disputa interna no PT
01/05/2014 às 12:57
 1. A candidatura Rui Costa (PT e base aliada) ganhou oxigênio novo com a presença da presidente Dilma Roussef na Bahia, em Feira de Santana e Camaçari, para distribuição de máquinas ao programa de convivência com a seca e entrega de habitações do Minha Casa Minha Vida. Rui, sempre discreto, não apareceu na fita, para não caracterizar que Dilma veio a Bahia para alavancar sua candidatura.

   2. Dentro do contexto geral, no entanto, Rui é beneficiado com a visita de Dilma na medida em que se revela ao público que o governo do PT tem um programa duradouro no combate à seca, ele que é o coordenador das ações na Bahia, e obras realizadas (e em andamento). E é óbvio que seu marketing político deve ter filmado todos os passos da presidente na Bahia visando aproveitamento na hora oportuna.

   3. O PSB /Rede tentou fazer um contra-ponto com a presença de Marina Silva num evento que premiou a candidata ao Senado, Eliana Calmon, mas, a repercussão política foi mínima, salvo o fato dela dizer que Lula "é o bala de prata" e estaria de sobreaviso para uma possível substituição na chapa.

   4. Sim, o que teve maior destaque durante os dias em que Dilma esteve na Bahia foi as querelas internas no PT e outros partidos, os quais, advogam a presença de Lula na cabeça da chapa com o movimento "Volta Lula". Está tão tensionado que a presidente, em declaração a emissoras de rádio baiana, disse que enfrentará às urnas com ou sem apoio da base, numa resposta ao rebelde PR que se engajou de cabeça no "Volta Lula".

   5. Evidente que se trata de uma frase de efeito, pois, quem coordena a política nacional do PT é o ex-presidente Lula e, como disse o pré-candidato Eduardo Carmpos, dentro de 60 dias (30 de junho, data das convenções) vai se saber, na real, se Lula será ou não o candidato. Ademais, Lula sempre adotou (desde sua última vitória, 2002) a politica de juntar no estilo Tancredo Neves e não vai querer (sendo Dilma a candidata) perder o PR ou outro partido da base.

   6. Pesquisa nova apontou pela primeira vez o crescimento de Aécio Neves (PSDB) passando da casa dos 20% e também um avanço de Eduardo Campos, com Dilma estabilizada. Claro que inaugurações de casas e distribuição de máquinas ajudam a qualquer processo politico, porém, no geral, o que pesa mesmo é o desempenho da economia nacional, a inflação e a perda do poder aquisitivo da população.

   7. E o Brasil está numa fase de crescimento pequeno e ainda haverá uma Copa do Mundo em mais 40 dias, com uma tensão nas ruas que ninguém sabe qual será a dimensão. O governo está mais preparado para enfrentar os protestos. Ainda assim, sempre que isso ocorre, quem está no poder é quem perde.

   8. Daí que, até as convenções partidárias (30 de junho) teremos alta tensão no PT com o "Volta Lula", já tem até um e-mail enviando matérias à imprensa, a Copa, o São João e Dilma enfrentando esse jogo cruzado amigo. Lula não manda dar um basta no movimento porque, sendo político nato, vai esperar a bola rolar para tomar sua decisão.