Política

CASO DOS MOVEIS QUE SUMIRAM E REAPARECERAM NO PLANALTO RENDE POLÊMICA

Mais cedo, o jornal Folha de S. Paulo revelou que a Presidência da República encontrou os 261 itens de mobiliário, cujo “sumiço” foi atribuído por Lula ao casal Bolsonaro
Tasso Franco , da redação em Salvador | 20/03/2024 às 22:55
Janja denuncia sumiço dos moveis que agora reapareceram
Foto: REP
   O governo Lula culpou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela falta de “controle patrimonial” de móveis do Palácio da Alvorada. Em nota, divulgada no início da noite desta quarta-feira (20), o Planalto disse que a compra de novos móveis foi “imprescindível” para “recompor o ambiente do Palácio de acordo com seu projeto arquitetônico”.

Mais cedo, o jornal Folha de S. Paulo revelou que a Presidência da República encontrou os 261 itens de mobiliário, cujo “sumiço” foi atribuído por Lula ao casal Bolsonaro. A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL), prometeu tomar “medidas judiciais” e disse que o “real motivo das acusações caluniosas” sobre os bens da Presidência serviu como “cortina de fumaça” para o atual governo “comprar móveis luxuosos por puro capricho e sem licitação”.

“O relatório, que diz que 261 itens não haviam sido localizados, foi emitido no dia 4 de janeiro de 2023, concluindo um trabalho iniciado em 18/11/2022, feito durante o governo Bolsonaro, e finalizado pela equipe do governo anterior. Foi essa a informação recebida no início desta gestão. Ou seja, quem não sabia onde estavam os itens era a gestão anterior, parte deles abandonados em depósitos externos ao Palácio da Alvorada e sem efetivo controle patrimonial”, argumentou o governo Lula no comunicado.

Segundo o Planalto, a busca por todos os itens foi concluída no segundo semestre de 2023. “Os móveis que foram comprados para viabilizar a mudança do presidente ao Palácio do Alvorada foram os imprescindíveis para recompor o ambiente do Palácio de acordo com seu projeto arquitetônico, e não são necessariamente de mesma natureza dos itens do relatório citado. Foram comprados para recompor o ambiente do Palácio que estava deteriorado, como foi mostrado inclusive por jornalistas”, diz a nota.

NATUZA NERY

A repórter Fernanda Rouvenat lembrou que Natuza Nery esteve no Palácio da Alvorada nos primeiros dias do atual mandato de Lula para mostrar a situação deixada pelos antigos ‘inquilinos’, Jair e Michelle Bolsonaro. 

Na sequência, a própria Natuza surgiu no estúdio da GloboNews, ao lado do âncora César Tralli, para comentar a controvérsia. “Quando eu fui ao Palácio da Alvorada, a Janja disse ‘estamos procurando’”, relatou, referindo-se aos móveis alegadamente desaparecidos. 

A jornalista disse que a acusação “Bolsonaro levou tudo” partiu de Lula. “Ele queimou a largada”, analisou. “Lula tem de pedir desculpas a Bolsonaro, pronto”, opinou Gerson Camarotti. 

Um levantamento mostrou que os 261 itens ‘sumidos’, segundo o casal Lula da Silva, estavam em depósitos da Presidência. 

Os novos ocupantes da residência oficial gastaram quase R$ 200 mil de recursos públicos para comprar móveis e objetos a fim de repor o que teoricamente havia sido levado ilegalmente. 

A visita exclusiva da equipe liderada por Natuza Nery ao Alvorada foi exibida no ‘Jornal das 10’ da GloboNews e repercutida no ‘Jornal Nacional’. Recebeu status de ‘grande furo de reportagem’. Agora se mostra parte de uma constrangedora fake news.