Salvador

CARDEAL DOM SÉRGIO NOMEIA CÔNEGO ABEL INTERVENTOR DA DEVOÇÃO DO BONFIM

Objetivo segundo nota da arquidiocese é promover a unidade e a paz na Devoção do Senhor Bom Jesus do Bonfim
Tasso Franco , Salvador | 04/08/2023 às 17:48
Abalo sísmico na Devoção do Bonfim
Foto: BJÁ
   Em nota na sua página da internet, a Arquidiocese de São Salvador da Bahia, informa que "após empenhar-se através da Comissão de Mediação, constituída por decreto do Cardeal Arcebispo, Dom Sergio da Rocha, desde o dia 02/06/2023, com o intuito de resolver os conflitos surgidos na Devoção do Senhor do Bonfim através do diálogo e da busca da comunhão eclesial e tendo se esgotado as possibilidades de entendimento para o fim dos conflitos, vem comunicar a nomeação do Revmo. Côn. José Abel Carvalho Pinheiro como interventor na Devoção do Senhor Bom Jesus do Bonfim, com o apoio de uma Equipe". 

Ainda segundo a nota, "o objetivo da Intervenção é promover a unidade e a paz, gerir a Devoção e o Projeto Bom Samaritano, a fim de que continuem a sua missão de promoção do culto ao Senhor do Bonfim e a solidariedade com os irmãos mais necessitados, mantendo na Colina Sagrada o clima de fraternidade e paz, como também criar Comissões para a reforma do Estatuto e do Regimento Interno e para as eleições da nova Mesa Administrativa da Devoção, a fim de preservar a fidelidade e a comunhão da Devoção com a Arquidiocese e a sua missão de evangelizar". 

Por fim, diz que "o caminho do diálogo respeitoso e fraterno continuará a ser percorrido com todo o empenho, durante o período de Intervenção, assim como ocorreu com a Comissão de Mediação, em vista do bem desta renomada Devoção e da missão evangelizadora da Basílica Santuário, iluminado sempre pela fé no Senhor Bom Jesus do Bonfim". Salvador, 04 de agosto de 2023.

O QUE ACONTECEU POR LÁ

(CORREIO) Desde de janeiro deste ano, o padre Edson Menezes, 65 anos, da Basílica do Senhor do Bonfim, afirma ser alvo de "perseguição" de Jorge Nunes Contreiras, juiz da Irmandade na época. Em maio, a disputa que envolve o religioso e parte da Irmandade se tornou pública e motivou reações de ambos os lados: manifestação em defesa do padre e agendamento de reunião extraordinária.

O imbróglio teve início quando Jorge Nunes Contreiras tomou posse, dizem fiéis que frequentam a Basílica, mas piorou ao longo dos meses. Sob a condição de não ter o nome exposto pela reportagem, um integrante da Irmandade disse que uma parte minoritária, mas poderosa, do grupo "não respeita o padre".

As primeiras brigas foram motivadas por desavenças durante os preparativos para a festa do Bonfim deste ano, com tentativas de interferências da Irmandade na programação, há 16 anos organizada pelo padre Edson. Uma reunião chegou a ser marcada para decidir sobre "mudanças de poderes" instituídos ao padre Edson Menezes, mas não chegou a acontecer. 

Entre os desejos de Jorge Nunes estava a assinatura da Carteira de Trabalho do padre e limitação quanto ao recebimento das arrecadações financeiras das missas de sextas-feiras e das caixas laterais da igreja.

O padre Edson Menezes deixa o cargo de capelão da Devoção do Senhor do Bonfim, mas segue como reitor da Basílica, podendo celebrar missas e realizar confissões.