Colunistas / Política
Tasso Franco

VAI SER "TIRO" PARA TODO LADO NO SEGUNDO TURNO

A "guerra" já começou no segundo turno em Salvador
11/10/2008 às 23:01
 A campanha de segundo turno em Salvador vai ter outro tom. Mais forte, mais apimentado. O PT não vai virar "saco de pancadas" como aconteceu no primeiro turno, com reação tardia e molenga. Inernamente, no âmbito do partido, setores da agremiação viram sob essa ótica.

   Primeiro que o governador Jaques Wagner (PT) acordou pra vida e decidiu entrar de "corpo e alma" na campanha de Walter Pinheiro. Depois, pelas declarações de Pinheiro, neste sábado, no subúrbio ferroviário, com críticas mais diretas e duríssimas ao prefeito João, vê-se que, a partir de segunda-feira, 13, quando entra em cena os programas de televisão o pau vai cantar.

   Em relação a Wagner não tinha outra alternativa. A campanha de Salvador não tem meio-termo (vide artigo neste site). Uma vitória de João contabiliza-se vitória de Geddel; uma vitória de Pinheiro, credite-se a Wagner. No caso de derrota, a mesma coisa.

   Não tem esse embromatório de Wagner ao situar João como sendo de sua base. Isso já passou e até era admissível no primeiro turno. Mas, agora, com o DEM se alinhando ao PMDB, também de corpo e alma, o governador tem que eleger seu candidato sob pena de experimentar a pior derrota de sua trajetória após eleito governador.

   O ministro Geddel confidenciou a este site que não está participando de uma guerra e não está trabalhando para derrotar ninguém. É uma declaração diplomática uma vez que, na base, no PMDB e nos aliados de João, sua vitória será tão somente creditada a Geddel e a Lula. Wagner será excluido como aliás já foi na campanha de primeiro turno.

   O "day after" na cúpula será uma coisa tanto no caso de João vencer; quanto no de Pinheiro. Mas, na base, será outra completamente diferente. Assim como o pessoal do PMDB e do DEM, agora unidos, têm Wagner e o PT atravessados na garganta; o pessoal do PT, na base, tem João e Geddel também atravessados na goela.

   A campanha será forte. Duríssima. Pinheiro disse hoje que não tem pai senador, a Prefeitura só trabalha para os ricos e ainda boicota o Hospital Geral do Subúrbio. Essa é a inicial. Na TV vem coisas de arrepiar.

   O PMDB, de sua parte, também não baixará a guarda. Até onde se sabe vai manter a pecha de "traidor" para Pinheiro e dizer que os projetos melhores para Salvador são de João.

  O duelo começa segunda, 13. Mas, as armas já foram postas à mesa neste final de semana.