Saúde

MEETING SAÚDE DA SANTA CASA: A atenção básica da saúde está acuada

A saúde pública avançou bastante nos anos 1980/2000 e depois estagnou
Tasso Franco , da redação em Salvador | 26/04/2015 às 16:14
Secretário José Antonio Rodrigues Alves, da Saúde do município de Salvador
Foto: BJÁ
   O secretário de Saúde do Município de Salvador, José Antonio Rodrigues Alves, afirmou durante o 5º Meeting de Saúde promovido pela Santa Casa da Bahia num hotel da Praia do Forte, que o governo federal não dá a mínima prioridade a atenção básica da saúde - o chamado primeiro atendimento nos Postos de Saúde - e o piso se mantém congelado em R$18,00 habitante/ano isso há 10 anos. Diante desse quadro, com os estados e municípios gastando mais em saúde do que a União, inclusive o governo federal transferindo mais atribuições a esse entes sem uma contra-partida, os gastos têm que ser feitos com muita responsabilidde.

   José Antonio destaca "a coragem de nossa parte de falar sobre essa realidade" entendendo que, o momento é este, para discutir a questão orçamentária e o novo Plano Básico. E, para tanto, "é preciso ter união e coragem, pois, estamos acuados e ainda sofrendo uma frequente judicialização". O secretário situa que o dinheiro para a saúde é pouco e trabalha-se com o que é possível. Daí que a cobrança de mais eficiência no segmento fica fragilizada.

   O secretário destaca, no entanto, que apesar de todos os probleas, da falta de recursos e outras questões, houve um extraordinário avanço na saúde pública quando, na década de 1980, 40% da população do país estava excluida de atendimento do INSS. Segundo José Antonio com o advento da Constituição de 1998", a constituição cidadã, quando foi determinada a universalização  no atendimento e isso demanda um volume enorme de recursos para fazer-se esse atendimento.

   Na opinião do secretário, a saúde pública avançou bastante nas décadas de 1980/1990; mais avanços na década seguinte 1990/2000 e a partir daí, quando mais precisava, estagnou (2001/2015). Exemplou o caso do SAMU 192, um bom serviço de atendimento aos pacientes que começou bem, se estabeleceu firmemente, mas, depois os investimentos foram congelados e o serviço caiu.

   Rodrigues Alves comenta que a região Nordeste tem gastos em saúde pública da ordem de U$200 per capita e isso é pouquissimo. Na sua opinião, "o dinheiro para a saúde não tem, não existe" e somente com coragem e união o quadro pode ser modificado.