Colunistas / Política
Tasso Franco

COMO MARCELO NILO TRABALHA PARA CHEGAR A ONDINA

A estratégia de comunicação é o primeiro passo
15/12/2011 às 23:02
  1. JORNALISTAS pela própria natureza do ser não elegem ninguém. Pelo contrário, atrapalham. O almoço de Marcelo Nilo, presidente da Assembleia Legislativa com os repórteres e colunistas da área politica, hoje, casa cheia a ponto do cerimonial colocar um puxadinho na mesa do salão nobre da Casa, apontou que, pelo menos Marcelo se tornou uma referência na política local, com sua tese de ser uma opção a mais para Wagner, como candidato a governador da Bahia, em 2014.

  2. Deu-se um bombardeio de perguntas e Nilo, o próprio confessou, aprendeu a tratar a diversidade, o contraditório de forma mais civilizada, com Wagner. E não escondeu de ninguém, de forma bem aberta, que está construindo sua pré-candidatura a governador da Bahia na tese de que, se o PT não conseguir emplacar um nome, em 2014, poderá ser uma opção para Wagner.

  3. A pessoas mais próximias, Marcelo, o qual já contratou uma assessoria de imprensa e está dando entrevistas em emissoras de rádio, diariamente, em quatro quadrantes do estado, diz que, do coração, seu nome tem bom acolhimento de Wagner. Isso não fala de público nem expõe sua estratégia de comunicação, mas, como não existem vetos pré-estabelecidos e credita a Wagner um republicanismo acima de qualquer suspeita, trabalha, avança.

  4. Se vai dar certo são outros quinhentos. Por experiência, no entanto, Marcelo sabe e deixou isso bem explícito, que o cavalo só passa selado para quem está preparado para montá-lo. Quem não se exercita, quem não trabalha nessa direção, o cavalo passa e o camarada não sabe ir à sela.

  5. Por isso mesmo que, reconhecendo a preferência do PT para a cabeça da chapa, em 2014, não vê isso como uma exclusividade, e não fará nada que possa desagradar Wagner ou avançar qualquer sinal. Apenas quer chegar 2014 preparado, pronto, para em caso de uma necessidade do governador, aliado da base, porém, extra-PT poder atendê-lo. 

  6. A tese de Marcelo tem sentido porque a base do governo inclui além do PDT, o PP de Mario Negromonte, um outro provável postulante a Ondina, em 2014; o PSD de Otto Alencar, vice-governador e igualmente citado como opção para governador; o PSB da senadora Lídice da Mata, a qual poderá ser candidata por exigência do seu partido, numa provável Aliança Eduardo Campos/Kassab a presidência; e mais os auxiliares PCdoB, PRB e PV.

  7. Então, diante dessa salada de frutas, o próprio PT com 4/5 nomes já pré-citados a governador, Nilo tenta construir sua candidatura entendendo-se por isso, nessa fase inicial, uma massificação do nome e trabalho intenso nas eleições municipais de 2012, e, numa segunda etapa, preliminar, uma quarta reeleicão a presidência da Assembleia Legislativa.

  8. Haja sola de sapatos, conversas, viagens de avião e carreatas para cumprir essas exigências. E é exatamente isso que Nilo está fazendo.