Colunistas / Política
Tasso Franco

A PESQUISA DATAFOLHA E AVIOLÊNCIA

Tasso Franco é o diretor deste site
25/07/2008 às 10:01
  A pesquisa DataFolha posta hoje, 25, na Folha de São Paulo revela alguns indicadores inrteressantes e que estão norteando a cabeça do eleitorado e, por enquanto, deixando de fora do segundo turno o prefeito João Henrique (19% contra 43% em 2004), e a coligação Walter Pinheiro/Lídice da Mata (7% contra 31% de Nelson Pelegrino/Lídice, em 2004).

  João Henrique deixou escapar da sua sacola eleitoral, em relação a 2004, algo em torno de 25% dos votos (em termos brutos levando-se em consideração o atual eleitoraldo de Salvador 1.7 milhão de votos, correspondente a 400 mil votos), e a coligação do PT/PSB, observando-se a mesma análise algo em torno de 380 mil votos.

   Esses votos, em parte, migraram para Antonio Imbassahy (que não foi candidato em 2004) e estão situados nos 13% dos brancos/nulos (221 mil votos) e 7% de indecisos (apenas 119 mil votos), mesmo número de sulfrágios que teria Pinheiro/Lídice.

   Levando-se em consideração os baixos índices dos indecisos e a consolidação dos votos dos eleitores de Neto e Imbassahy, João Henrique e Walter Pinheiro serão forçados a mudar suas estratégias de campanha para que possam se aproximar dos líderes da pesquisa.

  Não é uma tarefa fácil. João Henrique está sustentando a candidatura na sua performance administrativa, revelando o que fez pela cidade como prefeito. Mas, esbarra seu avanço numa rejeição de 38% do eleitorado. E, faltando apenas 65 dias para o pleito no primeiro turno com uma avaliação entre ruim/péssima em 35%, e sem propaganda de massa no rádio e na TV, fica difícil mudar esse quadro. Vai, certamente, partir para cima de Imbassahy.

  O caso de Pinheiro é assintomático. Embora tenha uma baixa rejeição (20%) é o menos conhecido entre os candidatos. Precisa, pois, fazer o maior número de eventos possíveis (o que aliás está realizando) e associar o seu nome cada vez mais, a Lula e Wagner. Resta-lhe, ainda, a opção política de atacar Neto, o que representa uma faca de dois gumes, quer agora na mídia jornalística; quer no horário eleitoral no rádio e na TV.

  Nesses dois casos, Neto é jovem porém experiente no debate (o Congresso e a liderança do DEM na Câmara lhes deram essa embocadura) e pode ir para o confronto causando até um estrago maior a candidatura Pinheiro; e no horário eleitoral há direito de resposta e a Justiça Eleitoral está rigorosa em relação a possíveis matérias do tipo agressão.

   Dos entrevistados pelo DataFolha que optaram por ACM Neto, 66% afirmam que estão totalmente decididos, enquanto o índice de Imbassahy é de 55% . Dos que cravaram em João Henrique, 64% dizem que não mudarão o voto. Há, portanto, uma consolidação de votos bem definida entre esses três candidatos e qualquer movimento mais agressivo em relação a eles não fará efeito. Ao contrário: pode até ajudá-los. 

  Os líderes da pesquisa (Neto e Imbassahy) sabem disso e estão fazendo uma campanha "light" com revelações de aproximação a Lula/Wagner e propostas para a cidade. Ambos, como não estão no poder, se beneficiam, indiretamente, da onda de violência que tomou conta da cidade, tema predominante aonde se vai, quer nas padarias dos bairros ou nos salões soçaites.

   Se essa situação (aumento da violência registrada diariamente na mídia jornalística) perdurar até a eleição, quem apresentar a melhor proposta municipal nesse segmento, pode acrescentar aos seus indicadores mais percentuais de intenções de votos.