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Tasso Franco

A PESQUISA IBOPE E O VOTO ÚTIL

Tasso Franco é o diretor de redação deste site
07/08/2008 às 11:18
Quem acompanha análises de pesquisas em campanha sabe que o resultado das eleições, na maioria dos casos, não tem nada a ver com as pesquisas iniciais. 

  Daí que as três pesquisas divulgadas até agora sobre as eleições em Salvador (A Tarde/Vox Populi, DataFolha e Ibope) refletem uma tendência, mas, não são decisórias.

  Toda cautela dos candidatos e dos seus assessores é pouca para não cantar de galo antes da hora. Ainda bem que os líderes das intenções nas três amostras, ACM Neto e Antonio Imbassahy, estão sendo cautelosos em suas declarações.

  Há, no entanto, nos números apresentados até agora algumas tendências que devem ser vistas como sinais de alento e preocupações, para quem está na frente; e para quem está atrás.

  Uma delas é o grau de rejeição dos candidatos que não dá sinais de alterações neste primeiro mês de campanha, pela ordem, João Henrique sendo o mais rejeitado, seguido de ACM Neto/Hilton Coelho, Walter Pinheiro e Imbassahy.

  Os números se modificam de instituto para instituto, mas, a essência é a mesma. Há uma rejeição muito forte no sentido de não dar uma renovação de mandato ao prefeito João Henrique e, ACM Neto, embora líder de todas as pesquisas, tem uma taxa de rejeição respeitável, o que poderá influenciar num provável segundo turno.

  Uma outra tendência e que poderá influenciar na decisão de quem vai ao segundo turno se situa no chamado voto útil, quando o eleitor ajusta sua decisão em função do candidato com perspectiva de vitória. 

  O voto útil é mais internalizado no segundo turno. Mas, como em Salvador existem 4 candidatos competitivos disputando o pleito, o eleitor deverá tomar essa decisão no primeiro turno para definir qual candidato irá ao segundo turno.

  Ainda é cedo para essa decisão, o que só deverá acontecer em meados de setembro. Nesse aspecto, a candidatura de Walter Pinheiro deve ser levada em consideração, porque a tendência histórica do PT em Salvador (vide eleições de 1996/2000) é do crescimento desta candidatura nesse período da campanha.

  Se isto acontecer como historicamente ocorre, a tendência aponta na direção de que João Henrique não irá ao segundo turno, isso com base nos números atuais. Haverá, também, uma definição do voto últil entre Neto e/ou Imbassahy.

   Um segundo turno Neto + Imbassahy, historicamente é pouco provável. Mas, também poderá acontecer. Somadas suas intenções de votos, no Vox (19/7) são 50%; no DataFolha (25/7), 52%; e no Ibope (6/8), 56%. Vale lembrar que o "carlismo", com Imbassahy, venceu as eleições de 1996 e 2000, com 51% dos votos.

   Daí que tudo é possível.