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Tasso Franco

MINISTÉRIO DAS CIDADES SEM DINHEIRO DEIXA SALVADOR A VER NAVIOS

Até agora só promessas a JH
05/05/2011 às 19:00
   O prefeito João Henrique foi para o PP entendendo que, além de livrar-se do PMDB diante de suas relações conflituosas após as eleições de 2010, quando não se integrou à sua candidatura a governador do Estado e recebeu críticas bastante fortes após o pleito, teria um bom parceiro na ajuda ao município, visto que o deputado Mário Negromonte, por imposição do PP nacional foi escolhido ministro das Cidades. 

    Mas, até agora, lá se vão 4 meses do governo Dilma Rousseff, salvo acenos e promessas nada aconteceu em prol de Salvador. Ademais, fala-se que todos querem ajudar, e ouvimos depoimentos de Pelegrino, Lídice, Imbasshy, Neto, nessa direção, e até do governador Wagner, porém, na prática, a Prefeitura continua a enfrentar muitas dificuldades financeiras e outras. Só na pasta da Saúde, estima-se um deficit da ordem de R$110 milhões.

   Chega-se num momento desses do ano, época de chuvas, ainda bem que estão moderadas em relação a anos anteriores, e ninguém ouve falar de ajudas mínimas e/ou substanciais. O Ministério das Cidades, com o contingenciamento palocciano e a herança deixada por Lula, está esvaziado, sem recursos. O ministro Negromonte sequer é recebido pela presidenta e, recentemente, teria pedido ajuda a um interlocutor para descobrir caminhos de verbas.

   Veja o caso da mobilidade urbana para a Copa 2014: a Seplan, que na época de Walter Pinheiro era favorável ao VLT, agora cozinha o assunto e não decide logo se é VLT ou Bus Rapid. Já foram selecionados 7 projetos de intenções e haverá uma próxima rodada de negociações, em Brasília, no Ministério das Cidades, em junho. Daí, seguirá para o Comitê Gestor do PAC II. Lá se foi, portanto, a metade do ano.

   Sem recursos e temendo as chuvas, ainda estamos no início de maio e elas ainda podem vir mais fortes, o prefeito FH tenta conseguir os recursos do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano (FUNDURB) para obras emergenciais. O Fundo foi criado para dar suporte a projetos de demandas do PDDU, mas, como o prefeito sabe que as verbas federais não chegam (nem chegarão), pelo menos a curto prazo, toma suas precauções.

  JH tenta manter-se vivo, na midia. Hoje, teve uma reunião com a reitora da UFBA, Dora Leal, cuja pauta foi a ampliação das parcerias existentes entre o município e a instituição universitária, quando convidou-a, através de suas faculdades que ensinam artes, como a Escola de Dança, por exemplo, para ser parceira da Virada Cultural de Salvador, cuja primeria edição ocorrerá em outubro deste ano, com reinauguração do Teatro Gregório de Matos.

   Até lá, quem sabe, o projeto do transporte de massa já terá sido resolvido, o governo do Estado saiu sufoco do seu contingenciamento, e Mario Negromonte passará a existir como ministro, de fato e de direito. Salvador, que é a cidade metropolitana mais atrasada do país, está a merecer uma ajuda, também de fato de de direito, e não apenas promessas e boas intenções.