Política

Câmara de Salvador faz sessão regimental sobre "Mulheres na política"

Evento foi organizado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 23/03/2018 às 19:02
Sessão em homenagem às mulheres
Foto: Antonio Queirós

Mais um evento em comemoração ao Dia Internacional de Mulher (8 de março) foi realizado pela Câmara de Salvador, desta vez uma sessão regimental, na tarde desta sexta-feira, 23, com o tema “Mulheres na política”. Homenagens foram feitas à memória da vereadora Marielle Franco (PSOL/RJ), assassinada dia 14 de março. Em vários pronunciamentos, além da cobrança pela apuração rigorosa do crime, a constatação de que é preciso reforçar a presença feminina nos diferentes espaços de poder, sobretudo no Legislativo.

O encontro foi organizado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, presidida pela vereadora Aladilce Souza (PCdoB). “Na história desta Casa, apenas 32 mulheres ocuparam estas cadeiras (mandatos) e na atual legislatura somos apenas 8 entre 43 vereadores. Precisamos de mais mulheres que lutem pelas nossas causas”, disse ela.

Mulheres distinguidas

As demais integrantes do colegiado também compuseram a mesa e indicaram homenageadas para receber o Prêmio Laurentina Pugas, primeira mulher a ocupar uma cadeira na Casa. A vice-presidente da Comissão, Cátia Rodrigues (PHS), fez questão de frisar que nunca se sentiu discriminada na Câmara e que as mulheres devem acreditar em seus sonhos e na capacidade de realizá-los. Ela premiou a professora Lúcia Almeida Cerqueira, de 95 anos de idade, que conheceu a vereadora mais antiga de Salvador.

Duas atletas foram escolhidas para a premiação, a pugilista olímpica Adriana Araújo, indicada por Ireuda Silva (PRB), e a nadadora paralímpica Verônica Almeida, por Marcelle Moraes (PV). A professora Rodenice Santana, diretora de escola na rede estadual, foi a indicada de Marta Rodrigues (PT), e a protetora de animais Dilce Santana, que abriga mais de 100 resgatados em sua casa, por Ana Rita Tavares (PMB). De licença médica, Rogéria Santos (PRB) enviou mensagem justificando a ausência e recebeu uma salva de palmas.

Participaram da mesa da sessão as deputadas Alice Portugal (PCdoB, federal), Maria Del Carmen (PT, estadual), a desembargadora Nágila Bito, a secretária estadual de Políticas para as Mulheres – Julieta Palmeira, a ex-prefeita de Cardeal da Silva e ex-prefeita da União de Prefeitos da Bahia – Maria Quitéria, a presidente do Conselho Municipal de Direitos da Mulher – Madalena Noronha, e a representante da deputada federal Tia Eron (PRB), Rose Rosendo. Foi composta também uma extensão da mesa, com a secretária estadual do Trabalho, Emprego e Renda, Olívia Santana; a secretária nacional de Mulheres do PSB, Luciana Cruz; Sheila Soares, a Mais Bela Gordinha 2017; Creuza Oliveira, a liderança nacional das empregadas domésticas; e Rita Santos, da Associação das Baianas de Acarajé.

O Coral da Câmara se apresentou, sob a regência do maestro Carlos Veiga, com músicas sobre o universo feminino (Dona, Mulher – Sexo Frágil, Maria, Maria e Mulher Brasileira). O Hino ao 2 de Julho foi executado pela cantora Maria Quitéria Celiah Zaiin, que se apresentou vestida como a heroína da Independência da Bahia.

Relacionamentos abusivos

Já o vereador Silvio Humberto (PSB) está apoiando um debate sobre as dores e os dramas psíquicos causados pela violência doméstica. O tema é “Roda de diálogo: relacionamento abusivo - a violência psicológica e suas consequências”, promovida pela Associação de Mulheres Koxerê, do bairro de Mussurunga. O encontro acontecerá neste domingo, 23, das 9 às 12 horas.

De acordo com a coordenadora da entidade e idealizadora da atividade, Cristiane Santos, “o nosso estímulo vem da necessidade de esclarecer e fortalecer as mulheres que vivem ou podem viver situações como esta”.

Segundo ela, a situação de dependência financeira e psicológica vivida por muitas mulheres, dificulta o enfrentamento do problema. “A nossa intenção é acolher e orientar as mulheres. Mas sabemos que o impacto de iniciativas como esta chegam em toda a família”, analisa Cristiane, que além de liderança comunitária é também estudante de Serviço Social.

“Somente sendo mulher e tendo vivido este tipo de situação para se ter clareza sobre a crueldade e as dores geradas por estas experiências”, conclui. Além do debate, haverá recital de poesias, almoço e sorteio de brindes.