Colunistas / Política
Tasso Franco

PRIMEIROS MOVIMENTOS DA SUCESSÃO EM FEIRA DE SANTANA

Vai ser uma parada duríssima entre Tarcízio x José Ronaldo
22/12/2010 às 12:00
Foto: Dilson Barbosa
Muito popular em Feira, ex-prefeito José Ronaldo, pode enfrentar forte aliança
  O prefeito Tarcízio Pimenta (DEM) disse ao BJÁ que ainda é prematuro falar em sua sucessão, em Feira de Santana, segundo município mais importante da Bahia. De fato, além de muito cedo para se comentar sobre esse tema, as nuvens políticas como diria o jornalista Sebastião Nery, ainda estão carregadas, sem definições, e elas se movimentam no decorrer do processo político que acontecerá em 2011.


Mas, como esse assunto está na boca política de Feira, sobretudo porque implica na ocupação de um mesmo espaço por dois dos seus mais importantes políticos, José Ronaldo de Carvalho (ex-prefeito, DEM) e Tarcízio Pimenta, dificilmente essa aliança será mantida, em 2012, e até se discute se essa hegemonia partidária (DEM) sobreviverá.


Acho difícil às duas premissas: que José Ronaldo e Tarcízio se mantenham no DEM, porque esse é um partido em fase terminal; e que sigam unidos, em 2012. A lógica política determina que, para um mesmo espaço, só cabe um e não dois, e ambos querem ser prefeitos, Ronaldo retornando à Prefeitura; e Tarcízio pleiteando à reeleição.


É consenso entre os políticos de Feira que, em 2012, haverá um segundo turno no município. Quem seriam os outros candidatos competitivos, ou pelo menos, mais próximos da competitividade: o deputado José Neto (PT), hoje, principal interlocutor do governo do Estado no município, detentor de 90% dos cargos e ações; e o deputado Colbert Martins, PMDB, derrotado em 2010, mas, dono de presumíveis 50.000 votos.


A ex-deputada Eliana Boaventura (PP) lançou pré-candidatura balão de ensaio. O PRB da Iurd não arriscaria José Arimatéia. O PSDB não tem nomes. Pode ter Zé Ronaldo. O PR não tem nomes. Pode ter Tarcízio. Jairo Carneiro, por sorte, pode chegar a Câmara. Mas, não é competitivo. Sérgio Carneiro também pode chegar a Câmara, mas, depende de Wagner. E, aí, não atrapalharia Zé Neto. Agora, ao que se fala, é a vez de Zé Neto.


E Zé Neto é competitivo numa disputa com Zé Ronaldo e Tarcízio? Não. Ninguém acredita em Feira que, numa disputa dessa natureza, Neto chegue ao 2º turno. Mas, tem sua força política: 30.000 votos em FSA e 82.000 no total para deputado. Porém, um temperamento que não agrega e não sensibilizaria as massas.


E Colbert? Depende de Dilma/Wagner. De repente, numa composição política que ninguém espera, chega a Câmara. Candidato somente pelo PMDB não vinga, sem mandato, sem apoios, não decola.


E estaria descartada uma aliança PR (onde já está Graça Pimenta), PT, PRB e PMDB com Tarcízio na cabeça? Não. É possível. Hoje, todas as lideranças políticas de Feira (Carlos Geilson, José Arimatéia, Graça Pimenta, Jairo Carneiro, maioria dos vereadores, Fernando Torres) se alinham com Tarcízio, o qual por sua vez trabalha administrativamente com o governo Wagner.


Então, no dizer de um político bastante experiente de Feira, a campanha no município pode marchar todos contra Zé Ronaldo entendendo-se que, o ex-prefeito de Feira, pela lógica da política (DEM, ligado a Paulo Souto) será a voz de oposição ao governo Wagner/Dilma.


Então, caso se organize uma engenharia dessa natureza, José Ronaldo, mesmo com os 214.000 votos que teve para o Senado, em Feira, enfrentaria a dicotomia do modelo que está dando certo Lula/Dilma/Wagner/Tarcízio/Zé Neto/PRB contra o DEM, partido que Ronaldo tem controle no município, ou na aliança tucano/DEM.


É uma parada duríssima. Feira, portanto, marcha para o pleito mais emocionante do Estado, pois, salvo melhor juízo, o PT só não senta na cadeira de prefeito de Salvador, em 2013, se for incompetente.