Colunistas / Política
Tasso Franco

WAGNER PRECISA MELHORAR DEVER DE CASA PARA VENCER

Sua avaliação fica com uma massa popular flutuante muito grande no regular
26/12/2009 às 16:21

Foto: AG Brasil
Wagner ainda não se beneficia da transferência da popularidade de Lula no NE, com 82%
  A pesquisa DataFolha publicada ontem sobre a avaliação de desempenho dos governadores aponta o que já tínhamos observado aqui neste site, quando foi publicada pesquisa do mesmo instituto sobre as intenções de votos na estimulada para o governo do Estado, em 2010, que o governador Wagner precisa melhorar ainda mais seu governo para enfrentar seus adversários e obter êxito à sua reeleição. Os números do seu governo em 45% de ótimo/bom com 13% de ruim/péssimo não são confortáveis.

  A performance do governador avançou pouco em relação a mesma pesquisa do DataFolha de março deste ano subindo de 6.4 em nota para 6.5 com uma margem de regular muito alta, numa faixa de 40%, o que revela uma enorme massa eleitoral que está flutuando, sem uma definição precisa do que decidir, em 2010.

  Daí nossa observação dando conta de que o governo precisa conquistar esse contingente eleitoral e de opinião pública com trabalho, justamente para que uma parte desse grupo se desloque para a faixa de ótimo/bom e, assim, o governador se coloque, no momento eleitoral, numa posição mais segura. Se o governo melhorar a faixa ótimo/bom cresce; e se piora, essa faixa se estreita.

  Vale também observar quanto Wagner vai precisar do apoio do presidente Lula, o qual, tem uma avaliação de ótimo/bom no Nordeste em torno de 82%, quase o dobro da situação do governador. Hoje, ainda segundo o DataFolha, a candidata do PT a presidência da República, Dilma Rousseff aparece à frente de José Serra na Bahia, com 34% contra 30%. E, Wagner conta com 39% das intenções de votos; Paulo Souto 24% e Geddel Vieira Lima 11%.

  Isso significa dizer que Lula não está conseguindo transferir para Wagner seu potencial de votos porque o eleitorado avalia o presidente de uma forma e o governador de outra. Ou seja, cada qual deve fazer a sua parte para merecer a confiança do eleitorado. Isso também é válido para Souto, o qual, fora do poder, tem uma avaliação (-6%) em relação ao governador de SP e candidato a presidência pelo PSDB, com 30%.

  Observe, também, que se somarmos as intenções de votos de Wagner (39%) com as de Geddel (11%) teremos um total de 50% que, em tese, seria o número do palanque de Dilma. Mas, isso não se configura na prática porque Dilma tem 34% na Bahia. Então, a mesma observação válida para Lula/Wagner na transferência de votos, vale para os dois palanques Wagner/Geddel em relação a Dilma.

  Como Wagner é quem está no poder não há outra saída para ele senão melhorar ainda mais seu governo, difundindo os programas que estão em curso, inaugurando obras e atrelando suas realizações ao governo Lula. Situação, aliás, que já vem praticando com intensas séries midiáticas nos meios de comunicação de massa e viagens ao interior, embora, pelos números apresentados pelo DataFolha a população baiana ainda esteja com um pé atrás e outro à frente, sem uma decisão final para o processo.

  Wagner, sem dúvida, se apresenta como favorito, tem possibilidades reais de crescimento, mas, o processo ainda está em aberto apontando para um cenário de disputas acirradas em 2010.