Colunistas / Política
Tasso Franco

WAGNER SE MANTÉM FAVORITO ATÉ FINAL DA CAMPANHA

De ponta-a-ponta
01/10/2010 às 20:03

Foto: Manu Dias
Wagner manteve dianteira dianteira em toda campanha eleitoral
  

  1. A campanha eleitoral na Bahia chega ao seu final sem sobressaltos, sem baixarias, sem a necessidade de uso de tropas federais, num clima de disputa com alguma civilidade. Não ocorreram agressões mais violentas, salvo uma ou outra declaração dos candidatos do PV, Luiz Bassuma, e do PSOL, Marcos Mendes, nos debates, falando em corrupção sem indícios de provas; e ações judiciais do PMDB e DEM arguindo que Wagner se utilizou da máquina pública.

  2. No mais, a campanha começou com Wagner à frente das pesquisa e encerra com essa mesma situação com possibilidades reais de vencer no primeiro turno. Os seus adversários mais competitivos, Paulo Souto (DEM) e Geddel Vieira Lima (PMDB) entendem que existe a possibilidade de um segundo turno e ninguém jogou a toalha. A campanha está em topo pique até o fim, na noite de sábado.

   Nesse final, com Marina Silva (PV) comandando uma "Onda Verde" nas grandes cidades este partido também ganhou fôlego na Bahia e, embora Bassuma não chegue a pontuar nem com 1/3 do que tem a candidata à presidente do seu partido é possível que possa atingir entre 3% a 5% dos votos válidos. Se chegar a 5% seria uma ajuda substancial a um esperado 2º turno por parte das oposições.

   Marcos Mendes, do PSOL, também melhorou sua posição na capital e grandes cidades a partir de suas participações nos debates e deve pontuar acima de 1% dos votos válidos. Se chegar a 3% como esperam alguns psolistas ajudaria e muito a possibilidade de eleger Hilton Coelho a deputado estadual, dependendo do coeficiente eleitoral, ao que tudo indica será alto. Evidente que, se isso acontecer, aproxima a possibilidade de segundo turno na majoritária.

   Nada, no entanto, pelo menos até agora e com base nas pesquisas Ibope/DataFolha que abale a confiança dos petistas na vitória de Wagner no primeiro turno, com algo em torno de mais 2% a 4% em relação à sua votação, em 2006 (52.89%), o que atingiria entre 54.89% e/ou 56.89%. Mais provável que seja o 54.89%.

   Wagner trafegou nesta campanha com bastante tranquilidade, embora, uma campanha política sempre enseja tensões. Veja que, durante todo o processo, ele não foi ameaçado por Souto ou Geddel, o primeiro atuando sempre em curva descendente entre 31% e 15%; e o segundo com evolução pequena do seu desempenho, entre 11% e 15%. Ainda assim, agora é que o eleitorado se decide com mais precisão, e ambos podem ter algo em torno de 40% dos votos válidos ou mais, porque Souto se mantém com 18% e Geddel com 15%.

   A estrutura política de Geddel é mais sólida e tem mais recursos do que a de Paulo Souto, este abandonado à beira da estrada pelo PSDB. A dúvida é saber quem emergirá desta campanha como a segunda força da política baiana, com alguns sinais de que Geddel pode assumir essa posição embora não esteja bem eleitoralmente na capital e na RMS. Mas, suas bases no interior não se diluiram como as do DEM e do PSDB muitas das quais se agregaram a Wagner, isso com a ajuda substancial de Otto Alencar (caso do DEM) e Marcelo Nilo (PSDB).

   Como esses partidos não reagiram agora, como fez o PMDB, podem sair dessas eleições menores do que entraram. É o que se prevê. O PSDB, então, deve continuar nanico.

  A dúvida maior das eleições se situa na pleito para o Senado. César Borges (PR) que começou favorito disparado à frente dos seus concorrentes, sobretudo Lídice da Mata (PSDB) e Walter Pinheiro (PT) viu essa margem se estreitar e, ultimamente, as pesquisas ainda o apontam à frente, ao lado de Lídice, com Pinheiro nos seus calcanhares. Em outra, Pinheiro é que está à frente, César em segundo e Lídice nos calcanhares de César.