Não tem o menor cabimento as declarações do candidato a presidência pelo PSDB, José Serra, dando conta de que se Dilma ganhar, Lula não vota nem como deputado. Serra classificou a eventual eleição (está praticamente assegurada) da petista como "um risco" para o país durante sabatina em O Globo e fez comparativos a ascensão política de Dilma à do ex-prefeito de São Paulo Celso Pita, e Lula a Paulo Maluf, ambos como fiadores de um "mesmo fenômeno político".

   Ora, esse filme já vimos em situação bem mais adversa, em 2002, quando Lula se apresentou com chances reais de vitória e eleito foi presidente, e se difundiu que seria um risco para o país, sendo usada até uma atriz famosa de TV para emoldurar esse cenário. E, passados oito anos desse episódio, o Brasil melhorou sua posição no cenário nacional apesar dos tropeços com o mensalão e outros fatos de deboche com as instituições nacionais, caso mais recente, o "Receitagate".

   E, o que foi mais sintomático: enfrentou uma crise financeira mundial e saiu-se bem, além de ter se posicionado no cenário internacional como um modelo a ser seguido. Então, as afirmações de Serra demonstram desespero do candidato diante da situação adversa que se encontra, praticamente sem chances de chegar a presidência, e nada aponta precocemente que o governo Dilma será um fracasso.

   Pelo contrário: sendo um governo de continuidade do presidente Lula tem tudo para ser bom, manter a estabilidade econômica do país, avançar em conquistas para a ascensão de mais pessoas para a classe média, se firmar como uma Nação respeitada internacionalmente e atravessar seu período de gestão sem maiores traumas. O mundo na atualidade vive um momento de estabilidade financeira, salvo sinais de que possa haver uma guerra contra o Irã diante da ameça de se tornar uma potência com armas atômicas, e o Brasil tem tudo para dar certo.

   Tentar jogar detritos no ventilador antes da partida começar e ao mesmo tempo prometer um salário mínimo de R$600,00 é maluquice pura. Uma coisa não combina com a outra e de demagogia o povo brasileiro já está cheio há tempos. A questão central das discussões com Dilma na Presidência será em torno da concentração de poder com o PT partido que não dá sombra, sendo igual a mandacaru.

   Esse sim que será o tema central dos debates uma vez que o PMDB vai querer seu quinhão no governo, o PSB emergirá dessas eleições com mais força do que em 2006, o PCdoB também, e o jogo do poder, a mexicanização do Brasil, a estatização, o avanço dos radicais, a censura à imprensa, esses sim que serão os temas que vão permear os debates. 

  Na área econômica, se Dilma seguir a cartilha de Lula e do Plano Real tem tudo para dar certo. E, Lula, ao contrário do que pensa Serra, voltará como candidato praticamente imbatível à presidência, em 2014.