Como é que vai ficar a Bahia numa situação dessas? Eis a questão
Tasso Franco , Salvador |
25/12/2024 às 19:00
Governador de Goiás, Ronaldo Caiado
Foto: DIV
MIUDINHAS GLOBAIS:
1. Governadores e parlamentares da oposição reagiram contra o decreto do Ministério da Justiça publicado para regular o uso da força por policiais de todo o país. O documento afirma, entre outros pontos, que o uso de arma de fogo deve ser o último recurso.
2. De acordo com o texto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), armas de fogo só poderão ser usadas quando outros recursos de "menor intensidade não forem suficientes para atingir os objetivos legais pretendidos”. Esse uso não é considerado legítimo contra pessoa em fuga que esteja desarmada; que não represente risco imediato de morte ou lesão para policiais ou terceiros; e contra veículo que desrespeite bloqueio policial em via pública, exceto quando houver risco de morte ou lesão.
3. Para o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), o decreto é um “presente de Natal para o crime organizado”. Segundo ele, o texto promove o “engessamento” das forças e é uma “chantagem explícita contra os estados”.
4. “O decreto impõe aos estados que, caso não sigam as diretrizes do governo do PT para a segurança pública, perderão acesso aos fundos de segurança e penitenciário. Trata-se de uma chantagem explícita contra os estados, que acaba favorecendo a criminalidade”, disse.
5. Na mesma linha, o governador Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal, afirmou que as diretrizes estabelecidas pelo governo são inconstitucionais. “Interferência total. Uma pena que o governo federal, ou melhor, o presidente Lula não saiba seu espaço. Quem faz segurança pública são os estados”, disse o emedebista em entrevista à CNN Brasil.
6. Além dos governadores, o decreto também foi alvo de críticas por parte de diversos parlamentares da oposição. Segundo o senador Sergio Moro (União-PR), "para Lula, a polícia é o problema".
7. "Ninguém é a favor da violência policial excessiva, mas causa espanto que as únicas políticas de segurança pública do Governo federal de que se tem notícia sejam destinadas a vigiar e controlar a polícia! Para Lula, a polícia é o problema. Contra o crime organizado e a criminalidade violenta, ainda não vi nada!”, disse Moro.
8. Na mesma linha, a deputada Silvia Waiãpi (PL-AP) questionou se o objetivo de Lula seria "propor vida mansa ao bandido". "Num país onde a bandidagem está tomando conta das ruas. E o decreto propõe vida mansa para o bandido? O foco do governo Lula é combater a polícia e não combater o crime", afirmou.
7. Nas redes sociais, Caiado definiu a medida como uma “chantagem explícita contra os Estados”, vinculando o acesso a fundos de segurança e penitenciário ao cumprimento das novas normas federais. “O crime organizado celebra hoje o grande presente de Natal recebido do presidente Lula: um decreto que lhes garante mais liberdade de ação e promove o engessamento das forças policiais. É o modelo PT-venezuelano, que parece querer incendiar o país”, disse no X (ex-Twitter).
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8. CASO DA MULHER BALEADA PELA PRF: (GLOBO.COM) Os policiais que abriram fogo contra o carro de uma jovem de 26 anos na noite desta terça-feira (24), véspera de Natal, reconheceram em depoimento que dispararam contra o carro do pai da Juliana, informou o superintendente da PRF no Rio de Janeiro, Vitor Almada.
9. A equipe era formada por dois homens e uma mulher. São policiais rodoviários federais que costumam trabalhar mais em serviço administrativo e estavam fazendo patrulhamento em escala de plantão de Natal.
10. Os policiais usavam dois fuzis e uma pistola automática. As armas foram apreendidas para perícia.
11. 'Pensei que era bandido atirando, porque um policial não iria fazer isso', diz pai de jovem baleada
Agentes envolvidos são afastados pela PRF
12. De acordo com Almada, os policiais alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do carro, deduziram que vinha dele, mas depois descobriram que tinham cometido um grave equívoco.
13. Almada disse que está investigando uma situação que teria ocorrido na mesma estrada alguns quilômetros antes, com outra patrulha da PRF.
14. Segundo os relatos que chegaram até o superintendente do Rio, uma equipe dava apoio a um carro quebrado no acostamento quando teria sido alvo de um atentado a tiros. Um carro teria passado atirando contra os policiais. Todos se jogaram no chão e ninguém se feriu.
15. Também segundo o que chegou ao superintendente, houve um alerta no rádio sobre este ataque. E a patrulha que estava mais à frente foi a que se envolveu neste episódio do carro da Juliana.
16. Tudo isso está sendo investigado internamente e também pela Polícia Federal.
18. Vitor Almada afirmou que “nada justifica o que aconteceu.” E que “a abordagem foi totalmente equivocada e fora dos padrões de treinamento.”
19. O superintendente disse que determinou uma investigação rigorosa. Afirma que - para que haja total independência - foi ele próprio quem pediu que a PF investigue o caso.
20. Vitor Almada lamentou profundamente o ocorrido, pediu desculpas à família da Juliana e coloca a PRF totalmente à disposição da família para o que for necessário.