Política

TRUMP E BOLSONARO ACUADOS PELA GRANDE IMPRENSA, MAS DENTRO DA LEI (TF)

A eleição de Joe Biden para presidente dos EUA ainda não tem a chancela oficial
Tasso Franco , da redação em Salvador | 11/11/2020 às 12:17
Trump e Bolsonaro
Foto: DIV
  Há uma forte pressão da imprensa nacional - nem todos os veiculos - para que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dê uma declaração de apoio e reconhecimento à eleilção de Joe Biden à presidência dos EUA, já reconhecida por alguns chefes de Estado, e tida como certa pela imprensa norte-americana. 

   Acontece que, oficialmente, o democrata Biden ainda não foi considerado eleito e Donald Trump, o atual presidente, se recusa a também reconhecer essa vitória alegando que houve fraude no processo eleitoral.
  
  Ora, por direito, Biden exigiu que todos os votos para presidente - os presenciais e os pelo Correio - fossem contados até o fim, o que lhe assegurou - segundo a imprensa dos EUA - 290 votos (20 a mais do que os necessários) no Colégio Eleitoral para ser considerado o vencedor. 

  E Trump, judicializou o pleito - que também é um direito - alegando (sem demonstrar provas) que venceu o pleito e alguns votos não deveriam ser levados em conta. 

   Ambos estão respaldados pela lei. Nos Estados Unidos os votos antecipados (antes do 3 de novembro) e os votos pelo Correio estão previstos em lei; e a judicialização do pleito (demanda de Trump) também está prevista em lei.
  
  Ou seja, ambos têm razões concretas e respaldadas em lei cabendo, portanto, a Justiça determinar nas instâncias estaduais e federais o que vale e o que não vale. 

  Trump já perdeu algumas interpelações judiciais, mas segue (de direito) sem reconhecer a vitória de Biden. Há um prazo, nos Estados Unidos (diferente do Brasil) em que o presidente eleito só é reconhecido oficial pelo Congresso no inicio de janeiro.
  
  Claro que, em todo esse jogo, há o bom senso, a civlidade, o respeito ao eleitor, o que Trump não está considerando visto entender que houve fraudes. Essa decisão final caberá, portanto, a Justiça.

  As declarações do secretário de Estado, Mike Pompeo, ontem, de que "haverá uma transmissão suave para o segundo mandato de Trump" pôs mais lenha na fogueira, porém esse tipo de retórica não amedronta nem altera decisões judiciais nos EUA. Trata-se de uma peça de retórica, pois, Pompeo, não apresentou nenhum dado novo que possa alterar o pleito.
 
  O governo brasileiro optou pelo silêncio. O presidente Jair Bolsonaro se diz amigo de Trump e defendeu, em vários momentos, a política do atual presidente norte-americano. 

  O fato de ainda não ter parabenizado Biden não significa um ato irregular ou fora da lei, da diplomacia formal, e ele não é o único mandatário de uma Nação a não fazer esse reconhecimento. A China e a Rússia estão também aguardando a confirmação oficial. E países alinhados com os EUA como a Inglaterra e a Arábia Saudita estão cautelosos.
 
  A birra da imprensa nacional com Bolsonaro é recíproca. Aliás, foi criada pelo presidente, em especial, com a Rede Globo. 

  Presidente algum (aliás, políticos de uma forma geral) não gostam de jornalismo. Salvo, se for do amém. Se for um jornalismo crítico, independente como deve ser - como é o caso da imprensa do Brasil (em parte) o chefe de Estado de plantão no Alvorada (e nos palácios) estaduais detestam.
 
   E se essa imprensa é maltarada, enxovalhada, apedrajada, há sempre um troco. 

  E, em parte, é isso que imprensa nacional faz com Bolsonaro. Ele está acuado e sem apoio da grande midia. O mesmo acontece com Trump que não tem apoio da grande midia dos Estados Unidos. 

  Agora, ambos, por enquanto, em relação a Biden, agem dentro da lei.