Colunistas / Política
Tasso Franco

A CREDIBILIDADE SEVERIANO ALVES

O presidente do PDT na Bahia tem baixa credibilidade
15/08/2009 às 22:23
15/08/2009 - 18:20
A 'GUERRA' DE OCUPAÇÃO ESPAÇOS NO GOVERNO E A CREDIBILIDADE SEVERIANO

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Foto: Divulgação
Moradores do corredor da Vitória reclamam das barracas tomando passeios
 

  O governador Jaques Wagner (PT) deve anunciar na próxima segunda-feira, 17, os titulares das secretarias desocupadas pelo PMDB. Nomes estão circulando à mancheia e uns serão confirmados e outros não.

A demora maior está sendo organizar o PDT, mas, ao que tudo indica, sem conseguir a Educação, o deputado federal Severiano Alves, presidente da legenda na Bahia, pressionado pelo ministro Carlos Luppi, deve se contentar com a Secretaria de Ciência e Tecnologia.

   A questão é que alguns petistas históricos não confiam em Severiano, uma vez que ele tem uma "perna" na Prefeitura de Salvador e está alinhado com o prefeito João Henrique (PMDB), o qual, até pouco tempo chamava de traidor. É impressionante a força de Severiano no PDT, pois, deputados deste partido na ALBA já seguem a base governista há tempos. Na Câmara Federal, o deputado Sérgio Brito, ao contrário, já deixou clara sua posição ao lado do PMDB.

   Argui-se, portanto, se Severiano fechará o acordo com o governador e seguirá com ele até a eleição de 2010. Uma terceira força no PDT, na Câmara, é o deputado Marcos Medrado alinhado com João Henrique e Geddel Vieira Lima desde a campanha de 2008. Mas, MM é um político profissional e joga de acordo com a maré. É desafeto de Severiano por outra questão: a falta de espaços que tem na TV neste partido. Lá adiante, deve decidir sua posição.

   O governo, em tese, não está preocupado com essas dissidências internas no PDT nem quem vai apoiar individualmente o projeto Lula/Dilma/Wagner, em 2010. A rigor, o que deseja é o apoio do partido, da legenda, e agregrar ao seu bloco partidário o tempo no rádio e na TV, na campanha de 2010. E, evidente, isolar o ministro Geddel Vieira Lima.

   No PT, segundo o seu presidente regional, Jonas Paulo, não há nenhuma guerra de ocupação de espaço no governo. A prioridade do PT continua sendo a atração dos aliados e a consolidação da base em torno da candidatura de Wagner, afirmou.
 
   Segundo ele, o processo de recomposição é de inteira responsabilidade do governador Jaques Wagner. "O governador tem dialogado com os presidentes dos partidos, buscando adequar os perfis das pastas aos objetivos de dinamização de áreas tão sensíveis e estratégicas para nossa economia, como as que definem as políticas de desenvolvimento industrial e tecnológico, mineração, transporte e logística".

   Jonas Paulo ainda comentou que é seu dever nesse momento, enquanto dirigente do PT, pautar a importância da consolidação da base de apoio de Lula e Wagner na Bahia para criar as condições da construção de uma ampla frente que represente o projeto nacional e o processo de mudança em curso no estado.

   O presidente do PT está correto, mas, o próprio, ontem, em nota, defendeu uma maior participação do partido no governo. Há uma pressão enorme dos vários grupos petistas, embora, no momento, o governador trabalhe decididamente para manter a aliança com outros partidos, à semelhança de 2006, desta feita, sem o PMDB. Daí que, o governador, sem perder "la ternura" deve impor determinadas situações.