Colunistas / Política
Tasso Franco

DOIS NOVOS MOVIMENTOS NA SUCESSÃO EM FEIRA DE SANTANA

O que muda com ingresso de Tarcízio no PDT
07/06/2011 às 09:14
Foto: BJÁ
O prefeito Tarcízio rumo ao PDT passaria a integrar a base de Wagner/Dilma
  Dois novos movimentos na sucessão municipal em Feira de Santana aconteceram neste início de junho. O primeiro deles foi a citação nominal do governador Jaques Wagner apontando o deputado estadual Zé Neto, como seu preferencial à condição de candidato do PT, em 2012; e o segundo, a decisão do prefeito Tarcízio Pimenta, desde ontem desfiliado do DEM, de ingressar no PDT, com o beneplácito de Wagner (PT) e do senador João Durval (PDT).

  O deputado Zé Neto admite que a fala de Wagner em sua direção é "um reconhecimento importante ao seu trabalho como parlamentar", agora, em especial, na condição de Líder da Maioria na Assembleia Legislativa. Mas, analisa com cautela o quadro sucessório em Feira entendendo que, pelo menos para ele, ainda é cedo para se debruçar sobre essa questão, ainda que não esteja alheio a ela, porque tem que afirmar seu trabalho como parlamentar.

  Ou seja, Zé Neto quer consolidar um rol de realizações dos governos estadual e federal, no projeto PT/Wagner/Dilma, para então, no momento oportuno, provavelmente no primeiro e segundo trimestres de 2012, entrar em campo pra valer.

  Com essa sinalização de Wagner e a decisão do senador Durval em não ser um empecilho de ingresso de Tarcízio no PDT, ao que se supõe, encerra-se ou fica muito mais difícil a pretensão do deputado Sérgio Carneiro em disputar a legenda do PT, como aconteceu em 2008, quando mesmo depois de escolhido candidato não teve apoio do governador como se esperava. Hoje, uma nova disputa de Sérgio x Zé Neto, numa preliminar como aconteceu em novembro de 2007, não seria salutar para Carneiro.

  A outra questão, o ingresso de Tarcízio no PDT traz uma mudança substancial na política de Feira, uma vez que este partido é da base de Wagner/Dilma, e, como tal, Tarcízio deixará de ser oposição (na prática já não era) e sua esposa deputada Graça Pimenta (PR), idem-idem, esta que, de vez em quando cutuca o governo e tem posições alinhadas com a oposição, como no caso da greve dos professores da UEFS, mas, também divulga seus encontros com secretários de Wagner.

  No PDT, pois, essa posição se alteraria e Tarcízio, em tese, comporia com Zé Neto numa eleição de segundo turno, uma vez que, em Feira, todos os analistas apontam uma eleição em dois turnos. Tarcízio, portanto, não entrará sozinho no PDT.

  E José Ronaldo de Carvalho como fica? Ora, o ex-prefeito de Feira tem controle do DEM e, se quiser, pode se manter neste partido ou ir para o PSDB. Não arriscaria um palpite porque, para Zé Ronaldo, tanto faz; como tanto fez. O que vale, em Feira, é seu nome e ter uma postura de oposição aos governos Wagner/Dilma, como foi em sua candidatura ao Senado, em 2010, forte eleitoramente que é, em qualquer das circunstâncias.

  Para onde também iriam as outras forças políticas de Feira!  Há sinais de que o PMDB pretende marchar com candidatura própria, de Colbert Martins, sem a mesma força pessoal de anos anteriores; a IURD do deputado José de Arimatéia se alinharia inicialmente com o PT de Zé Neto; e o depuado Carlos Geilson, do PTN, uma força independente de Feira é caso para se resolver mais adiante;

  O "durvalismo", em tese, ainda que João Durval não seja contra o ingresso de Tarcízio no PDT, historicamente tende a se alinhar com Zé Ronaldo.