Colunistas / Crônicas
Jolivaldo Freitas

O direito ao silêncio é soberano na Fonte Nova

Não tem discussão: o direito ao silêncio é soberano frente à Arena Fonte Nova.
20/05/2015 às 10:04
Acho uma discussão inútil e insossa o negócio da Arena Fonte Nova querer fazer seus shows sem qualificação de ambiente sonoro para preservar o bem-estar da comunidade ao derredor. O direito ao silencia de cada menino, menina, senhor ou senhora é majestático em relação ao direito da Fonte Nova.
Existe uma Lei do Silêncio que foi criada pelo pessoal do Partido Verde há anos e homologada por Lídice da Mata, numa luta longa, cansativa e quase que, no período, inglória. Mas deu certo.

   Tanto, acho, que até agora o único desacerto do prefeito ACM Neto foi cair na conversa do pessoal que faz Carnaval, que faz festa, que faz muvuca e para ganhar seu rico dinheirinho não liga para o estresse der quem está gravitando nos festejos e decidiu por aumentar o volume, os decibéis, em várias áreas da cidade, e notadamente no período noturno. Foi como dar a cloaca da galinha para as raposas. Foi como dar faca para a Irmandade Muçulmana. 

   ACM Neto deve estar arrependido, tenho quase certeza, e sei que quando passar a vergonha ele vai mandar voltar a ser tudo como era antes. No quartel de Abrantes.

   Imagine dizer em Salvador que pode tocar até 115 decibéis. Conhecendo o baiano, ele vai aproveitar e colocar mais 20 por cento e quem quiser que durma ou deixe o coração pipocar, notadamente os idosos em que a Medicina demonstra que não têm tolerância ao barulho excessivo, e n  caso dos shows,
repetitivos.
 Estou defendendo os moradores ao redor da Arena Fonte Nova, embora eu more na Ladeira da Barra, onde os únicos ruídos são de automóveis, do mar quando está bravio e dos periquitos que vêm aos bandos no final da tarde. Nem mesmo Carnaval lá do Farol da Barra eu ouço, embora me estresse quando a prefeitura manda que os trios estacionem num terreno do antigo Barracão da Graça e os caras levem dias e noites passando o som, sem o menor respeito à Sucom, que também não dá as caras. Aliás, num Carnaval passado um idoso foi se queixar e o funcionário da prefeitura, responsável pela saída dos
trios disse ao velho que se mudasse.

   É mais ou menos isso que a Arena Fonte Nova e as autoridades querem fazer com os moradores dos Gales, Nazaré, Fonte Nova, Jardim Baiano e Dique: estão incomodados? Se mudem. Não lembro se este ano ou no final do ano passado eu senti o que os moradores sentem. Teve um reggae na arena, daquelas
tipo rave, que como diz repórter de televisão ao vivo, não tem hora para acabar, em que o barulho era mais alto que em dia de gol do Bahia. 

   Não teve algodão no ouvido que ajudasse o morador a dormir. Só quando o dia amanheceu. Teve gente
com saudade da velha Fonte Nova e do Balbininho. Com certeza a comunidade quando vai tomar cerveja pede Brahma ou a Masba (Mais barata).