Claudia Pires trabalha há 25 anos com marketing, negócios e ESG, é cientista comportamental, fundadora e CEO da so+ma
Claudia Pures , Salvador |
30/03/2023 às 11:47
Praça Lord Crochane
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Em 29 de março, Salvador completOU 474 anos e a data me faz refletir sobre a trajetória de nossa contribuição socioambiental para a cidade ao longo destes mais de 5 anos de atuação local. Costumo dizer que a capital é o nosso case de sucesso no que diz respeito ao meio ambiente e impacto socioambiental, ou mais conhecido pelo termo que está muito em alta: o ESG. É em Salvador que temos toda a cadeia e todos os atores envolvidos e comprometidos com o mesmo objetivo.
Sei que a cidade ainda tem muito a melhorar nas taxas de reciclagem, mas desde que chegamos em Salvador em fevereiro de 2019 conseguimos receber mais de 1.300 toneladas de recicláveis em nossas casas so+ma. Os materiais foram encaminhados para a reciclagem e também serviram como fonte de renda extra para cooperativas e, ainda geraram um acúmulo de créditos para os participantes cadastrados em nosso programa, que puderam trocar os pontos por cursos, descontos no comércio, alimentos, itens de higiene e limpeza.
Ativamos o comércio local no entorno de nossos pontos de reciclagem, firmando mais de 50 contratos com parceiros de recompensas, como restaurantes, mecânicas, cursos e lojas diversas. A so+ma chega e contribui para circular a economia local, gerando mais emprego e renda, a partir da atitude de reciclar.
Desde que chegamos na cidade, mais de 17 mil famílias se cadastraram no programa, o que equivale a 2% da população, resgataram créditos equivalentes a 83 cursos de capacitação, mais de 40 mil itens de alimentação, higiene e limpeza, o que significa aproximadamente R$ 190.000,00 em economia para os participantes do programa. Nos associamos a algumas causas que consideramos complementares e importantes, como mulheres, idosos, crianças, pets e diversidade, apoiando 11 Organizações Não Governamentais (ONGs), que podem receber pontos através de doações dos participantes do programa e trocar por recompensas.
E com a participação de moradores de Cajazeiras, Iguatemi, Imbuí, Mussurunga, Paripe, Patamares, Periperi, Pilar, Pituba, Ribeira, Rio Vermelho e Stella Maris, locais que estão instalados nossas casas de recebimento de recicláveis, conseguimos mapear por meio de dados um atual perfil de consumo de parte da população. Em 2022, o vidro representou 39,7% do total de resíduos recebidos nas casas so+ma, seguido pelo papel e papelão com 28,6%.
A so+ma ao chegar em Salvador, se deparou com a falta de mercado para a compra de vidro reciclado, o que fazia com que as cooperativas não recebessem esse material. Articulamos o que chamamos “Cadeia do Vidro”, que é criar todo o fluxo desde a entrega, até a venda pelas cooperativas do vidro para transformadores, que revendem a indústria. E tudo isso com mensuração de dados e rastreabilidade em todo o processo.
O Programa so+ma vantagens, por exemplo, registra o descarte, venda para o convertedor e retorno para a indústria O método garante ao consumidor que o resíduo teve a destinação correta e retornou ao mercado como um novo item para o consumo. Hoje, este é o único programa em Salvador habilitado para receber vidro, um dos resíduos com maior volume na cidade. Os resíduos coletados são direcionados para a Indústria Vidreira do Nordeste (IVN), localizada em Estância (SE). Para se ter uma ideia, em Salvador, desde que a cadeia teve início já foram mais de 910 toneladas do material desviados do aterro sanitário e devidamente reciclados. Essa quantidade de vidro, equivale ao peso de 828 Chevrolets Onix enfileirados.
Em Salvador, o programa é realizado em parceria com a Prefeitura Municipal da cidade por meio de um termo de cooperação, além do apoio do Grupo Heineken no Brasil, Engepack, WilsonSons, Ajinomoto, Sotero, Ifood, entre outros, e tem como parceiros os hipermercados Assaí e BIG. Ou seja, na capital baiana, temos o poder público, empresas privadas, comércio, população e sociedade em geral colaborando com a sustentabilidade da cidade e nós da so+ma unindo todos os setores como o motor que faz a economia circular girar no município.
