Colunistas / Política
Tasso Franco

ELEIÇÕES 2010: É MUDAR OU CONTINUAR

Não há meio termo na política nem dois vencedores
23/03/2010 às 08:20
 Por enquanto os candidatos de oposição ao governador Jaques Wagner (PT), ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) e ex-governador Paulo Souto (DEM) têm situado que a atual gestão estadual não vem correspondendo à expectativa do povo baiano e aquilo que o então candidato eleito se propôs em mudar a Bahia, em especial, com a força do presidente Lula em "casadinha" bem explorada na campanha de 2006. A visão da oposição é de que isso não vem ocorrendo a contento, daí que é preciso mudar de novo para melhorar.       Ora, essa é a questão central da campanha, o cerne, pois, na ótica do governador ele não só está cumprindo bem o seu papel, como tem recebido o apoio do presidente Lula e promovido às modificações estruturantes na forma de governar a Bahia, não só no plano administrativo, como nas relações interpessoais. Nesta semana anuncia-se a presença do presidente Lula no estado, certamente com a ministra Dilma, para inaugurar o Gasene e impulsionar a construção da Ferrovia Leste-Oeste, a menina dos olhos do governo estadual.

      Posta assim de forma tão simples essa dualidade, caberá ao eleitor decidir nas próximas eleições se os nomes de Souto e Vieira Lima são aqueles que estariam capacitados para produzir essa nova mudança, fazer com que a Bahia melhore ainda mais, ou se o projeto Wagner/Lula está de bom tamanho, é bem aceito pela população e deve continuar. Em política, no frigir dos ovos essa é a equação final: mudar ou ficar. Não existe meio termo ou dois governos.

      Hoje, pelo que se vê no plano nacional, esse crescimento de Dilma Rousseff nas pesquisas de intenções de votos que surpreendeu até o experiente Montenegro, do Ibope, o sentimento é de manter a política do presidente Lula, muito bem avaliada administrativamente em ano onde a economia deslancha bem melhor do que 2009. Além do que, Lula é um político que sabe trabalhar a emoção do povo brasileiro como poucos. E a massa é guiada, conduzida pela emoção, e isso vale muito mais do que apresentações de propostas.

      Ora, fala-se muito na composição das chapas majoritárias para o governo da Bahia, o que é natural e importante, as alianças sempre reforçam essa posição. Mas, no caso do governador, a prática sinaliza que, independente dessas coalizões, Souto e Vieira Lima, se competitivos se apresentam, têm que convencer o eleitorado de que são idéias para essa nova mudança. O que, convenhamos, ainda não se apresentaram com essa atitude.

      É muito difícil achar na Bahia quem considere o governo Lula ruim/péssimo. Dá menos de 6%. Nesse aspecto, Souto leva desvantagem, pois, os outros dois nomes, disputam o mesmo espaço da competência Lula. Política não se ganha de véspera nem números aparecem nas pesquisas de uma hora para outra. Serra entra em campo no próximo dia 10 e é partir desta data que teremos uma avaliação mais precisa da força do DEM/PSDB, também na Bahia.

      Agora, que ninguém duvide de um segundo turno entre Wagner e Vieira Lima na lógica do mudar continuando. Ou entre Wagner e Souto, entre o continuar e o mudar. As frases, pois, têm diferenças substanciais.