Colunistas / Política
Tasso Franco

PT FOCA SUA ESTRATÉGIA NA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR

VIDE
12/10/2011 às 21:01
 1. A estratégia do PT visando às próximas eleições municipais tem como foco principal a Região Metropolitana do Salvador e depois os municípios de médio porte no Estado. Na RMS, o PT já conta na atualidade com três importantes Prefeituras (Camaçari, Lauro de Freitas e São Francisco do Conde), as mais ricas, e quer expandir sua abragência pelo menos para mais dois centros urbanos importantes, Salvador e Candeias.

  2. O outro centro maior da RMS, Simões Filho, se encontra sob o domínio do PSD de Otto Alencar (seu irmão Eduardo Alencar é o prefeito) e há municípios menores onde o PT vai também tentar ter hegemonia, como Itaparica, Vera Cruz e Dias D'Ávila, este último por erro de alianças, em 2008, na disputa entre 3 mulheres continou sob domínio do deputado Claudio Cajado.

  3. A joia da coroa da RMS é Salvador e o PT já definiu o nome para enfrentar o pleito e deverá, ao que tudo indica ter um nome do PP, do prefeito JH, na vice. Hoje, os seus tradicionais aliados PSB e PCdoB estão distantes de Pelegrino ainda que possam se reagrupar no primeiro turno, e, em última instância num segundo turno.

  4. Os partidos PSB/PCdoB/PRB/PDT/PTB/PV/PR que conversam entre sí podem também lançar um candidato a prefeito, o que seria um complicador enorme para Pelegrino, sobretudo se a candidata na cabeça for a senadora Lídice da Mata. Hoje, diria que Pelegrino está isolado, mas, como a eleição ainda é em 2012, pode conseguir forças para cooptar esse pessoal dissidente.

  5. Daí o papel importante que tem o prefeito JH nesse processo, mesmo desgastado administrativamente. A questão é que JH é politico dos bons e sabe utilizar os mecanismos políticos como ninguém. Ademais, sendo pré-candidato a governador, em 2014, pode jogar à vontade pois, no momento, é o dono da caneta municipal.

  6. Camaçari e Lauro de Freitas têm problemas semelhantes na sucessão porque Luiz Caetano e Moema Gramacho não podem ser mais candidatos às suas reeleições. Hegemônicos no PT e bem avaliados administrativamente ao que tudo indica optaram por ter candidatos do "colete",  desprezando os PEDs internos do partido, Caetano com Ademar Delgado e Moema com João Oliveira, eleitoralmente, ambos fracos, e que dependerão muito dos seus padrinhos.

  7. No caso de São Francisco do Conde a prefeita Rilza Valentim, PT, tem uma administração considerada razoavelmente boa, nada que tenha saltado aos olhos, mas, tem o mérito de ter estancado os conhecidos possíveis desmandos que eram praticados no município, e que entram para o folclore político da Bahia e estão circulando nas varas judiciais.

  8. Em Candeias, o PT tem chances porque a admistração local é desastrosa. A população deste sofrido município estaria sinalizado colocar um gestor que cesse o ciclo de possíveis "desmandos" que ocorrem por lá. Um nome para isso é o do secretário Carlos Martins, da SEFAZ. A questão é que Martins não é do ramo e enfrenta, de cara, dentro da coligação de apoio a Wagner, pelo menos seis pré-candidatos.

  9. Martins, no entanto, tem o mérito de ser uma pessoa da estrita confiança de Wagner e isso pode ajudar nas articulações preliminares. No campo do populismo, o deputado sargento Isidório, agora também com a alcunha de pastor, é o nome mais forte. Isidório é conversável, mas tem posições muitos firmes no plano da pobreza e só ele consegue falar com seu eleitorado. Martins, portanto, precisará de Isidório, se sua candidatura for pra valer.

  10. Em Simões Filho não vejo muita chance para o PT. Depois de Eduardo Alencar, o PCdoB de Daniel Almeida é quem parece ter mais força por lá. Itaparica e Vera Cruz são duas caveiras de burro e Dias D'Ávila, se a coligação PT/PSB não errar novamente tem boas chaces porque a administração Andrea Xavier/Cajado cansou. Em Madres de Deus, o PT deve insistir com Carmen Gandarela.