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Tasso Franco

GABRIELLI bota pimenta no jogo sucessório para mostrar que está vivo

Deputada Luiza Maia (PT) vai a tribuna da Assembleia e diz que o mais preparado do PT é Luiz Caetano, seu marido, único entre os quatro "testado na prática".
12/03/2013 às 10:37

 (Por Tasso Franco)


   1. O entendimento de alguns deputados na Assembleia Legislativa nesta segunga-feira, 11, foi de que o tom dado pelo secretário do Planejamento, Sérgio Gabrielli, em sua entrevista ao jornal A Tarde, quando chama a oposição de "raquítica", critica Geddel, exalta o governo Wagner e diz que a perda de fôlego da Petrobras é com a empresa e não com ele, é de que Gabrielli jogou para sua plateia interna no PT, a facção "Construindo um novo Brasil". 

   2. É como se dissesse: estou vivo e vamos trabalhar senão Rui Costa leva o troféu. Há, nas hostes petistas, o entendimento de que Rui (do grupo Renascer) estaria se articulando melhor, andando mais, tendo melhor visibilidade, daí o tom uma oitava acima de Gabrielli. Ou seja, motivar sua tropa dando sinais de que, em tese, ele estaria mais capacitado para o enfrentamento com a oposição.

  3. A bancada da oposição, que já tinha agendado antecipadamente uma reunião com o prefeito de Feira, José Ronaldo de Carvalho (DEM), aconselha-se com a "voz da experiência". Procura subsídios para o enfrentamento, em 2014, e quer construir (pelo menos teoricamente) um projeto de governo para a Bahia e levar essa mensagem à população a partir de janeiro próximo.

   4. Para tanto, vai promover debates itinerantes e encontros como o que aconteceu com Ronaldo, em outras localidades do estado, e se apresentar, em 2014, com um discurso afinado e projetos. O líder da oposição, Paulo Azi, fala em projetos com "pés no chão e não essas coisas mirabolantes do atual governo". Entre as mirabolantes, o símbolo seria a Ponte Salvador-Itaparica.

   5. O prefeito de Feira, assim como o de Salvador, estão engajados nesse projeto, mas, por ora servem mais como conselheiros do que, como operadores. José Ronaldo, hoje, ficou na dele, e não fez comentários que possam melindrar as administrações estadual e federal, as quais tanto precisa.

  6. Quem foi escalado para criticar Gabrielli, no plano político, foi o presidente municipal do DEM, ex-deputado Heraldo Rocha, o qual considerou a entrevista do secretário do Planejamento "arrogante" e sem pé-nem-cabeça, na medida em que vê uma Bahia se modificando, segundo Heraldo, que só ele enxerga. 
7. Na Assembleia, o deputado Marcelino Galo, o qual é "gabrielista" adotou o mesmo tom de Gabrielli e chamou Heraldo de "vassalo" e uma personalidade politica que não vê o passado (voltou a Herança Maldita) de mazelas deixada por Paulo Souto e outros governantes do então PFL, especialmente o que chama "caos" na saúde.

  8. A deputada Luiza Maia (PT), pra não deixar seu candidato batido (Luiz Caetano deu entrevista na Tribuna da Bahia, de menor repercussão) disse que o PT tem quatro bons nomes para concorrer ao governo, "só que (fez a ressalva) o mais preparado é Caetano". Ainda segundo Maia, Caetano teria transformado Camaçari nesses últimos 8 anos e é o único (entre os petistas) "testado na prática".

  9. Rui Costa, nada comentou. Diz-se que só trabalha. E, Walter Pinheiro, idem. É a sucessão em "banho Maria" com alfinetes e espinhos na sua trajetória.