Colunistas / Política
Tasso Franco

O RACHA PT X PMDB NA BATALHA DE PERIPERI

Geddel enfrenta Wagner na disputa pela Prefeitura de Salvador
19/10/2008 às 10:15
  O ministro Geddel Vieira Lima disse recentemente ao BJá que estava participando de uma disputa eleitoral em Salvador, e não de uma "guerra".

  Mas, o que parecia inevitável aconteceu neste final de semana, com o comício do PT no Farol da Barra e a presença do governador Jaques Wagner no palanque de Pinheiro; sequenciado com o comício do PMDB na Praça da Revolução, em Periperi, com Geddel no palanque de João e mais César Borges, Paulo Souto e ACM Neto.

  A aliança do PMDD com o PT estabelecida em 2006 para ajudar a eleger Wagner, e o PMDB tem o vice-governador Edmundo Pereira, no governo, rachou de vez. 

  Evidente que cada eleição é uma eleição e estamos falando de 2008, em Salvador. Mas, a julgar pelas críticas de parte à parte, mesmo Geddel sendo ministro do governo do PT, do presidente Lula, essa recomposição (nada impossível mais adiante) será bastante complicada.

  No domingo que vem, 26, haverá um vencedor. João eleito, vence Geddel; Pinheiro eleito, vence Wagner.

  Nada será como antes, em qualquer das situações, pois, como diria FHC em seus estudos político-sociológicos praticipa-se de uma eleição de olho na próxima.

  E, a próxima é 2010. Geddel não esconde de ninguém que deseja ser governador. Se vencer com João, em Salvador, o caminho fica mais fácil. Se perder, fica mais difícil. Máxima que vale também para a reeleição de Wagner.

  A "guerra" que Geddel não queria já começou. Presenciamos nos últimos dias apenas as "batalhas" iniciais, com as forças do PMDB aglutinando mais "tropas" do que as do PMDB.

  Diria, num comparativo com a Guerra da Independência da Bahia, em 1822, que o PMDB se entrincheirou no subúrbio ferroviário (perto de Pirajá, onde se deu o confronto final em direção a estrada das boiadas, Liberdade) e o PT na mancha matriz da capital (onde se concentraram as forças de Madeira de Melo).

  Eu é que não vou colocar minha mão nesse barril de pólvora. Dia 26, às urnas falarão por sí e o povo dirá quem será o vencedor.