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BAHIA PERDE PARA SÃO PAULO NA FONTE E LEÃO VOLTA A GANHAR NO BARRADÃO

Bahia 1x3 São Paulo; Vitória 2x1 CRB comenta ZédeJesusBarrêto
ZédeJesusBarrêto , Salvador | 28/11/2020 às 21:45
Leão venceu de virada no Barradão
Foto: ECV

Com muitos desfalques na equipe, o Bahia perdeu a invencibilidade na Fonte Nova, levou 3 x 1   do São Paulo, todos os gols na segunda etapa, e volta a ter a defesa que mais gols levou na competição. A despeito das caras novas em campo o Tricolor baiano até fez um bom primeiro tempo, teve chances de ir para o vestiário à frente do placar. Mas, na segunda etapa, numa trapalhada do goleiro Douglas com os zagueiros, saiu o primeiro gol sampaulino que mudou completamente o panorama da partida. O time paulista, superior em técnica coletiva e valores individuais, soube aproveitar o desequilíbrio adversário e ampliou, controlou como bem quis o jogo até o final. 

  Com o resultado, o São Paulo chega à vice-liderança, mesmo que provisória (porque o Flamengo ainda joga na rodada) e é forte candidato ao título. O Bahia segue com 28 pontos, em 12º lugar mas pode perder posições até segunda-feira.
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  No Barradão, o Vitória voltou a vencer, fez 2 x 1 no CRB das Alagoas, chegou a 29 pontos ganhos, afastou-se (esperamos que de uma vez) da zona de perigo e, já sob comando do treinador interino Rodrigo, mostrou um futebol muito mais solto, ofensivo e positivo do que aquele que vinha mostrando sob a direção do Barroca, que largou a equipe na mão na tarde de sexta.  
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  Na Fonte Nova 

- Muitos desfalques na equipe baiana, por cartões (Lucas, Anderson Martins e Gilberto) e por Covid (o treinador Mano, auxiliares, mais Zeca, Clauss, Ronaldo e Capixaba...). Uma equipe totalmente diferente em campo. O Tricolor pisou o gramado em 12º lugar, com 28 pontos ganhos.

 - No São Paulo, em grande fase (38 pontos, 3º lugar), a presença de Daniel Alves, a primeira vez enfrentando o Tricolor, seu clube de origem, na Fonte Nova. Lembrando: Daniel foi revelado na virada do século pelo técnico Evaristo de Macedo. Foi campeão baiano e campeão da Copa do Nordeste 2002 (56 jogos com a beca tricolor), quando foi para o Sevilha da Espanha, e de lá para o Barcelona. Ídolo e vitorioso por onde passou. 

 Com a bola rolando...  

 O Tricolor do Morumbi, mal começou, postou-se todo adiantado, marcando em cima a saída de bola da defensiva baiana, apertando, como é de hábito e o treinador Diniz gosta.

 Mas foi o Bahia que assustou primeiro, com Rossi ganhando um lançamento longo na velocidade e chutando já abafado pelo bom goleiro Volpi, aos 5 min. Aos 7, Brenner respondeu com um chute de fora; Douglas rebateu e a zaga afastou o perigo.  Equilíbrio de ações.

Aos 15’, Luciano e Brenner vararam a defensiva baiana tabelando, mas o chute de Brenner foi forte e muito alto. Assustou ! O time paulista troca mais passes, tem mais a bola, joga mais no campo adversário; o Bahia marca, ocupa bem o meio campo e chega nos contragolpes. Rodriguinho mais avançado e Elias acompanhando Dani Alves. Jogo limpo, bola no chão. 

 - Aos 29, numa disputa pelo alto na área sampaulina, o zagueiro Ernando foi atingido por um soco (acidental) no rosto, nariz quebrado. Preocupações gerais, médico em campo, VAR consultado...  o Tricolor sem reservas para a posição, mas minutos depois, o zagueiro voltou a campo. Os atletas baianos queriam pênalti. 

   Os visitantes apertando, cruzando bolas de um lado pra outro na área baiana, que suportava bem. Os donos da casa sem se expor, saindo com bolas espichadas em velocidade no contragolpe, sempre. 
  Aos 43’, Alesson pegou um rebote na área, de frente, mas o arremate saiu travado por Leo. No escanteio, Volpi salvou. Aos 45’, Gregore pegou firme da meia lua para grande defesa de Volpi, espalmando. Aos 49’, Rossi tramou com Rodriguinho, o cruzamento saiu rasteiro na pequena área e por muito pouco Alesson não abriu o placar; a bola disputada espirrou na zaga, raspando o poste. Aos 52, Dani cobrou escanteio, Arboleda testou e Douglas espalmou bem. 

  Se o São Paulo trabalhou mais, teve mais a bola nos pés, o Bahia foi mais perigoso. Volpi fez duas ou três defesas difíceis, evitando o gol na primeira etapa. 
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  O tricolor paulista trocou dois no intervalo, e voltou para a segunda etapa mais faltoso, pegando mais duro. Aos 3’, Rossi tentou uma bicicleta, nas mãos do goleiro. O Bahia recomeçou atacando. Aos 5’, Luciano bateu de fora, Douglas espalmou. 

 - Gol ! 1 x 0 São Paulo, aos 7 minutos. Lateral cobrado forte por Reinaldo, da intermediária, pingando na quina da pequena área baiana; Douglas saiu mal, Juninho se atrapalhou com Ernando e Luciano, esperto e brigando pela bola, bicicletou a sobra...  Que trapalhada !!!  

  Um gol bobo desse complica tudo, abala o emocional e derruba o esquema tático previsto. Aos 17, Rossi roubou bola na frente da área e deixou Rodriguinho livre, na frente do goleiro, mas ele chutou pra fora. Impedido?  

 Prates trocou três: Elber, Daniel e Saldanha nos postos de Rodriguinho, Alesson e Ramon. Ainda azoado com o gol tomado ... 

 - Gol ! 2 x 0, Arboleda, de cabeça. Reinaldo cobrou falta pelo alto, ninguém marcou o zagueirão equatoriano que subiu livre (Elias que o marcava só espiou) na marca do pênalti e testou forte. Douglas não chegou na bola. Aos 21 min.

  Um São Paulo bem aceso,  veloz, envolvente. O time baiano já não acompanhava o ritmo.
 - Gol ! 3 x 0, Luciano, aos 27 min. Reinaldo, de novo, pela esquerda, evoluiu e rolou pra trás; na linha da grande área Luciano pegou de primeira, livre, de canhota, certeiro, no cantinho, ampliando. Golaço. 
  Em campo, Clayson e Nino nos lugares de Rossi e Clayson.  Um São Paulo absoluto depois que fez o primeiro gol, passeando em campo, total domínio coletivo, tocando bola. O Bahia correndo. Bola à toa no travessão de Volpi, aos 34’. 

 - Gol ! 3 x 1, aos 35 minutos. Nino Paraíba desbravou na direita e cruzou certeiro, no chão; Clayson pegou de primeira e acertou o canto, diminuindo.
 
  Os visitantes não aliviaram, mantiveram o ritmo. Aos 40’, Daniel testou de fora, Douglas espalmou. O Tricolor baiano até tentava alguma coisa, mas os paulistas, fechadinhos, bloqueavam, travavam e, com a bola, evoluíam com perigo, sempre.  Triunfo justo de uma equipe que se mostrou  tecnicamente superior.
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Destaques: 

 Na equipe vitoriosa, Reinaldo, brilhante; Daniel Alves comanda no meio campo, um bom goleiro, Luciano decisivo na frente... Mas, sobretudo uma equipe coletivamente envolvente.
 No Bahia, a louvar os garotos que entraram no fogo: Edson, Ramon, Alesson mostraram vontade e condições de jogar, sem problemas. Gregore, sempre lutando, Rossi...          
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Escalações

 - Bahia : Douglas, Edson, Ernando, Juninho e Mateus Bahia; Gregore, Elias (Nino), Ramon (Danilo) e Rodriguinho ( Saldanha); Alesson (Elber) e Rossi (Clayson).  No banco, Carlos Prates.
 - São Paulo : Volpi, Juanfran (The Tchê), Arboleda, Leo (Vitor Bueno) e Reinaldo; Luan, Daniel Alves, Sara (Ernanes) e Igor Gomes (Nestor); Luciano (Pablo) e Brenner.  Treinador, Fernando Diniz.
Arbitragem do rodado e malandro Vuaden (RS), com VAR. 
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  A equipe do Bahia viaja ainda neste domingo para a Argentina, onde enfrenta o Unión de Santa Fé, na noite de terça, valendo pela Sul-Americana, uma vaga nas quartas de final. Na Fonte Nova deu 1 x 0 Bahia. Jogamos pelo empate, pois.

  Depois, no sábado, tem o Ceará pela frente, já pelo Brasileirão. Osso entalado. 

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 No Barradão

 - A novidade no Vitória foi a presença do ex-lateral direito, ídolo da equipe (vice-campeão brasileiro em 1993) e treinador do sub-20 Rodrigo Chagas, chamado às pressas para comandar o time com a saída de Barrocas para o Botafogo do Rio. Barrocas não deixa muita saudade, pois comandou o time em 9 partidas e só venceu uma. Pega o Bota na zona de rebaixamento. Rodrigo é o quarto treinador do rubro-negro em 2020.

 - O CRB das Alagoas entrou em campo ocupando a 9ª posição, com 32 pontos ganhos. O Vitória em 16º, com 26 pontos, cinco acima do Náutico, que é o primeiro da zona.

 Com a bola rolando...

 O Galo da Pajuçara começou pra cima do Leão, no ataque, assustando. Mas logo o Leão reagiu. Aos 9’, o Leão deu a reposta: R Carioca foi à linha de fundo e deixou Leo Ceará de frente, o chute saiu rasteiro, tirando tinta do poste alagoano. Aos 11’, o mesmo Leo Ceará, da entrada da grande área; o chute passou raspando. Aos 17, numa falta levantada da esquerda, Wallace quase abriu o placar, de cabeça. Logo depois, Vico tentou, Mardden pegou bem. O rubro-negro bem ofensivo, tramando bem, chegando com vontade.   Mas... 

 - Gol ! 1 x 0 Hyuri, aos 23 minutos, escorando na linha da pequena área um cruzamento rasteiro da linha de fundo, pela esquerda. O atacante foi mais rápido, chegou primeiro, o miolo de zaga do Leão sem pernas. Quando o Vitória era melhor, atacava mais. 
  O Rubro-negro sentiu o golpe. O CRB então mais à vontade.
 - Gol ! 1 x 1, Rafael Carioca.  Lucas Cândido bateu de longe, forte, o goleirão bateu roupa, enjoou nos pés de R Carioca.  Saiu o empate, mais justo.
 Minutos depois, Hyuri entrou fácil pela defensiva baiana e chutou nas redes, por fora. Susto.  
  - A virada aconteceu aos 38 min; Cruzamento perfeito da esquerda, de R Carioca, na cabeça de Leo Ceará, que testou forte, inapelável : 2 x 1 Vitória !
   Um Leão bem mais motivado esse de Rodrigo Chagas !  Um Vitória bem mais solto e criativo do meio para frente.  Boa primeira etapa. 
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 Uma segunda etapa com intensidade menor, um Leão sem mais pressa, tentando administrar o resultado. Ações mais pelo meio campo, ritmo mais lento. Aos 22’ quase o CRB desempatou, com Hyuri entrando livre, mas Ronaldo saiu bem e salvou o arremate. Muita marcação, o Leão fechadinho, só indo na boa, e poucos lances de área. Escanteios, chutes de longe...  E nada mais aconteceu.  Deu Leão na Toca. 
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Escalações
- Vitória (o Leão): Ronaldo, Leo, Wallace, Maurício Ramos e Rafael Carioca; Rend, Lucas Cândido (Dudu), Frizzo (Magrão) e Thiago Lopes; Vico(Ruan) e Leo Ceará (Caicedo).  No banco, Rodrigo Chagas.
- CRB (o Galo da Pajuçara): Mardden, Reginaldo Lopes, Gun, Reginaldo Jr e Xandão (Lucas); Claudinei, Wesley, Diego Torres; Hyuri, Bill e Pablo Diego. Treinador, Ramon Menezes.
Arbitragem, sem VAR, 
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 Próximo jogo do Leão é na terça, dia 1 de dezembro, na Vila Capanema/PR, 21h30, contra o Paraná.