Colunistas / Política
Tasso Franco

MAIS NEGOCIAÇÕES E MENOS FUZIS PARA POR FIM A GREVE PM

Veja nosso comentário
05/02/2012 às 10:03
1. A Bahia chega a segunda-feira, 6, sem uma solução para a greve da PM e sem uma luz no final do túnel proporcionando alguma claridade no ambiente desgastante, tanto para os grevistas; quanto para o governo Wagner e com enormes prejuizos para o Estado, para a imagem do governador e para o Produto Bahia, na pré-semana de sua mais importante manifestação da cultura popular, o Carnaval.

  2. Hoje, supunha, e tinha escrito sobre isso, seria o Dia D, domingo da paz, da negociação, mas, o que vimos foram mais tropas chegando, mais fuzis, mais baionetas. Nada, nenhum sinal de concórdia e o movimento se enraiza, agora, não só na Bahia, mas também no Paraná, com apoio de petistas, e no Rio de Janeiro, com previsão para o dia 10 próximo.

  3. O que se passa no governo Wagner para tomar uma atitude tão fora de sua filosofia política? Ainda não consegui entender. Se for para manter a autoridade, ele que sempre foi um grande negociador, é só lembrar de sua ação junto a dom Capio às margnes do São Francisco, desta vez derrapou e feio. Deveria ter negociado e sair desse impasse que só mancha a sua biografia.

  4. A greve está num impasse há dias. As outras associações que ainda negociavam com o governo abandonaram a mesa e, para piorar a situação, o presidente da Assembleia Legislativa usou o QG do Exército para dar uma coletiva à imprensa e anunciar uma espécie de ultimado aos grevistas, para que deixam a Assembleia até a meia noite de hoje.

  5. Ora, o que vimos depois dessa atitude, acoplada ao fato do governo não negociar algum ganho para a categoria, foi que mais policiais e familias se apresentaram na Assembleia gerando uma expectativa muito ruim, porque se o Exército, a quem Marcelo pediu guarida alegando que há 11 PMs com mandatos de segurança na Casa Legislativa, ocupar o espaço, a casa do povo será ultrajada, e ronda o espectro da ditadura recente no país em efetivo.

  6. Lamenta-se, também, a omissão do PT diante da greve, partido que apoiou e segundo Marco Prisco, líder da Aspra, financiou a greve da PM da Bahia, em 2001. E, salvo melhor juizo, foi o contra-cheque de Prisco que serviu de emblema a uma campanha politica. Pelo contrário, o PT, omisso, foi fazer festa politica para Joáo Oliveira, em Lauro de Freitas, quando poderia adiar o evento, pois, nesse momento a RMS registra uma cifra dolorosa de mais de 85 homicidios desde o inicio da greve.

  7. Tudo isso é muito lamentável. Nesta segunda-feira, 6, as escolas reabrem o ano letivo nas redes públicas e privadas. Há temor. As escolas privadas suspenderam as aulas, até faculdades; e a rede pública mantém. O governador, segundo a SEC, está agendado para comparecer a solenidade no auditório da Escola Parque, às 8h30min.

  8. O que todos nós torcemos, o que a Bahia deseja nesta semana que se inicia é o fim desta greve e que haja compreensão de ambas as partes.