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Tasso Franco

JOÃO HENRIQUE SE APROPRIOU DA PANELINHA

Tasso Franco é o diretor de redação deste site
04/08/2008 às 11:16
  A campanha política às eleições municipais em Salvador está completando 1 mês na próxima sexta-feira, 8, e aguarda-se com expectativa a segunda rodada da pesquisa A Tarde/Vox Populi, que será divulgada no sábado, 9.
 
  Por enquanto foi marcada pelas caminhadas dos candidatos nos bairros, dois ensaios de polêmicas e a elevação do tom de críticas do candidato do PMDB aos seus adversários.

  A primeira polêmica se situa no âmbito dos aliados ao governo do Estado, PMDB e PT, no uso da imagem do presidente Lula da Silva. O caso está na Justiça e arranhou ainda mais a aliança entre os dois principais líderes dos partidos, o ministro Geddel Vieira Lima e o governador Jaques Wagner.

  O que vai dar desse embate, nem a madame Beatriz seria capaz de prever. São duas interpretações distintas sobre o parecer da juiza, daí que somente quando o horário eleitoral começar, no final do mês, teremos uma idéia do que poderá acontecer.

  De resto, fissurou as relações entre os dois partidos com reflexos na Assembléia Legislativa, a qual, retorna aos trabalhos em plenário nesta segunda-feira, 4.

  A segunda polêmica está sendo travada entre ACM Neto x Imbassahy em relação ao BBB nos bairros, proposta de Neto para ajudar no combate à violência que Imbassahy considera inviável. Briga sem sentido, porque um não tira voto do outro, mas, como imaginam que ambos podem ir ao segundo turno estão esquentando os tamborins desde já.

  O adversário de Imbassahy e de Neto é João Henrique. E, a depender do grau de compexidade, o outro adversário é Pinheiro. Imaginar que Pinheiro tá "morto" é subestimar a força da coligação PT/PSB/PCdoB/sindicatos/governo e outros. Historicamente, essa força cresce em setembro.
  
  A elevação do tom crítico de João Henrique em direção a Imbassahy e a Neto está correta do ponto de vista do marketing. Estão em sua frente nas pesquisas e, como só pode bater em Pinheiro indiretamente, ataca os líderes.

  Atacar líderes sempre representa uma faca de dois gumes. Porque os líderes têm preferência da maioria e bater na maioria é bobagem. Mas, é uma alternativa. Batia-se muito em ACM por aqui em tempos idos e não dava em nada. Mas, se tanto bater e em decorrência da fadiga de materiais, o poder mudou de endereço.

  Outro detalhe interessante é o seguinte: desde o último debate na Band e durante o último final de semana, o candidato do PMDB se apropriou da "panelinha", peça chave na campanha de Wagner para derrotar Souto. Diz que Neto e Imbassahy são os representantes da "panelinha".

  João é ousado e pode também se apropriar da "casadinha". Aí o PT fica órfão de vez. É como disse acima, o candidato do PMDB "atira" diretamente em Imbassahy e Neto e indiretamente em Pinheiro.

   Acorda Pinheiro.