Política

TRUMP ADOTA MEDIDAS FORTES CONTRA ACORDO OCDE E FREFUGIADOS AFEGÃOS

O jogo pesado de Trump e as criptomoedas em alta para alavancar a IA
Tasso Franco , Salvador | 22/01/2025 às 16:10
Donald Trump
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   O novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma ofensiva contra um acordo fiscal global da OCDE que estabelece um imposto extraterritorial mínimo de 15% sobre lucros de multinacionais. A medida, sancionada no Brasil pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em dezembro, projeta uma arrecadação de, pelo menos, R$ 16 bilhões a partir de 2026, e afeta empresas com faturamento global acima de 750 milhões de euros, cerca de R$ 4,7 bilhões

Na segunda-feira (20), Trump assinou uma ordem executiva retirando o apoio dos Estados Unidos ao pacto, alegando que as regras prejudicam empresas americanas. Ele ordenou a elaboração de uma lista de medidas retaliatórias em até 60 dias, com foco em países signatários como União Europeia, Reino Unido, Japão, Coreia do Sul e Canadá.

“Se algum país estrangeiro não está em conformidade com qualquer tratado fiscal com os EUA ou tem regras fiscais em vigor, ou é provável que coloque regras fiscais em vigor, que sejam extraterritoriais ou afetem desproporcionalmente empresas americanas”, declarou o republicano, que também criticou a chamada Regra dos Lucros Subtributados (UTPR).

REFUGIADOS

Em nova medida contra a imigração, o governo Trump cancelou as chegadas de refugiados que já tinham sido autorizados a entrar nos EUA pela gestão Biden, informou a agência de notícias Associated Press (AP) nesta quarta-feira (22).

O cancelamento das chegadas desses refugiados, que tiveram status concedido pelo governo dos EUA após extenso e rigoroso processo, foi determinada em uma ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump na segunda-feira (20). A medida também suspendeu, sem data para retomada, o Programa de Admissão de Refugiados, agência governamental responsável pelo processamento de pedidos de refúgio.

A ordem estava prevista para entrar em vigor na próxima segunda (27), e deixou em aberto a possibilidade de que ainda seria possível entrar nos EUA quem já havia passado pelo longo processo de aprovação como refugiado e tinha passagem comprada para chegar antes dessa data.

No entanto, o Programa de Admissão de Refugiados informou a seus funcionários que "a chegada de refugiados aos Estados Unidos foi suspensa até novo aviso", segundo um e-mail revisado pela AP nesta quarta-feira.

Com isso, milhares de pessoas em várias partes do mundo que tiveram a permissão para ir aos EUA na condição de refugiados e estavam com a viagem confirmada perderam esse direito. Refugiados são pessoas que fogem de seus países para escapar de conflitos, violência ou perseguição para buscarem segurança em outro país.

Entre os afetados estão mais de 1.600 afegãos que haviam sido aprovados para irem aos EUA como refugiados como parte de um programa criado pelo governo Biden após a retirada das tropas americanas do Afeganistão, em 2021. Esse número inclui familiares de militares da ativa do Exército dos EUA e pessoas que contribuíram com o trabalho de soldados norte-americanos durante a guerra.

A medida se soma aos esforços anti-imigração do governo do republicano, que começou na segunda-feira (20). Trump prometeu fazer deportações em massa, declarou emergência na fronteira com o México e liberou prisão de imigrantes ilegais em igrejas, escolas e hospitais. Além disso, o presidente dos EUA quer revogar o direito à cidadania automática para filhos de imigrantes ilegais.

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