Política

CLASSE MÉDIA EM SSA FICA ÓRFÃ: QUEM HERDARÁ ESSES VOTOS EM 2020 (TF)

Para onde irão esses votos bolsonaristas em Salvador?
Tasso Franco , da redação em Salvador | 10/07/2020 às 17:38
Quem herdará esses votos?
Foto: DIV
   Vamos ter eleições municipais em novembro próximo pleito adiado diante da pandemia do coronavirus. Primeiro turno será dia 15 de novembro para municípios que têm mais de 200 mil eleitores; e segundo turno, dia 29. As convenções que antes eram para ser feitas até 30/6 passaram a ter data última em 16 de setembro. As campanhas eleitorais inclusive na internet se darão a partir do dia 26 de setembro. Até lá, convenções e propaganda, os pré-candidatos em campanha usam os artifícios ou brechas deixadzs pela lei eleitoral e vão usando a internet na divulgação de suas ideias. Mas, não podem usar números nem falar de projetos para suas plataformas.

   A pandemia do coronavirus mudou a trajetória eleitoral de pré-candidatos e está beneficiando, esse é nosso entendimento sem uma comprovação cientifica, aqueles prefeitos que podem se recandidatar e estão realizando bom trabalho no controle da pandemia e tendo bons resultados nessa área. Isso parece-nos óbvios e àqueles pré-candidatos que não têm essa plataforma são prejudicados, pois, enquanto os primeiros (eles e/ou seus candidatos de colete ou de partidos) seguem na mídia por força do combate ao coronavirus, aqueloutros não tem esse espaço. 

  É só observar o que acontece em Salvador, por exemplo, com Bruno Reis colado em ACM Neto, em todos os lugares que ele vai e inaugura alguma coisa, promove algum pronunciamento, e os demais pré-candidatos que estão sem esse suporte. Até mesmo a major Denice Santiago, PT, a pré-candidata do governador Rui Costa não pode fazer isso devido a sua condição de militar e usar a internet apenas divulgando obras do governo na capital. Os demais, desapareceram de cena, ou aparecer pouco. 

  Uma pergunta que está se fazendo no meio político, agora, com a dobradinha Rio Costa (PT) e ACM Neto (DEM) no combate à Covid sendo muito rigorosos com a classe média, os lojistas, os empreendedores pequenos e médios, na flexibilização de medidas para retomar a atividade econômica é, para onde vão esses votos, a maioria na linha ideológica da direita new-bolsonarista, que era simpática ou alinhada com ACM Neto e Bruno Reis e, agora, pelo que ouvimos, não quer saber mais deles. 

Há, no plano nacional, o entendimento nos dias forenses atuais dando conta que Bolsonaro, o presidente, com todos os seus deslizes mantém 32% do eleitorado fiel a ele. 

  E mais: quem votou nele daquela massa de 54 milhões de eleitores (o que corresponde muito mais do que os atuais 32% de ótimo/bom que tem) estaria disposto a votar nele de novo na falta de uma liderança emergente da direta. Hulck não decola e Dória patina, só para citar dois exemplo. E os brasis, em sua maioria, não querem mais Lula; nem Ciro; nem Marina.

  Posto isso, o que se denota e poderia citar depoimentos de pessoas amigas que sempre cotaram no carlismo e hoje repudiam Neto diante sua aliança com Rui, ainda que seja só na saúde, agora, enfurecidos porque estariam sendo vista como os algozes da pandemia. Uma lojista com 35 empregados, carlista 'doente', 3 lojas de joias em shoppings, disse-me em recente conversa que "Neto nunca mais". E amigos meus, da cozinha, que consideravam Neto o melhor prefeito do Brasil dizem que, tudo bem, que ele siga sua carreira política, mas não terão mais seu voto.

  A classe média de Salvador está órfã. E daí, para onde irão esses votos. Estima-se que, se César Leite, o vereador bolsonarista fizer uma boa campanha poderia tê-los. Hoje, namora uma aliança em chapa com Eliana Calmon, na vice, um ótimo nome. A crescer e competir de igual é possível. Denice, PT, não tem esses votos porque a política de Rui é a mesma de Neto e vice-versa; o pastor Isidório, que poderia ser uma alternativa, vive a falar de Jesus e da bíblica. Sumiu. Lidice da Mata é histociamente vinculada à esquerda e tem os vetos da classe média intelectual e liberal; Olivia é comunista; Bacelar ainda não ganhou confiança dessa classe.

   A campanha, como visto acima, será virtual. A pandemia, na Bahia, só dará uma trégua (se der) no final de setembro. Ainda assim, os eleitores vão ficar com medo de abraçar os políticos participar de corpo-a-corpo. Esse tipo de campanha vai praticamente desaparecer. 

   A internet será o grande trunfo, mais do que a TV e a Rádio. Mas, de todos pré-candidatos na capital ninguém tem 100.000 seguidores nas redes (face, twitter, instagram, etc), cada um deles, o que significa dizer alcance pequeno em mensagens para um eleitorado que se situa na casa de 1 milhão e 500 eleitores. A robótica é uma saída, mas, é preciso ter cuidado com a lei eleitoral.

  A sucessão em Salvador, portanto, está neste mar de cinzas, com a classe média órfã de pai e mãe. Diz-se que ela não elege ninguém em campanha majoritária, mas, ajuda; e quando não ajuda, derruba. É um importante ponto de equilibro. (TF)