Colunistas / Política
Tasso Franco

EX-PRESIDENTE LULA submergiu e deixa Dilma com desgaste junto eleitor

Lula deixa Dilma a ver navios sozinha
28/06/2013 às 10:13
1. O ex-presidente Lula da Silva sumiu do mapa. Na linguagem politica, quando isso acontece, diz-se que "o político submergiu". Isso acontece por recomendação do markerting politico quando uma personalidade tem uma exposição excessiva na midia e precisa dar um tempo para não haver desgaste de sua imagem; ou quando ocorre um fato relevante como os protestos que se dão nas ruas do Brasil e o político não quer se comprometer, fazendo de conta que não é com ele, que não sabe de nada (típico de Lula) e deixando o ônus da prova, neste caso, para a presidente da República, Dilma Rousseff, no fundo, sua afilhada e a quem deveria estar protegendo de público e não isolando-a.

   2. Dilma foi até além do que recomenda a boa prática politica e o cerimonial palaciano ao se reunir com o ex-presidente e o marketeiro João Santana, num hotel em São Paulo, assim que os protestos se iniciaram e ela levou uma vaia na abertura da Copa das Confederações, no estádio Mané Garrincha, em Brasilia. 

   3. A rigor, essa reunião deveria ter sido feita no Palácio do Planalto e não em SP. Lula e Santana deveriam ir ao encontro da presidenta e não ao contrário. Mas, mesmo diante dessa submissão, Dilma acatou os conselhos dos dois e falou à Nação, via rede de rádio e televisão, num pronunciamento que provocou mais críticas contra a chefe da Nação do que qualquer outra coisa.

   4. Quando os protestos cresceram com 1.2 milhão de pessoas nas ruas, pancadaria da PM, destruição de patrimônio público por parte de manifestantes, mortes, saques, incêndios de ônibus e carros, Dilma sentiu que o furo era mais embaixo e precisaria se socorrer promovendo um diálogo mais ampla com a sociedade, com os líderes do Movimento Passe Livre, a OAB, presidente do STF, políticos, e sobretudo com sua equipe de governo.

   5. Por sinal, a presidente se apresenta muito mal assessorada, com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso batendo cabeça e ela alçando o ministro da Educação, Aloísio Mercadante, como seu porta-voz diante de uma assessora de Comunicação que está tão muda quanto Lula.

   6. Ora, o ex-presidente Lula tem vasta experiência com movimentos sociais e passeatas, tem integrantes no Ministério Dilma muito próximos de sua pessoa, e, tradicionalmente, gosta de dar opiniões sobre todos os temas, ainda mais os políticos, daí que se estranha o seu silêncio, a sua omissão pública no apoio a presidenta.

   7. Se comporta como se estivesse fazendo de conta que não tem nada a ver com isso, que o Brasil só existiu depois dos seus governos e estava muito bem quando passou a Dilma, que quem está com seu carvão molhado que procure abanos em outros locais e assim por diante.

   8. Lula, todos sambem no meio político, que contribuiu muito para que toda essa revolta estourasse no país, foi no seu governo que aconteceu o Mensalão, foi nos seus períodos governamentais que as alianças políticas mais estapafúrdias foram feitas pelo bem da "tal governabilidade", que se descaracterizou o PT fazendo surgir o PSOL/PSTU e o Rede de Marina Silva, que pessoas que tanto lutaram para construir o PT na forma em que se formatou viu todo sonho ir por água abaixo,com sindicalismo crescente nas hostes governamentais, empreguismo e assim por diante. 

   9. Perdida, encurralada, a presidenta propõe uma Reforma Politica com Constituinte, logo bombardeada, muda para plebiscito à uma reforma política, tema que não está nos protestos das ruas cuja população clama por melhor transporte público e mais barato, educação e saúde com padrões Fifa, fim da corrupção, e não tem capacidade para distinguir o que significa voto distrital ou voto misto; lista aberta ou fechada; financiamento público ou privado de campahas; e deseja, sim, solução para os seus problemas do dia a dia, coisas mais objetivas.

   10. Basicamente, mais investimentos nos setores essenciais, menos gastança dos cofres públicos com dezenas de ministérios e cargos comissionados, fim das viagens supérfluas, estudos sem sentido e uma politica econômica precisa, sem essas vacilos de um ministro da Fazenda, o qual a cada momento apresenta um número para o PIB e outro para inflação, sempre dando errado.

   11. O que aperta o cinto da classe média no momento é a inflação galopante, o endividamente, mais impostos a pagar, enquanto Brasília funciona como se fosse uma ilha da fantasia, o Congresso Nacional de costas para a população fazendo o que deseja, salários, comissões e empreguismo crescente, e agora gastos astronômivos para uma Copa de Futebol algo que já envolve R$28 bilhões. 

   12. Vê-se, pois, que as prioridades palacianas e do Congresso são outras, que o Itamarati, atacado pelos manifestantes, trabalha para perdoar dívidas de países africanos e de Cuba, que o país toma tungas da Venezuela e da Bolivia e fica por isso mesmo.