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Tasso Franco

A RETA FINAL DA CAMPANHA E A VOX POPULI

Tasso Franco é editor deste site
07/09/2008 às 23:01
  A pesquisa divulgada neste sábado (6/9) pelo jornal A Tarde/Vox Populi aponta que a candidatura de ACM Neto, DEM, está estabilizada na faixa de 30% do eleitorado, o que significa dizer sinal meridiano de que estaria no segundo turno.

  O candidato que vinha lhe fazendo frente, passo a passo com ele nessa trajetória desde que foram iniciadas as divulgações das pesquisas de três institutos - Vox, Ibope e DataFolha - Antonio Imbassahy, do PSDB, apresentou tendência de queda registradas pelo Ibope em menos 9 pontos percentuais, no último dia 25, e agora no Vox, com menos 7 pontos, na pesquisa de hoje.

  Daí que houve um distancionamento muito além da margem de erro entre o primeiro colocado (ACM Neto) e os demais, configurando, portanto, a possibilidade real do Democrata ir ao segundo turno.

  Qual dos outros três irá com ele é uma icógnita visto que estão empatados tecnicamente, embora, Imbassahy em curva descendente, João Henrique equilibrando a sua performance e Pinheiro em curva ascendente. Se essas curvas forem mantidas até o final deste mês, obviamente, que o adversário de Neto será Pinheiro.

  Mas, em política nunca se sabe. As críticas postas no programa de João Henrique sobre as atitudes de Pinheiro no Congresso Nacional frente aos desejos do governo federal, a pecha de "traidor" colocada explicitamente no rádio e na TV, atrapalharam e muito a vida do candidato do PT.

  Além disso, de todos, JH tem sido o mais beneficiado nos programas eleitorais da midia de massa, quer pelo tempo de exposição que dispõe; quer porque além de ser corajoso ao fazer críticas diretas aos seus adversários, expõe realizações do seu governo e reduz a sua rejeição junto ao eleitorado.

  Imbassahy tem um programa bem comportado mas está perdido no foco dirigindo críticas a proposta do BBB de ACM Neto, uma coisa que é bem aceita pela população e, sem trocadilho, "testado e aprovado" em várias cidades do Brasil e do mundo ocidental. Além disso, está isolado politicamente, sem discurso inovador e sem apoio de personalidades nacionais.

   Pinheiro compensa seu fraco programa na TV (melhorou a partir da última sexta-feira) com uma intensa movimentação nos bairros, no corpo-a-corpo. Dá pouco espaço a Lídice na telinha e Wagner, o qual, não é grande eleitor (na primeira Vox era aprovado por apenas 22% da população da capital)  só agora entrou um pouco mais na campanha. Mas, em se tratando do governador, sempre é bom.

   Falta-lhe Lula. Ora, ora, João usa Lula melhor do que Pinheiro, pelo menos no marketing. E, dificilmente Lula fará uma carreata para Pinheiro, em Salvador, no primeiro turno, como fez para Marta Suplicy em SP. Salvo se o caldo entornar de vez e houver um apelo governamental.

   A disputa do trio pelo segundo turno está posta na mesa. Há tempo de corrigir rumos de campanha porque estamos no mês da decisão. A partir do dia 15 o eleitor começa a fazer opções mais definitivas e pode até migrar de um para outro candidato, embora, de acordo com as pesquisas, as margens para isso sejam estreitas. 

    Diferente de 2004, a campanha deste ano em Salvador tem 4 fortes candidatos, todos com eleitores apaixonados e votos consolidados.

    Daí que, nesta reta final, a emoção vale muito.