Colunistas / Política
Tasso Franco

O MARKETING POLÍTICO E CAMPANHAS ELEITORAIS NA CAPITAL

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25/08/2012 às 21:01

 1. As campanhas na capital e outras cidades que têm emissoras de rádio e tv entram na segunda semana no ar. Muita gente pergunta se esses movimentos do marketing politico elegem candidatos. Diria que a organização política, bom candidato, boas alianças e carisma do cabeça da chapa são as bases de vitórias. Agora, o marketing politico quando bem produzido ajuda nesse processo. É de se dizer, ruim com ele (muita gente reclama especialmente os donos das rádios e tvs); pior sem ele.

   2. Agora, o marketing politico quando mal feito, sem traduzir o sentimento do candidato e do eleitorado só faz agravar a situação. É só lembrar da campanha do velhinho de Ulisses Guimarães, em 1989. O emblema do marketing nacional considerado um marco foi o de Fernando Collor e os marajás. Sem dúvida, ajudou a eleger Collor presidente. Na Bahia, a campanha de Waldir Pires, em 1986, "A Bahia vai Mudar" da D&E, ainda é o marco e copiada em slogan e outras peças até os dias atuais.

   3. De 1986 para cá o marketing político ganhou novos ingredientes e os recursos da internet e das redes sociais, o que não existia em 1986, a primeira campanha democrática na tv e no rádio após o fim da Lei Falcão, ainda da ditadura militar. Evidente que a internet facilita e muito a vida dos produtores e é uma ferramentar fabulosa. No Brasil ainda não tem o poder que teve na eleição de Obama, mas, já é forte.

   4. Nesta campanha, por exemplo, o uso da internet e das redes sociais tem sido intensa e tem candidatos a vereador e tb de prefeitos usando mais do que papelaria. A papelaria perdeu força mas ainda é muito usada nas visitas aos bairros, no corpo-a-corpo. Diria que, o candidato do PT, Nelson Pelegrino, é quem melhor usando essa ferramenta, sobretudo porque tem necessidade de agregar seu nome a Lula, Dilma e Wagner.

   5. A papelaria já teve mais força. Pedro Irujo, em 1988, sem saber falar português ao certo usou com muita propriedade e foi um sucesso, com o bondinho e outras peças gráficas que idealizou com sua equipe. Irujo é autor da expressão "cachaceiras" para Cajazeiras, ainda hoje, lembrada.

   6. No atual marketing das campanhas em Salvador os produtores das campanhas de Neto e Pelegrino estão traduzindo bem suas propostas e posições. A equipe de MK está colocando o candidato professoral e isso não nos parece de boa aproximação com o eleitorado. A experiência não pode dar aulas, tem que ser mais humilde. A campanha de Marinho perde com o pouco tempo, mas, ainda assim está muito carregada. Precisa ser mais clean. Da Luz e Hamilton dão recados.

   7. Onde Pelegrino parece perdido é no conteúdo de ataque a Neto nas inserções chamadas popularmente de "comerciais". Se vai pra cima tem que ir com seriedade. Não cola fazer a população de boba colocando Neto com JH. O PT também esteve com JH, até mais do que o DEM, e o povo não é abestalhado. Sabe das coisas. Olivia Santana, que é a vice de Pelegrino, ademais, foi secretária da gestão JH.

   8. Causa também estranheza que Pelegrino, depois de oito meses de pré-campanha e campanha só pontue com 16%. É pouco. Falta-lhe carisma e isso é essencial. Mas, ainda cresce embalado por Lula. Diz-se, nos bastidores, que seu marketing quase não põe Wagner na telinha diante do desgaste do gov na capital. Wagner, no entanto, faz parte do processo. Dilma, dificilmente meterá sua mão em cumbuca.

   9. Também é baixa a pontuação de MK, 8%. Ele diz que recebeu os números (8% em 3 de agosto; 8% em 24 agosto) com naturalidade. Mas, no nosso entendimento é sintomático e preocupante. Sem tendência de crescimento se a campanha polarizar entre Neto x Pelegrino, como parece, bye-bye MK. O radialista não tem mais a empatia eleitoral que tinha nos anos 1980. Marinho tende a cair mais ainda dos 5% que tem. Hoje, sua caminhada no Calabar foi sem sal.
                                                                      
   10. Agora, ninguém pode cantar de galo pra nada. Eleição só termina depois de abertas as urnas. Aliás, só quem pode cantar de galo é Marcelino Galo, como o próprio nome diz. Ou o pastor e deputado Isidório que adotou o pato como marca criativa de sua campanha, em Candeias. Segundo ele, quá-quá-quará 40.
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