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Joana D'arck , Salvador |
14/12/2013 às 13:30
Deputado Zé Raimundo, Cid Teixeira e Luis Henrique Dias Tavares
Foto: DIV
Em representativa Sessão Especial que reuniu intelectuais, acadêmicos e políticos destacados no cenário baiano para a entrega da Comenda 2 de Julho aos historiadores Cid Teixeira e Luís Henrique Dias Tavares, na Assembleia Legislativa da Bahia, na manhã desta sexta-feira (13), a data da Independência da Bahia foi enaltecida como a mais importante da história do Brasil, que deve ser sempre reverenciada e respeitada. Foi a tônica de todos os oradores e dos homenageados, como também do autor da homenagem, o deputado estadual Zé Raimundo Fontes, também professor e historiador.
O tom de baianidade do evento foi reforçado pela apresentação da OBA DX Orquestra de Berimbau, do maestro Dainho Xequerê, que tocou o Hino Nacional, na abertura, e o Hino da Bahia, no encerramento. A sessão aberta pelo presidente do Legislativo, Marcelo Nilo, teve a mesa composta por Lídice da Mata, senadora, Roberto Santos, ex-governador, ex-ministro, ex-reitor e atual presidente da Academia Bahiana de Ciências, Dora Leal, reitora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Walter Pinheiro, presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), Fátima Fróes, da Fundação Pedro Calmon, Consuelo Pondé de Sena, do Instituto Geográfico da Bahia, professoras Marli Geralda e Evalina da Carvalho Sá, representando a Academia de Letras da Bahia.
Ex-aluno de Cid Texeira e Luís Henrique, Zé Raimundo, também Mestre em História e ex-prefeito de Vitória da Conquista, falou sobre as ricas biografias dos homenageados, que além de historiadores, são jornalistas e autores de várias publicações, mas se tivesse de detalhar sobre o quanto são importantes no cenário acadêmico e intelectual baiano precisaria de muito mais horas. Surpreendeu a todos ao ler a carta de outro ex-aluno, o cantor e compositor Elomar, saudando Cid Teixeira, lembrando do “seu raro saber enciclopédico que me deixava de queixo caído”.
A reitora Dora Leal defendeu o resgate do nome 2 de Julho, data mais importante da história da Bahia, para lugares importantes do estado e realçou que o presente e o futuro se fazem através da compreensão do passado. Também pediu mais investimentos para instituições de preservação da história e da formação de novos historiadores: “Se a educação e a cultura são caras, a ignorância é mais ainda”.
Consuelo Pondé parabenizou Zé Raimundo pela iniciativa de homenagear os dois membros do Instituto Geográfico da Bahia. Walter Pinheiro, em nome da ABI e do jornal Tribuna da Bahia, do qual Cid Teixeira foi redator-chefe, fez uma comparação: “Sempre tivemos Cid Teixeira como o nosso Google, de tanto que era procurado e dava explicações sobre tudo”.
Representando Luís Henrique Tavares, a professora Marli Geralda agradeceu a homenagem, lembrando que esse era um desejo antigo manifestado por Zé Raimundo, que agora se realizou. Falou de importantes momentos da trajetória do historiador, que no período de 1957 a 1991, no Instituto Histórico, “formou discípulos”. Emocionada, contou sobre a dedicação do mestre que ensinou os alunos a “não confiar na última palavra, mas pesquisar sempre”. Dentre outras histórias que a professora contou sobre o homenageado, afirmou que a expressão “a independência do Brasil se fez na Bahia” foi forjada pelo professor Luís Henrique.
Apesar da emoção, o historiador Luís Henrique fez questão de agradecer: “Estou muito sensibilizado com esta homenagem e agradeço muito as palavras da colega Marli, mas eu sou Nazareno”, disse, dedicando o momento à sua “mãe de leite”, Simplícia do Amor Divino.
Como nos seus bons tempos de sala da Universidade, Cid Texeira deu uma verdadeira aula de história, enaltecendo a data da Independência da Bahia para a seleta plateia. “Eu não sei na história do Brasil, desde o descobrimento até agora, se há uma data que mereça maior respeito do que o 2 de Julho”, enfatizou. Citou trechos do hino ao 2 de Julho e contou sobre como a vontade popular prevalece e resiste às tentativas políticas de mudar hábitos e nomes de lugares, a exemplo da Praça 2 de Julho, nome oficial do popularmente conhecido Campo Grande.