Saúde

MATERNIDADE MCO-UFBA APRESENTA PROJETO MANJEDOURA EM EVENTO NACIONAL

Iniciativa visa promover assistência humanizada e equidade para gestantes em situação de vulnerabilidade via SUS

Da Redação , Salvador | 23/12/2024 às 13:00
Seminário
Foto: UFBA
A Maternidade Climério de Oliveira da Universidade Federal da Bahia (MCO-UFBA), vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), participou do Seminário Equidade Étnico-Racial nas Redes de Atenção à Saúde. O evento realizado em Brasília, de 16 a 17 de dezembro, reuniu gestores(as) e profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) para debater estratégias antirracistas e ações que promovam a equidade étnico-racial nas redes de saúde. 
  
   A superintendente da MCO-UFBA, Sinaide Coelho, participou da mesa-redonda “Equidade étnico-racial nas experiências regionais”, apresentando o “Projeto Manjedoura: A experiência da Maternidade Climério de Oliveira”. Ela explicou: “Falamos de uma experiência relacionada a um programa da Maternidade Climério de Oliveira, uma instituição pública que, além de prestar assistência, forma profissionais na perspectiva do SUS. O Projeto Manjedoura nasce com a proposta de trazer o ‘nascer e viver com amor’, especialmente para gestantes em situações de extrema vulnerabilidade”. 
  
   O Projeto Manjedoura, iniciado em 2021, busca oferecer assistência humanizada e inclusiva a gestantes em situações de extrema vulnerabilidade social, como mulheres em situação de rua, vítimas de violência sexual ou em uso abusivo de substâncias psicoativas, com foco na promoção da equidade. A iniciativa visa garantir direitos fundamentais, como acesso ao pré-natal humanizado, parto seguro e suporte social para mães e bebês. O Projeto também promove o fortalecimento do vínculo familiar e combate a invisibilidade social. 

   Impacto do Projeto 
  
   Desde sua implementação, o Projeto Manjedoura já atendeu 136 pacientes do SUS. Entre os resultados estão: a redução da mortalidade materno-infantil e a garantia do direito ao planejamento reprodutivo. Além disso, “nenhuma das mulheres atendidas perdeu a guarda de seus filhos, graças ao suporte integral oferecido pela equipe multidisciplinar do Projeto”, destacou Sinaide. 

   O perfil das pacientes atendidas indica que, em sua maioria, são negras (92%), possuem ensino fundamental incompleto (61,9%) e vivem com renda familiar de até um salário mínimo (82,54%). O uso de drogas lícitas e ilícitas também foi identificado como um desafio recorrente entre as gestantes. Como destacou Sinaide, “trabalhamos para que essas mulheres tenham seus direitos respeitados e recebam uma assistência de saúde integral e humanizada. É um trabalho árduo, mas transformador”. 
  

   O Projeto possui parcerias como o Ministério Público, a Defensoria Pública e o Conselho Tutelar, visando garantir os direitos sociais das pacientes. Outro aspecto, é a articulação com o Consultório na Rua, que facilita o acesso das gestantes ao serviço. Sinaide explicou: “As mulheres sabem que podem contar com a Maternidade Climério de Oliveira. Muitas chegam espontaneamente buscando atendimento”. A gestora concluiu: “Precisamos fazer a diferença na vida das pessoas. Promover nascimentos mais seguros e assegurar os direitos dessas mulheres é nosso dever enquanto profissionais da saúde”. 
  
   Sobre o Seminário 
 
   O Seminário Equidade Étnico-Racial nas Redes de Atenção à Saúde foi organizado pelo Ministério da Saúde em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Ministério da Igualdade Racial (MIR). O evento reforçou a importância da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) e da  Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI). 
  
   Durante o evento, foi lançado o Painel Saúde da População Negra, uma ferramenta que reúne dados e indicadores específicos sobre morbimortalidade dessa população. A plataforma atende a uma demanda histórica dos movimentos sociais negros e permitirá monitorar a implementação das políticas públicas voltadas à equidade racial na saúde, abrangendo o quadriênio 2021 - 2024.

   Sobre a Ebserh 
 
   A MCO-UFBA faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.