Política

PREFEITURA DÁ INICIO AO MUSEU DA MÚSICA COM INVESTIMENTOS DE R$7.8 MIL

Museu vai incrementar o turismo no centro histórico de Salvador
Da Redação , Salvador | 18/10/2019 às 18:09
Prefeito ACM Neto assina ordem de serviço
Foto: Max Haack
  Ao lado do Mercado Modelo, no Comércio, o casarão revestido de azulejos industrializados do século XIX, nas cores azul e branco, que se destacava na paisagem pela degradação sofrida ao longo do tempo, passará por recuperação para, futuramente, se transformar no Museu da Música. 

  A ordem de serviço para o início das obras de restauração do Casarão dos Azulejos Azuis foi assinada nesta sexta-feira (18) pelo prefeito ACM Neto, acompanhado do vice-prefeito e secretário de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), Bruno Reis, demais autoridades e imprensa, em cerimônia realizada na Rua Conceição da Praia. 

O prefeito salientou a importância da restauração do imóvel – um dos mais tradicionais da cidade e que há anos estava em ruínas, que poderá ser aproveitado por moradores e visitantes em futuro próximo. “Aqui vai funcionar um importante espaço cultural para a nossa cidade, dentro dessa estratégia de oferecer produtos para a cultura de Salvador, principalmente no Centro Histórico. O objetivo é de aumentar o fluxo turístico e, é claro, a partir da valorização das nossas tradições, do nosso passado, projetar um futuro de ainda mais crescimento econômico a partir do investimento pesado no turismo da nossa cidade”, afirmou ACM Neto. 

Conhecido como Casarão Azulejado ou Casarão dos Azulejos Azuis, as intervenções no espaço contarão com investimento de R$ 7,8 milhões, proveniente de financiamento junto à Corporação Andina de Fomento (CAF), através do Programa de Requalificação Urbana de Salvador (Proquali). As obras serão executadas em 12 meses pela Construtora Pentágono, sob a supervisão da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra). 

A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) é a responsável por elaborar o projeto do equipamento cultural, que terá 1.914,76 m² de área construída, distribuída em quatro pavimentos, sendo um piso térreo e mais três. Os serviços estruturais envolvem o restauro de toda a fachada do edifício e recuperação dos detalhes em massa, além de implantação de elevador e de sistema de ar condicionado. A cobertura será em telha colonial conforme padrão original da edificação e a escada existente será mantida e revestida em piso de madeira. 

Além do resgate histórico, a iniciativa pretende transformar o local em um espaço destinado à cultura e aberto ao público, aumentando inclusive o potencial turístico da região. Está sendo finalizado um termo de referência junto à CAF para posterior licitação do projeto museológico, que definirá os acervos e conteúdos que serão oferecidos e expostos no casarão. 

Estabilização – Para efetivar as obras do Casarão dos Azulejos Azuis, a Prefeitura promoveu uma intervenção prévia de estabilização do imóvel, em 2017, com a retirada dos escombros oriundos do desabamento da cobertura e consequentemente das estruturas em madeira abaixo dela. Foi feita parcialmente a recuperação estrutural de elementos em concreto, remoção das esquadrias e vedação dos vãos visando a estabilização das fachadas, além de colocação de cobertura metálica provisória. Estas medidas foram providenciadas como parte inicial do projeto, garantindo que o prédio se mantivesse estável, dando maior segurança para o começo das obras. 

História – O Casarão dos Azulejos Azuis foi tombado em 30 de julho de 1969 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mas sua história é bem mais antiga. A fachada principal exibe dezenas de janelas de arcos em forma de ogiva, como em outros edifícios neogóticos. O Guia dos Bens Tombados Brasil, do Iphan, cita que não há informações precisas sobre as origens do sobrado. Acredita-se que ele tenha sido construído entre 1851 e 1855. De lá para cá, o imóvel passou por diversas transformações, abrigando o Hotel Muller, ainda no século XIX, e até o supermercado Paes Mendonça na segunda metade do século XX.