Colunistas / Política
Tasso Franco

A CPI DO METRÔ E A SUCESSÃO

A CPI do Metrosal está sendo constituida sem apoio do PT
11/03/2010 às 10:15
Os líderes dos partidos na Assembleia Legislativa têm prazo curto para indicarem os deputados que vão compor a CPI do Metrô de Salvador. O deputado Waldenor Pereira (PT), líder do governo, diz que seu partido não apresentará nomes. Mas, ele, por força da liderança da maioria terá que fazê-lo e está com a missão de nominar o relator, uma vez que, por tradição da Casa, o autor do requerimento é do PR, deputado Elmar Nascimento, e este deverá ser o presidente.             Elmar é do PR que não se alinha com a base governista e peregrinou as 35 assinaturas dos deputados para requerer a CPI, ano passado, quando o PMDB ainda estava na base do governo e muitos deputados de outros partidos que assinaram o documento, embora alguns da base, não tinham abertura com a governadoria. Ou seja, não eram recebidos pelo governador como passaram a ser, não devido ao requerimento da CPI, mas, de acordo com os novos ventos da pré-campanha eleitoral.

            Vive-se, desde a crise financeira de 2009 que abalou os alicerces das finanças estaduais, obrigando o contigenciamento de R$1 bilhão e de certa forma levando Walter Pinheiro ao Planejamento, político que poderia abrir mais portas em Brasília do que o então secretário, momentos que antevêem uma campanha eleitoral bastante dura e disputada, em 2010. Talvez a mais renhida dos últimos anos.

            Wagner sabe disso. Tanto que vem fazendo um esforço enorme, quebrando arestas, para agregar valores à sua chapa. Daí que o PT vê a CPI como um fantasma que deveria ser posta na Câmara de Vereadores de Salvador. Não só deputados deste partido, mas, hoje, alguns outros que assinaram o documento também têm esse mesmo pensamento. Jogar no colo do PMDB.

            Na Câmara? Isso o prefeito de Salvador não quer nem ouvir falar. Ora, se o chefe do Executivo Municipal já expressou preocupações com a CPI na ALBA, tanto que anunciou uma agenda de visitas de vereadores e deputados a obra, há sinais de que, as articulações partidárias em vários segmentos apontam para uma Comissão que pode nascer sem o ânimo de apurar muita coisa.                                       

            CPI, como se sabe, não pune ninguém efetivamente. Mas, o intenso noticiário e revelações provocam marola e estragos políticos irreparáveis, ainda mais quando se movimenta em ano eleitoral. Posto com essa clareza, essa CPI do Metrô não parece que terá futuro promissor.