Colunistas / Política
Tasso Franco

COMUNICAÇÃO CRIA SECOM E MANTÉM PROJETO DO CONSELHO

Agora é mãos a obra
17/01/2011 às 20:01

Foto: Carol Garcia
Agecom passa a Secom e Robinson Almeida dará seguimento ao seu projeto
  Pelo menos duas surpresas aconteceram no anúncio feito pelo governador Jaques Wagner em sua equipe de governo: a substituição do delegado da PF, César Nunes, secretário da Segurança Pública, por outro delegado da PF, Maurício Barbosa, policial que já integrou a SSP como superintendente de Inteligência da SSP; e o desmembramento da AGECOM, a Agência de Comunicação do Governo, da Casa Civil, criando uma Secretaria de Estado - SECOM.

  Sobre a substituição de César Nunes, delegado que vinha realizando um trabalho cheio de altos e baixos na SSP, ninguém havia previsto ou comentado. Segundo uma fonte governamental, Wagner fez a substituição dentro do espírito de renovação de quadros, oxigenação da área, embora considere o trabalho de Nunes satisfatório. Mas, como há muitas cobranças da sociedade, efetivou-se a mudança.

  Os outros nomes apresentados hoje já eram de conhecimento de áreas do jornalismo político, Otto Alencar, na Infraestrutura; Domingos Leonelli, retornando ao Turismo; o deputado Zezéu Ribeiro, no Planejamento; e Albino Rubim, na Cultura. Albino, rx-diretor da Facom/UFBA, inclusive, já fora presidente do Conselho de Cultura e, embora tenha formação acadêmico-jornalística, nunca trabalhou no dia-a-dia da imprensa, mas é uma pessoa com alguma experiência na área cultural.

  Albino representa um modelo diferenciado do atual secretário da pasta, Márcio Meireles, umbilicalmente ligado à cultura, e sem o ranço petista. Albino é da base petista e ninguém espere nada inovador. 

  O novo secretário de Segurança Pública é delegado de carreira e filho do vice-almirante Arnon Lima Barbosa, ex-comandante do 2º Distrito Naval, sendo, portanto, uma pessoa ligada ao sistema de segurança de berço. É jovem e atua na área de inteligência. É provável que dê uma mexida na cúpula da SSP imprimindo mais dinâmica nessa área (a inteligência). 

  O governador ficou de indicar os outros 9 secretários em data oportuna. Ninguém sabe se nessa nova fornada, o comandante da PM, que não tem status de secretário, mas é peça importante no esquema de segurança ficará ou não.

  Quanto a Secom foi uma grata surpresa até porque o chefe da Agecom, Robinson Almeida, é engenheiro e não jornalista. Mas, a vida como ela é. Acaba, portanto, a partir de 2011 o penduricalho da Agecom com a Casa Civil, Bahiatursa e outros. Passa a ser secretaria com orçamento próprio e definições que serão tomadas pelo secretário e sua equipe, sem necessidade de aportes financeiros deste ou daquele órgão.

  Com Robinson na Secom o governo sinaliza que vai dar seguimento ao projeto do Conselho de Comunicação e as chamadas políticas públicas para o segmento, projeto bastante polêmico, já com debates iniciais na Assembleia Legislativa da Bahia.

  Zezéu será uma experiência. É arquiteto por formação e político profissional. Otto Alencar é o chamado tocador de obras. Tem bastante experiência nesse ramo e já foi governador e secretário de Saúde no estilo empreendedor. Leonelli retorna ao ninho da Setur para dar continuidade à sua primeira gestão. Contempla-se, também, a senador éleita Lídice da Mata e o PSB.

  É isso. Agora é mãos à obra.