Colunistas / Política
Tasso Franco

WAGNER PARA DEPUTADO; OTTO, SENADOR: É O QUE SE COMENTA

Wagner pode adotar o modelo de ACM, em 1994
10/05/2011 às 11:03

Foto: BJÁ
Governador Wagner sairia candidato a deputado federal, em 2014
  Nos bastidores da Assembleia Legislativa rolou uma insistente conversa nesta terça-feira, 10, em segmentos bem informados do Poder Legislativo dando conta de que, em 2014, há a hipótese de uma desencompatibilização do governador Jaques Wagner (PT) e do seu vice-governador Otto Alencar (PP), o primeiro saindo candidato a deputado federal; e o segundo a senador.

  Claro que é uma análise bastante prematura, com caso precedente no Estado, em 1994, e que poderá ser repetido para acalmar ânimos no PT, eliminar um possível fantasma de Otto na sucessão, como candidato à reeleição ou apenas comandando o pleito e apoiando um nome do PT, colocando Wagner como puxador de votos e um forte candidato à presidência da Câmara, em 2015.

  Para um interlocutor, Wagner teria comentando sobre o desejo de ser candidato a deputado federal, sem citar a desencompatibilização de Otto, e, agora, em círculos cororados da ALBA, o que se comenta é na tese conjunta de sair os dois cabeças do governo, em abril de 2014, abrindo espaços para uma eleição tampão na ALBA, o presidente do Poder Legislativo sendo eleito governador e comandando o processo eleitoral.

  Para que uma tese dessa seja efetivada é preciso, no entanto, que o governo esteja bem avaliado, em 2014, com a base unida em torno de um nome para ser o governador tampão, os mecanismos do Judiciário estejam ajustados, e a oposição permaneça tragilizada.

  Em 1994, com ACM governador da Bahia no auge da popularidade, controlando os poderes Judiciário e Legislativo, ele adotou essa máxima desencompatibilizando-se juntamente com Paulo Souto, que era seu vice, para que Souto pudesse se candidatar a governador.

  O preferido de ACM para ser o governador tampão era o secretário Raimundo Brito, mas, por uma derrapagem este não se desencompatibilizou a tempo, o governo foi passado ao desembargador Ruy Trindade, por 30 dias, e o Palácio de Ondina acabou nas mãos de Antonio Imbassahy, que era o presidente da Assembleia, em eleição indireta na ALBA.

  Tudo deu certo, salvo, óbvio para Raimundo Brito que perdeu a chance de ser governador. ACM foi eleito senador, em 1994; Paulo Souto, governador; e Imbassahy, prefeito da capital, em 1996.

  Se a decisão de Wagner fosse para ser tomada este ano, diria que os sinais são positivos. O governador está forte politicamente, tem grande base na Assembleia, e um presidente da Casa confiável e amigo.

  Mas, essa decisão (se for o caso) só será tomada em 2014, e, até lá, haverá uma nova eleição na Mesa Diretora da Assembleia, em 2013, e o quadro político de solidez de Wagner pode se manter estável ou não.

  Portanto, há uma engrenagem enorme nesse processo, até 2014, o comentário já chegou nos bastidores da Assembleia da desencompatibilização dos dois cabeças de chapa, e como se diz no jargão popular "onde tem fumaça existe fogo".