Colunistas / Crônicas
Jolivaldo Freitas

Dona Redonda é a patrona da Policia Militar da Bahia

Agora só falta a PM convidar Dona Redonda para patrona da corporação. Claro que tudo regado a um bom regabofe.
20/07/2013 às 14:50
Quantas vezes eu disse aqui que nossos policiais estão mais gordos que vacas prenhes. Cansei de chamar a atenção que eles estão passando vergonha em público com as fardas. Repetindo: lembre que eu disse por várias vezes que nosso efetivo de segurança estava maior que porca indo para o abate. 

Desde tempos idos que venho insistindo, chamando a atenção para a vergonha que nossos PMs passavam ao ver o meliante engatar uma terceira marcha e eles ainda na primeira, engasgando e derrapando na curva. Foi uma risadaria só quando o policial correu atrás de um punguista, partindo do Mercado Modelo em direção ao Mercado do Ouro. Quando o policial chegou na Praça da Inglaterra quase vomitando ou enfartando pelo esforço, o ladrão já estava chegando no final da Rua Miguel Calmon. Tenho certeza que o ladrão ainda mandou uma banana lá de longe.

Ele somente não gritou pega ladrão por absoluta vergonha. Como um profissional da segurança vai pedir ajuda ao transeunte para pegar o malandro. Depois do susto da correria o povo começou a rir e ele saiu de fininho em direção ao próprio desapontamento. E desabafou:

- Rapaz, estou é gordo!

Este não foi apenas um caso isolado. Nas proximidades da praia de Amaralina todo mundo viu quando um garoto arrancou a bolsa da turista e saiu andando como se não tivesse feito nada. O pessoal que estava nas imediações parou a viatura que ia passando e dedurou o rapaz. O carro partiu célere e quando chegou perto o rapaz notou e correu. 

Juro por estes olhos que a catarata há de comer que um policial imenso de gordo tentou descer do veículo e ficou entalado no banco de trás. Não dava para passar ele com o armamento. A barrigona ficou travada no banco da frente. O menino se picou e depois de passado o susto deve ter contado aos colegas como piada.

É uma situação triste a constatada por pesquisa médica feita pela própria PM. Coisa que nem necessário era pois bastava colocar a tropa em ordem unida, mandar dar duas voltas no quartel para ver que seria necessário chamar o Samu para levar mais da metade para o HGE. Com certeza se o PM está gordo, está também com hipertensão, diabetes e problemas respiratórios.Sem falar em problemas psicológicos.

Já parou para imaginar o cara em casa, com a bermuda caindo na barra da barriga, chama a mulher para um carinho e ela diz:

- Ih! Você tá muito pesado.

Claro que o homem quando botar a farda e entrar em serviço o primeiro que o contrariar vai pagar caro pela baixa autoestima. Se for um surfista sarado aí é que vai pagar dobrado. Deve ser por isso que o soldado quando vai enfrentar qualquer situação já chega atirando. Manda bala, pois ela vai longe e ele não precisa se esforçar e resfolegar e principalmente ser motivo de riso dos moradores. Todo mundo sabe que só tem gozador por aqui.
Um soldado disse que estava gordo porque a comida fornecida pelo quartel é de péssima qualidade. Fico imaginando se a comida fosse gourmet, feita pelos grandes chefs baianos. Imagine se ao invés de feijão, arroz, salada e galinha de macumba fossem servidos croissant, filé aupoivre, cassoulet ou qualquer coisa marinada. Aí, sim é que a tropa estaria maior que Dona Redonda, a comilona de Saramandaia.

Mas a culpa é mesmo dos comerciantes. Eles abastecem e cevam o tempo todo os PMs. Os soldados param a viatura num supermercado e leva a quentinha. Vai a uma padaria e comem broas e sanduíches. Chegam na carrocinha de hot dog e degustam como se fosse a última refeição da vida.

Um dono de lanchonete comentou numa reportagem até sobre esta simbiose entre polícia e comerciante. Garante que a princípio oferecia o lanche como gentileza, pois os homens estavam ali dando segurança para todos, mas que com o passar do tempo virou fato consumado e se ele não der o lanchinho é tido como inimigo. E quem tem quibe cru tem medo. Agora só falta a PM convidar Dona Redonda para patrona da corporação. Claro que tudo regado a um bom regabofe.