Colunistas / Política
Tasso Franco

POR ENQUANTO NÃO HÁ FAVORITOS NEM NO BRASIL, NEM NA BAHIA

Veja comentário com base no DataFolha
28/02/2010 às 11:21
: DIV
José Serra precisa se apresentar como candidato e fortalecer Sudeste e NE
  Como diz o experiente deputado Pedro Alcântara (PR) política não se ganha de véspera. Mas, a julgar pelos números divulgados pelo DataFolha, neste domingo, 28, com o crescimento de Dilma Rousseff (saltando de 23% para 28%) e a queda de José Serra (caindo de 37% para 32%) se o tucano não se apresentar como candidato o mais rápido possível e formatar uma aliança com Aécio Neves, governador de Minas, como candidato a vice, babau. "Inês está morta", como se diz na giria popular.

  Se Aécio era importante numa aliança com Serra, os números do DataFolha revelam que a partir de agora, o governador mineiro passa a ser vital pois a queda de Serra na região Sudeste, que concentra 42% do eleitorado foi de 41% para 28%; enquanto Dilma saltou de 19% para 24%. Marina e Ciro, nesta região mais importante eleitoralmente no país, se mantém, respectivamente, nas faixas de 9% e 12%.

   Um outro dado revelador de que Serra precisa sair imediatamente do casulo, se de fato deseja ser candidato a presidência da República, se situa na região Nordeste onde Dilma saltou de 31% para 36% e Serra caiu de 28% para 22%. É também nessa região que Ciro tem o mair percentual de votos 15%; enquanto Marina é mais fraca com apenas 6%.

  É interessante lembrar que nesta Região está o governo da Bahia tendo Jaques Wagner candidato à reeleição pelo PT, nome que fará dobradinha com Lula/Dilma; o ministro Geddel Vieira (PMDB) também é aliado de Lula/Dilma; e ex-governador Paulo Souto com José Serra (PSDB). Ora, se Dilma cresce ainda mais no Nordeste, em tese, melhora a situação de Wagner devido a legenda do PT (mais do que Geddel que é do PMDB) pois é neste região que Lula tem a melhor aceitação do seu governo, 84% de ótimo/bom.

  Mas é sempre interessante recordar que na eleição a prefeito de Salvador, em 2008, quando havia uma situação parecida como a atual para governador, embora Walter Pinheiro fosse do PT, João Henrique, do PMDB, também soube usufruir da aliança com Lula e isso causou uma tremenda confusão na cabeça do eleitor, com João sendo bastante beneficiado.

  O mesmo poderá acontecer agora com Wagner/Geddel. Vai depender do marketing político de cada qual, de como se fará chegar ao eleitor essa percepção da aliança com Lula/Dilma e se ele a entenderá, levando-se ainda em consideração que Geddel, por força da legislação eleitoral terá que deixar o Ministério da Integração Nacional no início de abril e Wagner continuará como governador.

  A equação política na Bahia é bastante complicada, pois, pelo menos é o que se comenta nos bastidores e isso já existe na prática na administração da Prefeitua de Salvador, numa hipótese de segundo turno, e ninguém de sã consciência acha que Geddel vai ficar patinando nesses 13% atuais, o DEM se alinharia com o PMDB e/ou vice-versa.

  Por enquanto está tudo em aberto, sem favoritismo no Brasil e na Bahia, até porque, no plano nacional dada a performance de Lula (73% de ótimo/bom) um número para Dilma na faixa de 30% ou até um pouco mais é o histórico atual do PT. E, na Bahia, para que Wagner fique mais confortável, o número tem que passar de 50% das intenções na estimulada, o que ainda não aconteceu.